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Conheça a MIND, a dieta que promete prevenir o Alzheimer

Ela é uma mistura das já conhecidas DASH e mediterrânea

Por Amanda Panteri
18 jan 2020, 15h06

Quando a gente pensa em dieta, emagrecer e manter a saúde do corpo são as primeiras coisas com as quais associamos, não é mesmo? E se a gente falasse que certos estilos de alimentação podem melhorar a nossa saúde mental e até retardar o aparecimento doenças como o Alzheimer? Mágico, não? 

Pois é o que a nova dieta MIND promete. Ela é uma mistura das famosas DASH (que, em tradução livre, significa abordagem dietética para parar a hipertensão) e mediterrânea. Mas, antes de explicarmos como ela funciona, precisamos primeiro entender: como o que comemos pode interferir no surgimento do Alzheimer? Quem nos ajudou com isso foi o neurologista Fabio Porto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. 

O que é a doença de Alzheimer? 

De acordo com o médico, é uma doença neurodegenerativa em que há o acúmulo anormal de dois tipos de proteínas no cérebro: a beta-amiloide e a TAU. “Elas vão aumentando progressivamente e destroem os neurônios da região da memória”. 

É por isso que o principal sintoma do Alzheimer é a perda de memória recente. Contudo, conforme a doença avança, outras funções são afetadas, como a linguagem, o comportamento, a capacidade motora e o raciocínio

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Quais as evidências científicas que apontam que a alimentação influencia no aparecimento da doença? 

“Estudos mostram que a dieta mediterrânea (que é saudável e à base de verduras, legumes, pouca gordura saturada e quase nada de carne vermelha) reduz sim as chances do aparecimento da doença”, diz Fabio Porto. É o que corrobora um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Atenas, publicado em julho do ano passado. Nele, os especialistas analisaram outras 22 pesquisas anteriores relacionadas ao assunto. Os resultados? Pessoas que eram adeptas a cardápios parecidos com o mediterrâneo estavam mais protegidas do Alzheimer, depressão, AVC e até demência! 

Contudo, o neurologista deixa claro que uma dieta não necessariamente funciona como uma vacina. “Não existe um alimento específico que faça com que as pessoas não desenvolvam a doença. Na verdade, o efeito benéfico está no conjunto da alimentação com um estilo de vida mais saudável também”, ele explica. Isso inclui dormir bem, praticar exercícios regularmente, cuidar da saúde mental e combater o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.

E a ciência também parece estar do lado desse ponto de vista. Um estudo de outubro de 2019, publicado no periódico Neurology, afirma que indivíduos que consomem altos níveis de gorduras trans (muito encontrada nos alimentos processados e embutidos) podem ter de 50 a 75% mais chances de desenvolver o Alzheimer. 

Por fim, o que prega a dieta MIND? 

Recentemente, chegou ao Brasil a obra “Dieta MIND: Para manter o Cérebro Saudável”, da nutricionista Maggie Moon. Lançado pela editora Cultrix, ele é um bom guia para quem deseja testar uma alimentação que preza o equilíbrio, além de conter dicas de cardápio. Formada essencialmente por substâncias neuroprotetoras e antioxidantes, a dieta MIND visa combater o declínio cognitivo do ser humano, em especial o Alzheimer. Mas como?

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Dando ênfase em alguns alimentos em detrimento de outros. Como é o caso das hortaliças. Em sua obra, a nutricionista defende que as verduras folhosas  têm a capacidade de promover a manutenção das nossas habilidades cognitivas — que incluem coordenação motora, memória, atenção e percepção. Ela ainda dá exemplos: alface, repolho, acelga, couve kale, agrião, alcachofra, tomate-cereja e até alho. Veja quais outros grupos são conhecidos por trazerem benefícios para o cérebro: 

  • Cereais integrais: atualmente estão sendo estudados por melhorarem a saúde do sistema cardiovascular, diminuir as chances de diabetes, cânceres e aumentar a saúde cognitiva. Amaranto, arroz, aveia, centeio, cevada, quinoa, milho e trigo são alguns deles;
  • Oleaginosas: a dieta MIND recomenda a ingestão delas pelo menos cinco vezes na semana, pois são fonte da vitamina E, que protege o cérebro. São: castanha-do-pará, amêndoa, castanha-de-caju, nozes, pistache, amendoim e macadâmia;
  • Leguminosas: é preciso consumi-las pelo menos quatro vezes por semana. As leguminosas contém proteína vegetal, fibras, vitaminas do complexo B, ferro, potássio e minerais essenciais. E pouco teor de gorduras! Preze por: edamame, fava, feijão-branco, feijão-carioca, feijão-preto e feijão-vermelho;
  • Frutas vermelhas: possuem ação benéfica no sistema cognitivo tanto a curto quanto longo prazo. Consuma acerola, mirtilo, morango, maçã, framboesas, romã e uva;
  • Peixes: fazer uma refeição com peixe pelo menos uma vez por semana (e que não seja com ele frito) já basta para trazer benefícios ao cérebro;
  • Azeite de Oliva: utilize o azeite de oliva como a principal fonte de gordura da sua dieta e pronto, a sua mente estará blindada. Afinal, o óleo contém cerca de 230 antioxidantes e polifenóis. 
  • Vinho: uma taça por dia, está bem? Nem mais, e nem menos do que isso. O líquido é rico em polifenóis e já foi associado com a melhora da capacidade cognitiva. 

Mas o que evitar? A obra também elenca alguns alimentos prejudiciais para a saúde do cérebro: 

  • Carne vermelha (quanto mais processada e embutida, pior);
  • Manteiga e margarina;
  • Queijos;
  • Guloseimas de confeitarias e doces;
  • Frituras.
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