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Intolerância alimentar vs. alergia: como descobrir qual você tem?

Muita gente acha que é a mesma coisa, mas não é. Entenda quais são os principais sintomas de cada um dos problemas

Por Amanda Panteri
Atualizado em 21 out 2024, 16h30 - Publicado em 14 out 2020, 09h00
Intolerância alimentar
 (Antonio Busiello/Getty Images)
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Anda desconfiado que um alimento específico não cai tão bem para você como para outras pessoas? Pois vale investigar: as causas podem ser alergia ou intolerância alimentar.

Enquanto a primeira não é tão comum (atinge aproximadamente 3,5% dos adultos, segundo dados do Consenso Brasileiro em Alergia Alimentar); a segunda já está presente na realidade de muita gente — cerca de 40% dos brasileiros sentem certo desconforto ao ingerir leite e seus derivados, um dos tipos mais comuns de intolerância alimentar, afirma o Datafolha.

O problema é que os sinais que as duas doenças geram às vezes são tão parecidos, que dificultam o diagnóstico correto. Por isso é necessário entender suas diferenças:

Intolerância alimentar: o que é?

Ela tem a ver com problemas no funcionamento digestivo. “O organismo não produz a enzima responsável por digerir um alimento específico”, explica a nutricionista Gabriela Cilla (@gabi_cilla), da Clínica Nutricilla. No caso da intolerância à lactose, por exemplo, há a deficiência (em algum grau, que pode ser maior ou menor) da lactase, localizada no intestino delgado e responsável por degradar a molécula do leite.

E apesar de ter relação com fatores hereditários e até doenças que provocam lesões no intestino, a intolerância alimentar pode dar as caras por conta do que comemos ao longo da vida, sabia? “Ela aparece justamente porque a pessoa fez o uso abusivo do alimento (como leite, ou farinha branca) rotineiramente ou em quantidades excessivas”, complementa a especialista.

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“Os alimentos que mais comumente causam a enfermidade são leite e derivados, ovos, bacalhau, tomate, espinafre, pimentas e nozes. Tem também os industrializados, com seus inúmeros corantes e conservantes”, afirma o nutrólogo Vicenzo Stein Vargas (@dr.vicenzo), da Clínica Leger.

Mas e as alergias?

As alergias costumam acontecer desde a infância, e estão ligadas a distúrbios em nosso sistema imunológico. “O nosso corpo entende o alimento como uma agressão, e gera respostas que possuem efeitos sistêmicos eventualmente graves”, diz o nutrólogo.

Nesse caso, o problema sempre acontece com as proteínas. Como é o caso do glúten (proteína do trigo), leite, ovo, frutos do mar e oleaginosas.

E como identificar cada uma?

O passo básico consiste em prestar atenção nos sintomas. No caso da intolerância alimentar, eles costumam ser distensão abdominal, sensação de inchaço e estômago pesado, diarreia e gases. Depois, você pode seguir dois procedimentos: a dieta de exclusão ou teste sanguíneo.

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“Na exclusão, os prováveis itens são retirados do cardápio do paciente e reintroduzidos um a um, sempre observando os indícios”, explica Vicenzo Stein de Vargas. Como os sintomas são muito diferentes (e até tardios) de pessoa para pessoa, às vezes fica difícil reconhecer a relação entre uma comida e a resposta do seu organismo. “Então recorremos ao exame de sangue, no qual testa-se o grau de ligação do anticorpo da imunoglobulina G com cada alimento”, finaliza.

Já a alergia gera reações mais graves. “Coceira, vermelhidão, sensação de pele quente e inchaço nas vias respiratórias. Em alguns casos, até diarreia, vômito, respiração ofegante, falta de ar (por causa do fechamento da epiglote) e pressão baixa”, elenca a nutricionista Gabriela Cilla. A melhor forma de diagnosticar uma alergia alimentar é através de exames laboratoriais.

Tratamentos

Como as alergias costumam ser mais severas, o ideal é excluir a sua causa do cardápio (pois é, um pouco chato). Contudo, não é incomum as reações ficarem mais brandas com a idade, e você pode associar tratamentos, como vacinas e medicamentos orais (todos prescritos por um médico, tá?).

“Para a intolerância, geralmente recomendamos excluir o alimento por um bom tempo, e depois reintroduzir aos poucos, em pequenas quantidades, até que o organismo crie certa resistência. Em casos mais graves, nos quais o corpo não consegue gerar esse processo adaptativo, aí sim é necessário que haja a exclusão por completo”, afirma Gabriela Cilla.

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