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Sua calcinha pode ter até 10 mil bactérias e fungos perigosos

Estudo brasileiro identificou que roupas íntimas não higienizadas corretamente abrigam micro-organismos causadores de infecções

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 9 jan 2018, 19h13 - Publicado em 7 dez 2017, 20h13

Como você lava suas calcinhas e sutiãs? Cuidado: a má higienização dessas peças pode abrir portas para a infestação de fungos e bactérias responsáveis por problemas como coceira, irritação e até infecção urinária. O alerta vem de um estudo recente da Faculdade Devry Metrocamp, em Campinas, no interior de São Paulo.

Foram analisadas 52 peças (que incluíam calcinhas, sutiãs e cuecas), sendo que 27 foram compradas em lojas de shopping e 25 já haviam sido usadas e foram coletadas limpas. Entre as roupas íntimas recém-compradas, 85% tiveram crescimento de bactérias após a lavagem e 29% também apresentaram contaminação por fungos. Das calcinhas já utilizadas, 92% das amostras estavam contaminadas com até 10 mil micro-organismos.

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“A maioria são oportunistas. Isso significa que, em pessoas saudáveis, o máximo que pode acontecer é dar uma coceira ou um corrimento. Mas em indivíduos que passaram por cirurgia nas áreas íntimas ou que estão com o sistema imunológico debilitado, a presença desses agentes infecciosos pode ser um agravante”, alerta Rosana Siqueira, líder da investigação.

Em calcinhas, foram identificados, por exemplo, a Cândida albicans, fungo responsável pela candidíase, e o Staphylococcus aureus, bactéria ligada a infecções urinárias e complicações dermatológicas como furúnculos e abscessos (acúmulo de pus). Outro micro-organismo preocupante encontrado nas peças íntimas – inclusive em sutiãs – foi a bactéria E. Coli, que originalmente se localiza perto do ânus e pode provocar irritação, micoses e manchas.

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Higiene correta

Você deve estar se perguntando: “O que estou fazendo de errado com as minhas calcinhas?”, “E agora? Vou pegar várias doenças?” Calma! Os cuidados para evitar que suas roupas íntimas sejam dominadas por agentes infecciosos são simples. Evite lavá-las com shampoos, condicionadores e procure usar sabonetes neutros, sabão de coco ou produtos específicos para essas peças. A água quente também ajuda a mandar pra longe elementos perigosos.

“Outra recomendação é não deixar calcinhas, sutiãs e cuecas no cesto de roupa suja por muito tempo. É abafado e há alto risco de contaminação”, orienta Rosana, que também é professora de microbiologia na Devry Metrocamp.

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Mais: seque as lingeries no varal, nunca no banheiro. E, de preferência, pendure com o forrinho virado para dentro, de modo que não fique exposto. Para afastar elementos indesejados, também é fundamental passar a calcinha. “Procure não usar ferro a vapor, porque a água deixa o item úmido”, observa a pesquisadora.

Tirar o pó das gavetas onde você guarda essas peças é outra prática bem-vinda. E claro: fique sempre atenta às condições das suas roupas íntimas. “Se estiver acumulando cheiro, apresentar manchas ou furos, é melhor trocar por novas”, indica Rosana. O ideal é renovar essa parte do guarda-roupa a cada seis meses.

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A nova calcinha antibactérias

A marca 2Rios Lingerie lançou recentemente a Calcinha Proteção Permanente, que conta com uma tecnologia chamada FRESH, capaz de impedir fungos e bactérias de se instalarem ali. “O tecido atrai os micro-organismos e, uma vez que eles entram em contato com o revestimento, são perfurados e destruídos”, explica Karine Liotino, consultora de inovação da 2Rios.

A marca assegura que a peça não causa efeitos colaterais. “Pelo contrário: ao afastar fungos, ácaros e bactérias, é possível prevenir uma série de doenças, como vaginose bacteriana e candidíase”, destaca Karine.

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Nos testes realizados, após passar por 100 lavagens, o tecido antimicrobiano da calcinha manteve o nível de eficácia em 98%. “Todas as mulheres podem se beneficiar, mas essa novidade é ainda mais importante para aquelas que sofrem constantemente com infecções”, observa a especialista. É o seu caso? A peça, disponível do tamanho P ao GG, está à venda em lojas de lingerie e em farmácias e hospitais.

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