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Orange zone: testamos o treino HIIT que é a sensação do momento

Nossa editora de fitness fez uma aula do treinamento funcional power que acaba de estrear no Brasil e vai virar a nova mania de quem quer secar

Por Daniela Bernardi
Atualizado em 9 jan 2017, 13h07 - Publicado em 4 dez 2016, 09h00

Uma espécie de aula funcional em grupo ou um grande desafio de superação… É difícil definir o tal treino na “orange zone”, que experimentei recentemente em uma academia de São Paulo. Fato é que ele livra do tédio quem sente pavor de musculação e incentiva até as pessoas menos competitivas a quererem sempre um pouco mais. Confesso, exige certa coragem para entrar na sala especialmente reservada para a modalidade. Assim como nos Estados Unidos, onde o método virou febre, aqui o ambiente também tem uma iluminação toda alaranjada que parece alertar: zona de perigo, passagem sem volta. Pelo menos, eu não estava sozinha. Carreguei comigo nossa redatora-chefe, a Ju, que estava louca para conhecer a novidade.

O cenário fica cada vez mais próximo ao de um seriado de ficção científica. Dados como peso, idade e gênero são digitados em um computador e sincronizados com um frequencímetro que recebemos. Logo noto que nosso nome aparece em duas televisões pregadas em paredes opostas. Abaixo de cada um, um círculo avisa em tempo real nossos batimentos cardíacos (por enquanto, está verde, o que significa entre 61 e 70% da frequência cardíaca máxima, ou FCmáx). “Caramba, todo mundo vai ver nossa performance?”, nos perguntamos. Sim e não.

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Na orange zone (e nas outras aulas que seguem o mesmo método e estão invadindo as academias do país), tudo fica registrado na tela e a professora está sempre de olho –, mas ninguém está ligando para o desempenho do coleguinha. Tenho a impressão de que todos estão imersos em uma única missão especial: elevar a intensidade da própria atividade – entre 84 e 91% da FCmáx – para otimizar a queima de gordura ao longo do dia. Isso significa que nosso nome precisa estar sempre no laranja, cor que representa a zona ideal para secar os pneuzinhos.

Até então, sempre havia malhado de forma exaustiva, mas sem mensurar quão efetivo tinha sido meu treino – nunca me dei bem com os pequenos visores repletos de informações dos relógios esportivos. Estava empolgada. Para mim, era a chance de conseguir acompanhar meus batimentos e (ainda mais importante) ajustar o ritmo dos exercícios de modo instantâneo: bastava ficar de olho nas cores da TV e aumentar ou reduzir a exigência, se necessário. Luz, halteres, ação!

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EPISÓDIO 1: A ADAPTAÇÃO

Mulher em treino funcional
Ao atingir a zona laranja, você produz o efeito Epoc, quando o organismo usa – pelas 48 horas seguintes! – gordura como fonte para repor o estoque de glicogênio (Peopleimages/Getty Images)

Já no aquecimento, a turma – cerca de 15 pessoas – foi dividida em três grupos: esteira, remo e exercícios funcionais, em que eu e a Ju começamos. “Quero ver todo mundo no laranja!”, gritou a professora Juliana Hitomi, da academia Cia Athlética. Em uma terceira televisão, vídeos ensinavam a sequência que teríamos de reproduzir: flexões no TRX, agachamentos com halter e abdominais – todos com possibilidades de adaptação para quem tivesse menos preparo físico. A professora também demonstrava um a um.

Percebi que podia ir além, uma vez que não passava do amarelo (de 71 a 83%). Como a carga já estava pesada, decidi acelerar. “Yes, laranja!” Por ser um treino totalmente personalizado, cada um controla a própria intensidade. A Ju, por exemplo, apesar de fazer os movimentos em uma velocidade um pouco menor que a minha, chegou à cor vermelha (acima de 92%) várias vezes – e queimou 100 calorias a mais que eu. Vantagem para as pessoas que preferem se superar em vez de competir com os outros.

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EPISÓDIO 2: REMA, CORRE, PULA, VOA!

A professora havia explicado que a aula pode ter dois benefícios extras (além de derreter as gordurinhas): melhorar a capacidade cardiovascular ou a força. Naquele dia, as sequências dos aparelhos ergométricos seriam usadas em prol dos músculos. No espelho à frente do remo, estava anotado um esquema que deveríamos seguir por cinco minutos: 100 m com 10 segundos de pausa + 200 m com 10 segundos de pausa + 300 m com 10 segundos de pausa. Adotei a mesma estratégia dos exercícios funcionais; quando meu nome ficava amarelo, acelerava os braços para chegar ao laranja. Ou melhor, as pernas, que têm papel fundamental na modalidade (até saí com os adutores doloridos!).

Para fechar a primeira volta (de um total de três), fomos para a esteira, onde uma tabela mostrava três níveis de esforço que podiam variar entre caminhada, trote e corrida. Cada pace combinava com uma inclinação diferente. Se você preferisse andar, a elevação seria bem maior, chegando a até 15%. Sempre de olho na televisão, reduzi a velocidade quando meu nome ficou vermelho, já que ainda faltavam 40 minutos de aula.

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EPISÓDIO FINAL: DEU MATCH!

Após passar três vezes por cada estação, realizando sempre sequências e exercícios diferentes, ainda sobraram cinco minutos para abdominais e pranchas. Ufa! Já havia esvaziado toda a garrafinha de água e encharcado a toalha de rosto. Cumpri o objetivo da aula de ficar de 12 a 20 minutos no laranja (foram 18 assim) e mandei para o espaço 525 calorias. Saí da academia com a sensação de que podia ter ido um pouco além – a Ju somou 52 minutos acima da zona amarela, enquanto eu, apenas 41. A vantagem é que, para o próximo treino, sei bem o caminho para melhorar, já que acompanhei meu desempenho ao vivo e ainda recebi as informações por e-mail.

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