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Lexa revela ter tireoidite de Hashimoto: ‘Minha memória parece meio curta’

Saiba o que é, quais são os sintomas e como é feito o tratamento da doença autoimune

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 15 set 2023, 14h53 - Publicado em 13 set 2023, 16h16

Na segunda-feira, 11 de setembro, a Lexa participou do podcast PodPeople, da psiquiatra Dra. Ana Beatriz Barbosa, e revelou, pela primeira vez, que sofre com tireoidite de Hashimoto. “Eu fui fazer uns exames que minha ginecologista passou e aí eu descobri que tenho uma doença chamada tireoidite de Hashimoto. A minha memória parece que é meio curta, eu tenho esquecimento o tempo inteiro”, relatou.

“Às vezes, eu estava numa linha de raciocínio, e aí eu esquecia e pedia para alguém me lembrar. Então, eu falei: agora eu tenho que falar sobre isso, porque muitas mulheres têm e não sabem e, às vezes, estão em quadros de depressão, porque ele desregula e dá uma fadiga”, completou.

Além dos esquecimentos frequentes, a famosa afirmou que também apresenta outros sintomas, como unhas e cabelos mais frágeis e problemas para emagrecer.

“As pessoas ficavam me criticando na internet, falando que eu fiz harmonização facial, mas não gente, eu tenho uma doença autoimune que me causa uma dificuldade em perder peso”, destacou ela, afirmando que teve que colocar de volta o alongamento de unhas porque as suas estão “parecendo papel”.

Para tranquilizar os fãs, a esposa de MC Guimê contou que já está fazendo um tratamento medicamentoso que, de acordo com ela, está lhe ajudando, inclusive, a recuperar sua libido.

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Assista à entrevista na íntegra:

O que é a tireoidite de Hashimoto, que atinge Lexa?

 

A doença de Hashimoto, também chamada de tireoidite de Hashimoto ou tireoidite linfocítica crônica, é uma condição na qual o sistema imunológico enxerga a glândula tireoide como um corpo estranho e passa a atacá-la. Com o tempo, esses ataques acabam danificando a tireoide, tornando-a incapaz de produzir os hormônios necessários para o funcionamento adequado do organismo e levando ao hipotireoidismo.

“A tireoidite de Hashimoto é a forma de incidência mais frequente de tireoidite e representa a causa mais comum de hipotireoidismo no Brasil. Ela afeta em torno de 5% da população adulta, e sua prevalência aumenta com o passar dos anos”, explica Patrícia Alves Soares Lara, nutricionista especialista em oxidologia e bioquímica celular e sócia-fundadora da Clínica Soloh.

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Fatores de risco

Os principais são:

  • Histórico familiar;
  • Presença de outras doenças autoimunes, como diabetes, artrite reumatoide, doença celíaca e lúpus;
  • Infecções virais ou bacterianas;
  • Alta exposição ao iodo ou à radiação;
  • Meia idade;
  • Sexo feminino (as mulheres são mais propensas).

Quais são os sintomas?

 

Entre os sintomas mais comuns da tireoidite de Hashimoto estão: fadiga intensa, retenção de líquidos, dificuldade para emagrecer/ganho de peso inexplicável, constipação intestinal, apatia, pele seca, queda de cabelo, alteração no ciclo menstrual, dificuldades cognitivas (concentração e memória, por exemplo), redução do batimento cardíaco e pressão mais baixa.

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“Alguns pacientes podem ter uma sensação aumentada de frio e se tornarem mais intolerantes à temperaturas mais baixas“, completa a Dra. Eliana Teixeira, médica pós-graduada em metabologia e endocrinologia.

Por ser uma doença progressiva, a tendência é que os sintomas piorem com o tempo e, por isso, é recomendado procurar um médico para identificá-la precocemente e começar o tratamento o mais rápido possível, evitando danos mais graves à tireoide e melhorando a qualidade de vida do paciente.

Como é o diagnóstico?

 

Para determinar se o hipotireoidismo é a causa dos seus sintomas, o médico avalia a sua história clínica e solicita exames de sangue que podem incluir o teste de TSH, um hormônio estimulante da tireoide produzido pela glândula pituitária, e o teste de T-4 livre (tiroxina), considerado o principal hormônio tireoidiano.

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“Quando a hipófise detecta baixos hormônios tireoidianos no sangue, ele envia o TSH para a tireoide para solicitar um aumento na produção de hormônios tireoidianos. Isso significa que níveis elevados de TSH no sangue indicam hipotireoidismo. Já um baixo nível sanguíneo de tiroxina (T-4) confirma os achados de um teste de TSH e mostra que o problema realmente está dentro da própria tireoide”, esclarece Patrícia.

A confirmação de que doença de Hashimoto é a responsável pelo hipotireoidismo se dá por meio da dosagem de anticorpos, que ajuda a descobrir se o sistema imunológico está liberando anticorpos desonestos que atacam células ou proteínas saudáveis do organismo.

“Normalmente, na tireoidite de Hashimoto, ocorre a produção de um anticorpo à peroxidase da tireoide (TPO), uma proteína que desempenha um papel importante na produção de hormônios tireoidianos. Então, a maioria das pessoas com esse problema de saúde possui anticorpos da peroxidase da tireoide (TPO) no sangue”, fala a nutricionista.

Tem cura? Como tratar?

 

Conforme ressaltado pela Dra. Tatiane Carneiro, endocrinologista do Hospital e Clínica São Gonçalo, por ser uma condição autoimune, não há cura para a tireoidite de Hashimoto. Diante disso, o tratamento apenas tem como foco o controle da doença, reduzindo os sintomas e possibilitando que o paciente tenha qualidade de vida.

Em casos nos quais há o hipotireoidismo associado à doença de Hashimoto, é frequentemente usado um hormônio sintético chamado levotiroxina, que funciona como o hormônio T-4 produzido naturalmente pela tireoide. “O objetivo desse medicamento, que deve ser utilizado pelo resto da vida, é restaurar e manter níveis adequados de hormônio T-4 e melhorar os sintomas do hipotireoidismo. Geralmente, uma pílula de levotiroxina deve ser tomada de manhã antes de comer. Porém, é indispensável que você fale com o seu médico sobre quando ou como tomá-la e siga corretamente as orientações. Além disso, também é crucial perguntar à ele o que fazer se você acidentalmente pular uma dose”, alerta a nutricionista Patrícia.

Mas, vale salientar que a tireoidite de Hashimoto, em estágios iniciais, pode não resultar imediatamente em hipotireoidismo, sendo que algumas pessoas podem até mesmo ficar assintomáticas. Nessas circunstâncias, pode não ser necessário um tratamento específico. Como conta a Dra. Eliana Teixeira, “se ainda não se desenvolveu o hipotireoidismo e o paciente tem um estilo de vida saudável, é possível que a gente consiga estabilizar esse ataque do próprio corpo à tireoide e evitar a evolução para o hipotireoidismo”.

Uma dieta balanceada e anti-inflamatória, a prática regular de atividades físicas e o gerenciamento do estresse são cuidados que também fazem toda a diferença para lidar com a doença.

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