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Óleo de coco: saiba para quais funções o alimento é indicado

Saiba o que é fato e exagero nos ataques feitos a esse alimento!

Por Marcia Di Domenico e Luiza Monteiro
Atualizado em 17 fev 2020, 15h16 - Publicado em 18 jun 2017, 08h00

Justo agora que você se acostumou a incluir o óleo de coco no pré-treino para ter mais energia e favorecer a queima daquela gordura na cintura surge a notícia de que ele não é bem um super-herói da alimentação saudável. Calma: nem por isso ele virou inimigo de um dia para o outro. Recentemente, a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) se posicionou contra o produto.

No último dia 15 de junho, outra importante entidade soltou um alerta contra o óleo. Em um estudo publicado no periódico Circulation, a American Heart Association (AHA) fala sobre os benefícios para o coração de reduzir o consumo de gorduras saturadas e aumentar a ingestão de versões mais saudáveis, como as mono e as poli-insaturadas. E, para quem não sabe, “o óleo de coco tem em sua composição mais de 80% de gordura saturada. Além disso, não existem estudos suficientes e consistentes sobre seus benefícios”, diz o nutrólogo Carlos Alberto de Almeida, diretor da Abran.

A BOA FORMA ouviu também o outro lado: o dos especialistas que defendem o alimento como um aliado para aumentar a saciedade, fornecer energia e, sim, até favorecer a perda de peso. Antes de suspender o bullet proof (café batido com óleo de coco), entenda melhor essa história.

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Por que não…

A Abran defende que é cedo para apostar todas as fichas no poder nutricional e medicinal do óleo de coco. Consumi-lo sem orientação pode não trazer os resultados alardeados e ainda fazer você engordar.

Controle da obesidade

Para a associação, existem poucos estudos relevantes que relacionam o consumo do óleo de coco à perda de peso. E, ainda, boa parte foi conduzida em populações asiáticas ou indianas, que usam o ingrediente no dia a dia mas têm hábitos alimentares diferentes dos brasileiros.

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Há também pesquisas que não avaliaram os resultados no longo prazo. Uma delas, feita na Malásia, não mostrou redução significativa no índice de gordura nem na circunferência da cintura de mulheres quatro semanas após incluírem o óleo de coco na alimentação. O trabalho foi publicado no periódico ISRN Pharmacology.

Ação Antimicrobiana

Sabe-se que os ácidos láurico e caprílico, presentes no óleo de coco (e no leite materno), agem contra bactérias e fungos causadores de problemas gastrointestinais, bucais e até infecção urinária. O valor de outras partes do coco (água, polpa, fibra da casca) também já foi demonstrado em alguns trabalhos, como os mencionados em uma revisão publicada no Asian Pacific Journal of Tropical Medicine.

“Mas o óleo, como produto culinário, não foi considerado nessas pesquisas”, observa Carlos Alberto.

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Reforço para a imunidade

Não há estudos mostrando a ação direta do óleo de coco sobre o sistema de defesa do organismo. A monolaurina, substância derivada do ácido láurico, é capaz de controlar a proliferação de fungos e bactérias, como vários estudos já comprovaram. Mas a maioria deles é in vitro ou foi conduzida em animais, não em seres humanos.

Por que sim…

Os profissionais a favor mantêm a recomendação de associar o produto a uma dieta equilibrada e sempre em doses moderadas. Eles se baseiam em estudos científicos sobre o alimento e em evidências clínicas.

Perda de peso

Quando você acrescenta o óleo de coco à panqueca matinal, fica saciada e sem fome quase até a hora do almoço? Qualquer gordura tem esse poder. Mas, no lugar de ficar alojada na cintura, a do coco ajuda a afinar, segundo um estudo de 16 semanas da Columbia University, nos Estados Unidos, em parceria com o Centro de Pesquisa em Obesidade de Nova York, publicado no American Journal of Clinical Nutrition.

“Esse resultado está associado à ação termogênica: o óleo acelera o metabolismo e, com isso, aumenta o gasto energético”, afirma a nutricionista Nayara Massunaga, do Departamento Científico da VP Consultoria Nutricional, em São Paulo.

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Energia no pré-treino

Só trocar o óleo convencional pelo de coco não basta para obter um resultado significativo na balança.

É preciso malhar. E ele dá uma força para você não perder o pique – por isso funciona como uma boa opção antes da aula. “Os ácidos graxos de cadeia média são rapidamente absorvidos no intestino e transformados em energia”, diz Nayara. Com combustível fácil, você pedala ou corre com mais intensidade, queima a gordura e ainda poupa os músculos.

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Fritura permitida

O óleo de coco não torna a batata frita mais inofensiva. Mas, por ter um ponto de fusão (ou fumaça) elevado – capacidade de aguentar temperaturas altas sem que isso leve à produção de toxinas –, é uma boa opção para você preparar um refogado mais saudável. Quanto à fritura: “Evite ao máximo, independentemente do óleo usado”.

Para a AHA, pelo alto alto teor de gordura saturada, o alimento queridinho das fit girls seria tão ruim quanto manteiga, óleo de palma ou gordura animal. O ideal é consumi-lo com moderação e, sempre que possível, dar preferência aos óleos de canola, soja, amendoim, girassol e amêndoas.

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