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Suor excessivo: saiba identificar a hiperidrose e como tratar

Doença que atinge 1% da população traz desconfortos funcionais e sociais

Por da Redação
Atualizado em 19 set 2023, 21h23 - Publicado em 29 jan 2021, 09h00

Suar quando se pratica atividade física é normal – especialmente em dias muito quentes. Mas e quando a pessoa sofre com suor excessivo rotineiramente, a ponto de pingar, mesmo em situações banais em que a maioria não sua? Esse pode ser um sinal de hiperidrose.

“Ela se manifesta em 1% da população. É uma prevalência alta”, explica Caio Lamunier, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia e do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Mas muitos não sabem disso porque aqueles que têm a doença geralmente se escondem, ou seja, evitam as situações gatilho”.

Suor excessivo, quando pode ser um problema?

Segundo o médico, é preciso cuidado para não confundir a hiperidrose com o simples suor excessivo. “Há um limite bem tênue entre um suador mais exacerbado e a doença que precisa ser tratada. Esse limite costuma ser o dano funcional e emocional que traz à pessoa”, diz Lamunier.

Ou seja, se o fato de suar muito e rotineiramente te leva a mudanças de hábitos, ao afastamento de atividades e ao isolamento, por exemplo, pode ser sinal de que é preciso tratar o problema. De acordo com o dermatologista, a hiperidrose não é psicológica, causada pelo nervosismo ou ansiedade, como a maioria acredita. “É uma doença genética em que há uma resposta inadequada das glândulas sudoríparas diante de situações gatilho rotineiras, como temperaturas elevadas, estresse e, até mesmo, atividades físicas de baixa intensidade”, diz.

No geral, a hiperidrose começa a se manifestar na adolescência e, se não for tratada, permanece com a pessoa. Lamunier explica que o suor excessivo que começa na vida adulta ou aquele que acontece durante o sono (suor noturno) não caracterizam a hiperidrose. “Existem outras doenças que simulam essa situação. Se isso acontece, desconfiamos de outras doenças, como alguns tipos de câncer“, esclarece.

Diferentes partes do corpo que têm glândulas sudoríparas podem sofrer com a hiperidrose: axilas, palma das mãos, planta dos pés, costas e até couro cabeludo. E é possível que aconteça de maneira localizada ou generalizada – varia caso a caso.

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“Quando é nas mãos, por exemplo, a pessoa tem dificuldade para manusear papéis e pode chegar a molhá-los. Nos pés, causa micose recorrente e faz com que os calçados escorreguem. O fato é que sempre traz algum desconforto funcional e social”, resume Lamunier.

Como tratar a hiperidrose

Felizmente, quem sofre com a hiperidrose já pode contar com uma variedade de tratamentos para minimizar o desconforto e melhorar a qualidade de vida. A melhor escolha depende das particularidades de cada caso e deve ser discutida com seu médico.

A seguir, confira as opções disponíveis elencadas por Fernanda Junqueira, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Sociedade Americana de Medicina Estética e especialista pela Associação Médica Brasileira:

Uso de substâncias tópicas: na forma de creme, é o tratamento mais acessível financeiramente, mas pode não funcionar para todos os casos. O médico prescreve fórmulas que podem ser manipuladas de acordo com as necessidades de cada paciente. Os ativos criam uma barreira que evita a saída de suor pelos poros. No geral, uma fórmula simples custa a partir de R$ 200.

Toxina botulínica: tem sido a opção de 80% dos médicos e pacientes atualmente quando se trata de custo-benefício. O médico aplica a substância com agulha na região afetada e, para minimizar a dor, o paciente recebe anestesia antes do procedimento. Tem alta eficácia e dura de 10 meses a um ano. Custa entre R$ 2,6 mil e R$ 4 mil, dependendo do profissional.

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Ondas de choque: também conhecida como radiofrequência. É um procedimento para axilas, feito com aparelho no consultório do dermatologista. Estudos mostram eficácia de até 40%. Requer de oito a dez sessões e custa de R$ 400 a R$ 800 por sessão, dependendo da região do país.

Procedimento cirúrgico: tratamento mais invasivo, que visa cortar nervos para que eles não façam mais a transmissão nervosa para as glândulas sudoríparas. A recuperação costuma ser rápida mas não é possível garantir a eficácia, já que o corpo pode encontrar vias alternativas para suar em outros locais do corpo. Custa a partir de R$ 8 mil.

Conclusão

Embora a transpiração seja natural, em alguns casos o suor excessivo pode ser sinal de hiperidrose, uma doença genética em que há uma resposta inadequada das glândulas sudoríparas diante de situações gatilhos (como estresse e atividade física de baixa intensidade), que começa a aparecer na adolescência. A boa notícia é que há tratamentos para uma vida mais confortáveis. Sofre por suar muito? Então busque um especialista, para descobrir qual a melhor opção para você.

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