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OMS propõe taxar refrigerantes e sucos de caixinha para combater obesidade

Atualmente, 500 milhões de pessoas no mundo inteiro estão obesas

Por Luiza Monteiro
11 out 2016, 10h36

A prevalência da obesidade ao redor do globo mais que dobrou entre 1980 e 2014, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os números impressionam: 11% dos homens e 15% das mulheres (o equivalente a mais de meio bilhão de pessoas) estão obesos. E, se os hábitos alimentares e o estilo de vida que muitos adotam hoje em dia não mudarem, a tendência é que esses índices continuem a crescer.

Para melhorar esse cenário, a OMS divulgou nesta terça-feira (11) um relatório que propõe uma solução para o problema: cobrar mais impostos de itens abarrotados de açúcar, como refrigerantes, sucos de caixinha e alimentos com açúcar de adição (aquele acrescentado no preparo ou no processamento de comidas e bebidas). Segundo a entidade, elevar em 20% os tributos exigidos desses alimentos resultaria numa redução do consumo desses produtos, levando à diminuição dos casos não só de obesidade, mas também de diabetes tipo 2 e até cáries.

“Se os governos taxarem produtos como bebidas açucaradas, eles podem reduzir sofrimento e salvar vidas. Também será possível cortar custos com a saúde e aumentar a receita para investir em serviços públicos”, analisa Douglas Bettcher, diretor do Departamento para a Prevenção de Doenças Não Transmissíveis da OMS.

Veja também: 7 alimentos que ajudam a reduzir os níveis de açúcar no sangue

Desnecessário

De acordo com o novo documento da entidade, bebidas e alimentos cheios de açúcar são fontes de calorias desnecessárias, principalmente quando se fala de crianças, adolescentes e jovens adultos. “Nutricionalmente, as pessoas não precisam de açúcar na dieta”, defende Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS. Para quem não abre mão dos líquidos extradoces, ele orienta que o consumo não ultrapasse 250 ml por dia.

Outras saídas

O relatório também sugere que outras medidas sejam tomadas a fim de diminuir a ingestão de açúcar mundo afora. Entre elas estão oferecer subsídios que baixem os preços de frutas e vegetais frescos, a fim de aumentar o consumo desses alimentos; e elevar os preços de itens cheios de gorduras trans e saturadas e sódio.

Alguns países já tomaram essas medidas. O México, por exemplo, implementou um imposto especial em bebidas não alcoólicas com açúcar de adição. Já a Hungria taxou itens industrializados com altas doses de açúcar, sal ou cafeína. Filipinas, África do Sul e Reino Unido também se mobilizaram para combater a doçura excessiva na dieta da população.

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