IA na nutrição: como usar com segurança e sem riscos à saúde?
Conversamos com nutricionistas que falaram sobre os pontos de usar a inteligência artificial no processo de emagrecimento

A inteligência artificial entrou na rotina de diversas áreas: desde a própria tecnologia até mesmo para ajudar a definir tarefas ou tirar dúvidas durante uma conversa entre amigos. E, na nutrição, também não é diferente. Ao fazer pesquisas, a própria ferramenta já oferece dicas para montar uma dieta, receita com determinado tipo de ingrediente.
Mas, afinal, é um risco para a nutrição, o uso de inteligência artificial? Conversamos com as profissionais, Aline Becker, nutricionista, personal e colunista da Boa Forma, e Carla Fiorillo, nutricionista da Puravida, que trouxeram seus pontos sobre o uso de IA para montar uma dieta.
IA x nutrição: é possível montar uma dieta com a ajuda da inteligência artificial?
Aline Becker: Possível é. Em tempos como os que vivemos, não há como nos mantermos longe das atualizações e das tecnologias. Acredito que o profissional que se distancia dessas ferramentas corre o risco de ficar para trás. No entanto, é importante lembrar que elas servem como auxílio, não como solução completa. A personalização e a escuta atenta das queixas do paciente exigem humanização e empatia, aspectos que apenas nós, seres humanos, conseguimos alcançar, através do nosso conhecimento técnico e experiências de vida. Concluindo, a IA está aqui para nos apoiar, e não para assumir o papel de elaborar protocolos de dieta.
Carla Fiorillo: Sim, hoje é possível elaborar um plano alimentar com a ajuda da inteligência artificial. No entanto, vale deixar claro que nada substitui o olhar do nutricionista, que irá trazer uma abordagem completamente individualizada e humanizada, considerando não calorias e nutrientes, mas também o contexto de vida do paciente – incluindo fatores ambientais, sociais e psicológicos
Quais os principais riscos ao utilizar a IA para montar uma dieta?
Aline Becker: Os principais riscos ao utilizar IA são a falta de personalização da dieta e a falta de detalhes robustos para a elaboração de um protocolo. Esses dois pontos fazem toda a diferença para quem quer alcançar bons resultados. Quando se trata do ser humano, precisamos de atenção, olhar empático, personalização para cada rotina. Pois sim, precisamos adaptar as dietas e protocolos para diferentes realidades, além de testar o que funciona ou não para cada pessoa, e a IA não consegue ter este pensamento reflexivo, somente nós profissionais, então a chance de dar errado seguindo uma dieta feita 100% por IA, ainda é muito grande.
Carla Fiorillo: O risco é justamente deixar de ter esse olhar humano! A alimentação é algo que está profundamente ligada à nossa história, que desperta sentimentos e que permeia todas as áreas da nossa vida. Deixar de olhar esses aspectos e focar apenas na quantidade e qualidade dos nutrientes é fazer um plano alimentar que está fadado ao fracasso.
IA não é tabu
Carla Fiorillo traz uma reflexão a respeito da inteligência artificial ser uma colaboradora para os profissionais da área: “Na minha visão, a inteligência artificial não deve ser um tabu para os nutricionistas, já que pode auxiliar (e muito!) na prática clínica, facilitando tarefas do dia a dia que podem ser feitas de maneira mais simples e automatizada. O ponto é usar a IA como uma FERRAMENTA, algo que vai contribuir com a rotina, e não algo que vai substituir o papel do nutricionista, que é ter um olhar integrativo, completo e individualizado de cada paciente”.
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