Nós fizemos 7 perguntas de beleza que você não tinha coragem de fazer
Foto: Gustavo Arrais, Chris Parente, Mari Queiroz, Fabio Heizenreder
1. O que fazer quando o desodorante me deixa na mão no meio de uma reunião de trabalho, do treino na academia ou de uma superfesta?
Siga o nosso conselho: tentar disfarçar o mau cheiro com o próprio desodorante, com um perfume ou, numa emergência, com um pouco de creme hidratante, por exemplo, não é a melhor solução. “Isso aumentará as bactérias nas axilas, o que pode piorar o odor ruim”, diz o dermatologista Marcelo Bellini, de São Paulo. O ideal é sempre limpar a região para eliminar o suor. Na falta de água corrente e sabonete, recorra a lenços umedecidos sem perfume – muito práticos, existem de diversas marcas e tamanhos e devem estar sempre na bolsa. Aí, sim, reaplique o desodorante. Também é importante saber que alguns hábitos podem aumentar a transpiração e deixar o cheiro dela mais forte. Evite alimentos condimentados, como a pimenta, que elevam a temperatura corporal, e tecidos sintéticos, que abafam a região e criam condições ideais para o aumento de bactérias – o que piora o odor.
2. De que adianta investir nos exercícios para os glúteos se bolinhas avermelhadas no bumbum insistem em atrapalhar o toque e o visual dele?
“Essas bolinhas podem ser inflamações dos poros por onde nascem os pelos, chamada de foliculite, ou camadas de pele que se acumulam, conhecidas como queratose folicular”, explica Bellini. Vale evitar roupas justas, tecidos grossos (como o jeans) e lingeries de tecido sintético, já que o atrito provocado por eles na pele é um dos responsáveis pelo aparecimento das bolinhas. “Esfoliar levemente a região com cosméticos específicos para o corpo, em movimentos circulares, duas ou três vezes por semana, ajuda a remover as células mortas, reduzindo as bolinhas e deixando a pele mais macia e lisa”, diz a dermatologista Carla Albuquerque, de São Paulo. Casos mais graves se beneficiam com fórmulas à base de ureia e peróxido de benzoila e os dermatologistas recorrem até a peeling no bumbum para, pelo menos, suavizar o problema.
3. Acredite se quiser, mas sinto muita oleosidade dentro da orelha no final do dia (mesmo tomando banho pela manhã!). Sou uma extraterrestre?
Não, você é normal! Tanto a parte interna da orelha e a externa (atrás dela) são áreas que podem apresentar bastante oleosidade, especialmente nas mulheres de cabelo e rosto oleosos. Por isso, vale dar o mesmo cuidado a essa região. “Costumo indicar um sabonete à base de extratos de alecrim, camomila e zinco, um gel com nicotinamida ou mesmo um xampu para fios oleosos”, fala a dermatologista Silvia de Mello, do Núcleo de Saúde e Beleza da Clínica Ivo Pitaguy, do Rio de Janeiro. Use o dedo indicador para lavar o local (uma ou duas vezes por dia). Depois, com a ajuda de uma haste flexível, você pode passar um tônico adstringente por dentro e por fora da orelha, com o cuidado para os dois produtos não caírem no ouvido.
4. Às vezes, aparecem algumas bolinhas e casquinhas no meu couro cabeludo. São espinhas?
Antes de saber do que se trata, prometa que jamais vai cutucá-las. Feito isso, saiba que essas lesões também levam o nome de foliculite, ou seja, uma inflamação dos poros por onde nascem os fios de cabelo, que podem entupir devido à oleosidade excessiva, à má remoção de produtos capilares (como condicionador, leave-in aplicado na raiz e sprays de fixação), e às bactérias que levamos à cabeça quando a coçamos com as mãos sujas (mas lembre que você fez uma promessa!). “A foliculite ainda pode ser genética ou causada pelo estresse, que, comumente, gera uma reação inflamatória pelo corpo”, fala o dermatologista Marcelo Bellini. Troque o seu xampu regular (especialmente os de hidratação e reconstrução, que são mais pesados) por um anticaspa ou por um com pH 5, o mesmo do couro cabeludo, para não agredi-lo. Enxágue bem os fios após o uso do condicionador e recorra a um xampu antirresíduos uma vez por semana para remover o excesso de leave-in ou spray de fixação, que podem ficar acumulados na raiz. Por fim, evite banho com água quente demais, pois ela estimula as glândulas sebáceas a produzir mais sebo. Em casos graves, quando há a formação de nódulos inflamados, o médico pode prescrever loções manipuladas à base de corticoide e antibiótico, que controlam a inflamação e a proliferação das bactérias, respectivamente.
5. Não conta para ninguém, mas ando vendo alguns pelinhos saindo para fora do meu nariz. Socorro, qual a melhor maneira de removê-los?
Antes de pensar em arrancá-los, saiba que, mesmo não sendo esteticamente bonitos, esses pelos têm uma função importante para a saúde. “Eles filtram o ar que inspiramos, impedindo a inalação de impurezas para o pulmão”, esclarece Carla Albuquerque. Assim, se retirados completamente, esse processo fica comprometido. Esqueça, portanto, a cera (sim, existe! Sim, dói!) e os aparelhos para depilação nasal. “O ideal é aparar apenas a parte do pelo que fica para fora do nariz. Para não se machucar, utilize uma tesoura pequena e de ponta arredondada”, sugere Marcelo Bellini. Um espelho de aumento, daqueles que mostram até o que você não gostaria de ver, pode ajudar na missão.
6. E quando a depiladora pergunta se quero depilação íntima? Confesso que fico com vergonha de perguntar até onde vai essa opção ou se fico na basiquinha. E aí?
Apesar de os dermatologistas afirmarem que os pelos têm a função de proteger as áreas genitais contra infecções e recomendarem apenas aparar os fios com tesoura, as depiladoras são unâmimes ao dizer que a maioria das brasileiras opta pela versão íntima. Por isso, esqueça o constrangimento, já que a profissional está acostumadíssima com o assunto – ela nem liga quando você tem que ficar numa posição “vulnerável”. A íntima pode ser customizada: algumas mulheres depilam o contorno do biquíni, a área dos grandes lábios e a polpinha do bumbum, o ideal para os pelos não aparecerem no biquíni. As mais radicais retiram os pelos dos pequenos lábios (sim, dentro da vagina pode ter alguns) e do ânus. Há quem prefira deixar o monte de vênus peladinho. O importante é esquecer a vergonha para entrar em acordo com a depiladora e sair satisfeita com o resultado.
7. E pode fazer depilação a laser na área íntima?
Sim. Além da cera quente e da fria, o laser também cumpre essa missão. “A dor é um pouco maior do que em outras partes do corpo, mas usamos anestésico para que o procedimento seja o mais tranquilo possível”, conta a dermatologista Karla Assed, do Rio de Janeiro. A especialista alerta para a importância de fazer esse tipo de depilação em um consultório médico, reduzindo o risco de queimaduras nessa região tão delicada. Recomendamos, por motivos óbvios, procurar uma médica mulher.