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Bermudas anticelulite: elas funcionam mesmo?

Produtos prometem acabar com os furinhos após 2 meses de uso. BOA FORMA foi investigar.

Por Thaís Cavalheiro (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 16h44 - Publicado em 28 nov 2011, 22h00
Valua Vitaly/ Thinkstock/ Getty Images
Valua Vitaly/ Thinkstock/ Getty Images (/)
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A celulite é uma reclamação comum da ala feminina. “Ela afeta 95% das mulheres”, diz Sergio Talarico, chefe do Departamento de Dermatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). E a simples ideia de vestir uma bermuda para trocar a rugosa casca de laranja por uma sedosa pele de pêssego é para lá de tentadora.

Antes de tudo vale lembrar que celulite é uma inflamação de diversas causas: excesso de gordura, retenção líquida, alteração hormonal e flacidez da pele. Os médicos dizem que não tem cura – apenas melhora. A boa notícia é que não faltam pesquisas, sejam cosméticos, cápsulas, tratamentos estéticos e agora peças de vestuário. E dá para confiar? Foi em busca dessa resposta que a revista BOA FORMA investigou estudos e ouviu técnicos e dermatologistas.

Como a bermuda funciona
Esse tipo de roupa é confeccionado com uma tecnologia de ponta. Na peça da Invel, empresa de pesquisa, o tecido de poliamida e elastano (comum em moda fitness) leva um banho de uma biocerâmica que se incorpora à trama. Em contato com o corpo, esse material absorve calor para depois devolvê-lo sob a forma de raios infravermelhos longos.

“É um processo fotoquímico que estimula o fluxo do sangue no local, melhorando a circulação, a retenção líquida e a inflamação”, resume Nelson B. Lima, pesquisador e doutor em tecnologia nuclear pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e pesquisador colaborador do Instituto Invel de Tecnologia e Pesquisa.

Já a Rhodia, multinacional que fornece matérias-primas para diversas marcas de lingerie e sportswear (Plié, Scala, Trifil, Hope, Lupo, entre outras), lançou o fio têxtil de poliamida batizado de Emana, que tem a mesma função: estimular a circulação e melhorar o aspecto da pele. O diferencial é que o próprio fio já contém cristais bioativos que emitem a radiação infravermelha.

O que dizem os especialistas
Para os dermatologistas, só há um meio de saber se as bermudas dão resultado: testando-as e com rigor. Foi por isso que o setor de cosmiatria do Departamento de Dermatologia e a disciplina de cirurgia vascular do Departamento de Cirurgia, ambos da Unifesp, resolveram realizar um estudo clínico para investigar a eficácia e a segurança de um tipo de tecido de compressão no tratamento da celulite de graus 2 e 3 (leve e moderado).

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“O objetivo é avaliar, em três meses, as possíveis modificações na microcirculação e verificar melhoras nos sinais clínicos da celulite”, diz Sergio Talarico. Apesar do estudo ainda não estar concluído, o médico prevê resultados interessantes. A expert Doris Hexsel, do Serviço de Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, que estuda a fundo a celulite, cita uma referência na literatura médica sobre o uso de uma bermuda compressora, mas associada à aplicação de cremes. “Houve uma melhora discreta na celulite”, conta.

“Acredito que o efeito de sustentação da bermuda seja capaz de prevenir um agravamento da flacidez, que tem papel importante no desenvolvimento do problema”, fala. O dermatologista Davi de Lacerda, formado no Hospital Johns Hospkins, Estados Unidos, acrescenta um outro possível benefício das bermudas: “A compressão desse tipo de tecido e a modelagem podem facilitar a drenagem linfática”.

É fácil de usar?
Segundo os fabricantes, as bermudas precisam ser usadas por, no mínimo, 60 dias para dar resultado. Os estudos das próprias marcas registraram melhora com oito horas contínuas vestindo a peça. A bermuda da Invel, registrada pela Anvisa como produto terapêutico, resiste a até 100 lavagens. Já as peças confeccionadas com o fio Emana, também com registro na Anvisa, não têm prazo de “validade”:
 

Bermudas anticelulite: elas funcionam mesmo?

 

Raio X da bermuda Invel
Tecnologia: tecido banhado com o mineral MIG3 irradiador de raios do tipo infravermelho longo
Ação: favorecer a circulação local
Estudo da empresa: 151 mulheres usaram a bermuda durante 60 dias por oito horas contínuas
Resultado: melhora de 65% no aspecto da pele e redução da celulite nos graus 2 e 3. Produz benefícios como diminuição de dores, relaxamento muscular, redução de gorduras e inchaço
Modelos: na imagem acima: (1) bermuda, R$ 384*; e (2) legging, R$ 439*

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Raio X do fio Emana (Rhodia)
Tecnologia: fio composto de cristais bioativos que irradiam raios do tipo infravermelho longo
Ação: favorecer a circulação local. Estudo da empresa: 15 voluntárias entre 18 e 45 anos usaram a peça que tinha uma perna com tecido confeccionado com fio Emana e a outra com tecido de poliamida convencional durante 60 dias por seis horas contínuas
Resultados: aumentou em 8% a elasticidade da pele e reduziu a celulite nos graus 1 e 2

Confira outras opções de peças anticelulite:

Ainda na imagem acima: (3) macaquinho, R$ 179,80*, da Alto Giro; e (4) body, R$ 83*, da Lupo.

Bermudas anticelulite: elas funcionam mesmo?

(1) Bermuda, R$ 49*, da Scala; (2) legging, R$ 32,90*,da Trifil; e (3) calcinha de cintura alta,
R$ 62,70*, da Plié.

*Preços pesquisados em outubro de 2011

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