Meditação é uma grande ferramenta de performance nos treinos; saiba mais!
Profissional explica que cinco minutos do seu dia são o suficiente para ajudar nos exercícios

A ideia de cuidar do corpo e da mente por meio da atividade física não é uma novidade. Muitos tratam os exercícios como válvula de escape para a correria do dia a dia, para ter uma pausa e olhar pra dentro. Porém, algo que pode complementar nessa “fuga” é a meditação.
Parece contraditório afirmar que a meditação ser um complemento da atividade física, mas realmente isso é possível. “A meditação não é apenas uma prática de relaxamento — é uma ferramenta de performance. Quando você treina, não é só o corpo que está envolvido, mas também o sistema nervoso, a atenção e a qualidade do foco”, explica Giuliano Milan, especialista em meditação, mentor de profissionais de alta performance, escritor e palestrante especializado em neurociência.
Giuliano conta que a meditação atua diretamente na autorregulação do sistema nervoso autônomo, promovendo estados de presença, de recuperação profunda e de maior consciência corporal. “Atletas de ponta, como os que acompanho, percebem ganhos reais em concentração, coordenação motora e capacidade de lidar com a dor e o cansaço. Meditar entre treinos, mesmo que por cinco minutos, pode ser o que diferencia alguém que apenas malha de alguém que evolui com consistência”.
Além disso, meditação e treinos possuem uma conexão, pois treinar é uma prática de repetição, presença, escutar o corpo. E a meditação também tem o mesmo objetivo. “Ambas são formas de retornar ao agora — o que, no mundo atual, é um ato quase revolucionário. Já vi empresários que corriam para aliviar a tensão, mas só depois que aprenderam a meditar perceberam que estavam correndo em fuga, não em presença. Quando unimos corpo e mente, o treino se transforma de uma tarefa física em uma experiência de integração. Por isso, meditar antes ou depois de um treino é tão potente quanto o próprio treino”.
Meditação e atividade física: complementos
Giuliano explica que a meditação aumenta a inteligência emocional e isso altera o jogo no ambiente do treino. “A pessoa aprende a perceber seus limites sem julgamento, a lidar melhor com frustrações — como uma meta não batida — e a voltar no dia seguinte com mais consistência. Ao mesmo tempo, a atividade física prepara o corpo para meditar melhor: reduz a inquietação, melhora o sono e favorece a produção de neurotransmissores ligados ao bem-estar. Corpo e mente trabalham em dupla. Um impulsiona o outro”.
E quando perceber que a meditação pode ajudar na rotina de treinos? O profissional de meditação responde: “Se você sente que treinar virou mais uma cobrança do que um prazer — ou se nota que mesmo treinando ainda vive cansado, com sono ruim, com ansiedade alta — é sinal de que o corpo está se mexendo, mas a mente continua em modo de alerta. Isso acontece porque, sem o cuidado com o sistema nervoso, o treino pode virar apenas mais uma forma de “se exigir”. A meditação entra como um espaço de pausa, de regulação, de afeto interno. E o desempenho melhora, não piora, quando há espaço para pausa”.
O profissional complementa que a meditação, quando se torna um hábito, ela transforma: “Transforma não só o desempenho físico, mas a forma como vivemos, decidimos, sentimos e nos relacionamos com o mundo. Não é sobre esvaziar a mente — é sobre voltar para casa, dentro de si”.
Técnicas para conseguir se concentrar para meditar:
- Comece pelo corpo. Sentar-se com a coluna ereta, respirar de forma consciente por dois minutos, sentir os pés no chão — isso já é meditação.
- Técnicas de ancoragem, como atenção à respiração ou ao som ambiente, são ótimos pontos de partida.
- Meditações guiadas também ajudam muito, especialmente para quem sente a mente agitada ou nunca meditou antes.
- A prática não precisa ser longa — precisa ser constante. Meditar é como escovar os dentes: não precisa ser perfeito, mas precisa ser diário. Isso muda o cérebro. E muda a vida.
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