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Alerta: câncer já é a 1ª causa de morte em 10% das cidades brasileiras

A doença é a que mais mata em 516 municípios do país – e 80% deles estão nas regiões Sudeste e Sul

Por Camila Junqueira, Gislene Pereira
Atualizado em 17 abr 2018, 19h02 - Publicado em 17 abr 2018, 18h48

O câncer é uma doença altamente agressiva e, infelizmente, sua incidência na população cresce a cada ano. Um levantamento de dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), de 2015, mostra que o problema se tornou a primeira causa de morte em quase 10% dos municípios brasileiros, superando ocorrências como infarto e até acidentes de trânsito.

Os números foram analisados pelo Observatório de Oncologia do movimento Todos Juntos Contra o Câncer, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e divulgados na última segunda-feira (16).

O estudo tem a intenção de promover melhores ações de controle e tratamento do câncer, já que diversos tipos da doença são preveníveis. Em 2015, ano dos registros mais recentes, ocorreram 209 780 falecimentos por câncer, contra 349 642 relacionadas a doenças cardiovasculares. Comparando com dados de 1998, a ocorrência de tumores fatais aumentou 90%.

“Esse diagnóstico revela um grave problema de saúde pública que, a cada ano, assume maior relevância na lista de prioridades dos gestores. Na visão do CFM, é preciso envidar [aplicar com empenho] todos os esforços para conter essa epidemia”, declarou Hermann von Tiesenhausen, 1º secretário do CFM, em comunicado à imprensa.

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As regiões do Brasil com mais ocorrências de mortes por câncer são Sudeste e Sul, somando 80% dos municípios. No total, são 516 cidades onde a doença é a primeira causa de óbitos – a maior delas é Caxias do Sul (RS), que tem quase meio milhão de habitantes. O Rio Grande do Sul, inclusive, é o estado com maior número de cidades (140) com mortalidade pelo câncer.

A pesquisa mostra que, dos 9 865 falecimentos registrados por câncer, a maioria foi entre os homens (57%), que lideraram os números em 23 estados. As mulheres só foram maioria no Ceará e em Mato Grosso do Sul.

Embora os dados sejam de 2015, o CFM acredita que o índice só tende a piorar. O câncer é uma doença relacionada à modernidade e alguns aspectos podem explicar o aumento de óbitos, como uma maior expectativa de vida e mudanças genéticas resultantes do envelhecimento da população.

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“Dentre as hipóteses que justificam esses números estão o comportamento não-saudável de milhões de brasileiros que ainda são adeptos do consumo do tabaco, não realizam atividades físicas, sofrem com os efeitos da obesidade ou se expõem ao sol de forma excessiva e sem proteção”, explica Merula Steagall, presidente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE).

Outro motivo que aponta para o aumento de casos de câncer é o melhor acesso aos métodos de diagnóstico. No entanto, a maior preocupação do CFM é em relação ao Sistema de Saúde Pública (SUS), que ainda precisa de aprimoramentos no tratamento da doença.

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