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Nutrição comportamental: como a tendência vai turbinar sua dieta

Se você faz suas refeições com a cabeça na lua, é hora de rever o seu comportamento

Por Eliane Contreras
Atualizado em 26 abr 2024, 13h47 - Publicado em 9 jul 2016, 13h05

Enquanto você almoça, seu pensamento está no relatório que precisa entregar ao chefe ou no que está rolando nas redes sociais. Para tudo! A nutrição comportamental – movimento recente no Brasil que estimula o prazer de comer sem culpa – orienta você a fazer justamente o contrário: se desconectar de tudo ao redor e comer com atenção plena. Para isso, os nutricionistas especialistas nesse conceito recorrem à mindful eating (uma abordagem derivada da mindfulness – técnica de meditação que desperta a atenção para o momento presente). Como funciona: “Basta você se desligar dos ruídos externos e tentar perceber melhor a textura dos alimentos, o cheiro e o sabor dos temperos [leia 5 Passos para a Mente Não Voar]”, explica a nutricionista Manoela Figueiredo, de São Paulo. A ideia é melhorar sua relação com a comida. “Os hábitos
alimentares e a autoestima são favorecidos.” E a perda de peso que a gente tanto busca? “Vem de bônus, e de forma sustentável”, garante Manoela. Comer com atenção plena permite entender os sinais internos de fome e saciedade, além de você saber a hora exata de cruzar os talheres. A prática do mindful eating pode começar ainda antes, na hora de montar o prato. Pergunte a si mesma: “Qual é o tamanho da minha fome?”; “Preciso mesmo de toda essa comida?” Parece bobagem, mas dá certo. “A gente seleciona melhor os alimentos e para de cometer excessos sem perceber”, complementa a nutricionista Tatiana Eto, de São Paulo. Sua dificuldade pode ser diferenciar a fome física da emocional. Muita gente não percebe que o “vazio” no estômago tem a ver com stress, tristeza ou raiva. Sair em busca de algo para mastigar meia hora depois do almoço costuma ser um sinal. E o comer intuitivo – outro método usado na nutrição comportamental e que complementa a mindful eating – auxilia a identificar quais são os gatilhos. Antes de abocanhar um bombom no meio da tarde, entre um relatório e outro, respire fundo e use novamente a estratégia do autoquestionamento: “O que estou sentindo neste momento?”; “Preciso mesmo desse doce agora?” As respostas podem revelar um estado emocional equilibrado, e, mesmo assim, a vontade pelo chocolate persistir. Então curta o doce sem culpa. “Quando você reprime muito o prazer de saborear o que gosta, tende a atacar até três vezes mais na primeira oportunidade”, avisa Tatiana. Mas, claro, não é para liberar geral. Apenas coma com atenção plena para saber a hora certa de parar.

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