A obesidade tem cura? Tratar a doença é muito mais do que emagrecer

Segundo a OMS, obesidade é caracterizada como uma doença crônica. Especialistas esclarecem sobre o tema

Por Maraísa Bueno
11 jul 2025, 18h00
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A obesidade não tem cura, pois é uma doença crônica, segundo a Organização Mundial da Saúde (./Freepik)
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A obesidade é uma doença crônica, classificação dada pela Organização Mundial da Saúde. Ou seja, é uma doença que não tem cura, e, de acordo com profissionais, precisa ser tratada como uma doença.

A classificação é feita por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), onde o cálculo é feito por meio do peso da pessoa em quilogramas, dividido pela altura em metros quadrados. Ainda de acordo com a OMS, para entender se está sobrepeso ou com obesidade, os resultados precisam estar entre:

  • Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9
  • Obeso: IMC igual ou superior a 30

“A primeira coisa que a gente precisa fazer é tirar a culpa da equação. A obesidade não é uma falha de caráter, e sim uma doença crônica, multifatorial, reconhecida por diversas entidades médicas no mundo todo”, explica a nutróloga Bruna Durelli, especialista em obesidade.

Afinal, a obesidade tem cura?

Para a nutricionista, com pós em nutrição esportiva pela Universidade Gama Filho, Letícia Lenzi Claudino, a obesidade é uma doença que precisa ser tratada como doença. “Não podemos romantizar isso e, na verdade, é que o corpo, ele sempre vai tentar voltar ao seu estado normal, então se uma pessoa  foi obesa ao longo da vida, ele [corpo] vai sempre tentar voltar para o que era”.

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Sobe a questão de a obesidade ter ou não cura, a nutricionista esclarece que a resposta é não: “Quando a pessoa emagrece ela continua existindo? Sim, ela continua sendo uma pauta para a pessoa tomar cuidado e não é uma garantia de sucesso, mesmo quando a pessoa estiver magra, se manter magra por um período”, destaca.

Já a nutróloga Bruna Durelli completa, destacando que a obesidade não tem “cura” no sentido tradicional, como uma infecção que some com a ajuda de um antibiótico: “Mesmo após o emagrecimento, o corpo de uma pessoa que já teve obesidade continua reagindo de forma diferente: há alterações hormonais, inflamatórias e até na memória metabólica”.

A médica explica que, a partir disso, a obesidade entra em remissão, e não em cura definitiva: “A boa notícia é que é absolutamente possível viver com saúde, equilíbrio e qualidade de vida — desde que o tratamento continue de forma estruturada”.

Tratamento com profissionais

A nutróloga Bruna Durelli explica que no início do tratamento da obesidade, há três pilares abordados com o paciente: “Falamos sobre o que está por trás daquele ganho de peso, como o corpo está funcionando agora, e quais caminhos são possíveis para reverter os riscos à saúde”.

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Isso envolve exames metabólicos, investigação do histórico emocional, sono, rotina alimentar, níveis de estresse, prática de atividade física e, claro, a escuta ativa sobre o que o paciente já tentou e o que não funcionou.

Já a nutricionista Letícia Lenzi Claudino completa destacando que há inúmeros fatores associados ao caso de obesidade: “O caso da genética, o caso de problemas associados à infância, hereditariedade, tem muitos fatores. Então, são várias lacunas que, obviamente, a gente só vai conseguir ter clareza de forma individualizada, quando a gente for a fundo do paciente em questão de forma individual”, destaca. 

O desafio após emagrecer é grande!

Dra. Bruna Durelli afirma que manter o peso após o emagrecimento é uma etapa tão desafiadora quanto o processo de perder peso e, muitas vezes, ainda mais delicada. “Nesse momento, o foco é a manutenção da massa muscular, o controle da fome biológica e emocional, a adaptação da rotina alimentar à nova realidade e a prevenção do reganho de peso”, esclarece.

Além do nutricionista, há outros profissionais que também estão envolvidos nesse processo, e são eles:

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  • médico (para avaliar marcadores metabólicos e ajustar condutas),
  • psicólogo (para lidar com padrões de comportamento, compulsão ou distorção da autoimagem),
  • e educador físico (para trabalhar o corpo de forma inteligente e segura).

Em alguns casos, também pode entrar terapeutas comportamentais, fisioterapeutas ou especialistas em sono.

É importante reforçar que tratar a obesidade é muito mais do que emagrecer: é recuperar a autonomia sobre o próprio corpo e entender que saúde é um processo contínuo, não um destino final”, finaliza a Dra. Bruna.

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