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Por que o diabetes é um fator de risco para os rins?

Por Caroline Reigada
Atualizado em 21 out 2024, 22h27 - Publicado em 6 nov 2022, 11h00
Mulher medindo glicemia
 (Polina Tankilevitch/Pexels)
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O diabetes é uma doença extremamente inflamatória, em que a quantidade exagerada de glicose no sangue é capaz de provocar a hiperfiltração do sangue nos rins (a chamada hiperfiltração glomerular). Além disso, ele eleva a concentração de produtos de glicosilação (processo no qual açúcares são adicionados em proteínas e lipídios, transformando-os em glicoproteínas e glicolipídeos) avançada, os maiores responsáveis pelas complicações do diabetes.

Quando estes produtos ficam ativados pelo sistema único imunológico, aparecem as doenças dos vasos sanguíneos e dos nervos, assim como os prejuízos renais. São as denominadas complicações micro e macrovasculares do diabetes. Ou seja: microvascular – alteração de vasos menores, como dos rins e da retina; e macrovasculares – do coração e dos grandes vasos.

Os rins, órgãos de filtração, contêm justamente muitos vasinhos, principalmente dentro das estruturas chamadas glomérulos, que são os verdadeiros filtros do sangue. Os glomérulos podem ser muito prejudicados pelo diabetes. Quando isso ocorre, o paciente começa a perder proteína na urina, clinicamente correspondente ao aparecimento de espuma na urina, aumento da pressão arterial e edema (inchaço).

O controle do diabetes, que apresenta fácil diagnóstico (um simples exame de sangue) deve objetivar, na maioria dos casos, uma hemoglobina glicada menor que 7%. Caso você tenha diabetes ou história familiar desta doença, ou ainda, esteja sobrepeso ou obeso, procure seu nefrologista. Lembre-se que o diabetes pode ser uma doença insidiosa. O diagnóstico do pré-diabetes e seu tratamento é a melhor forma de evitar complicações como as renais.

Respondido por:

Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com residência médica na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e residência em Nefrologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a médica participa periodicamente de cursos e congressos, além de ter publicado uma série de trabalhos científicos premiados. Participou do curso “The Brigham Renal Board Review Course” em Harvard. Integra o corpo clínico de hospitais como São Luiz, Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Instagram: @dracaroline.reigada.nefro

 

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