Seu cabelo caiu depois do COVID? Entenda porque isso acontece

O eflúvio telógeno, causado por estresses físicos ou psicossociais, acelera o processo de queda do cabelo, mas se resolve sozinho em alguns meses

Por Marcela De Mingo
Atualizado em 21 out 2024, 16h41 - Publicado em 23 fev 2022, 08h00
queda de cabelo covid-19
 (Element5 / Unsplash/Divulgação)
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Ainda estamos entendendo os efeitos do coronavírus no corpo humano – não à toa estão surgindo tantos estudos sobre o assunto! -, mas é fato que muitos que contraíram a doença tiveram uma mesma queixa: a queda de cabelo pós-COVID-19. 

Quando o assunto é autoestima, ainda vemos uma conexão muito forte com o cabelo, e ver os fios caindo “de uma hora para a outra” pode, realmente, assustar. Por isso, hoje vamos entender como isso funciona e o que fazer nesse caso. 

POR QUE O CABELO CAI DEPOIS DO COVID? 

De acordo com a dermatologista Dra. Ana Magella, da Clínica Corporeum, essa queda acontece por conta de um eflúvio telógeno. “Esse processo é caracterizado por uma perda capilar difusa, devido a uma mudança abrupta do ciclo capilar da fase anágena (de crescimento, com duração normal de 2-6 anos) para fase telógena (a fase de queda, com duração normal em torno de 3 meses), pulando a fase catágena (de repouso)”, diz. 

Normalmente, o eflúvio ocorre de 2 a 3 meses após um fator causal, como um grande período de estresse, uso de medicamentos, traumas, doenças endócrinas, deficiências nutricionais e estados febris. Também é uma condição autolimitada, o que significa que se resolve “sozinha” após 6 meses, em média, sem deixar sequelas. 

É claro que cada caso deve ser avaliado individualmente, já que esse fenômeno pode ser causado por alterações fisiológicas induzidas pela infecção, medicações utilizadas ou até mesmo pelo estresse psicossocial associado, como mudanças no trabalho, no dia a dia, na rotina, etc. 

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“A infecção pelo SARS-CoV 2 leva a um estado pró-inflamatório, com produção de citocinas e uma tendência pró-trombótica. Com isso, ocorre redução na produção de proteínas anticoagulantes e indução da formação de microtrombos, que podem ocluir o suprimento sanguíneo do folículo”, explica. 

Importante pontuar que essa queda, normalmente, pode ser percebida quando a paciente vê o cabelo caindo mais do que o costume, com fios no travesseiro e excesso de fios no chuveiro ou na escova. Além disso, é comum também sentir uma quantidade menor de cabelo nas “entradas”, a região bitemporal, que naturalmente já tem menos fios. 

O QUE FAZER EM CASO DE QUEDA CAPILAR? 

Nos casos de quedas causadas pela infecção de COVID-19, não existe um tratamento específico. Por ser uma doença autolimitada, ela se resolve em alguns meses e o cabelo volta a crescer naturalmente. Caso isso não aconteça, é preciso investigar as causas com a ajuda de um médico dermatologista, para ver se a infecção não causou alterações hormonais ou carências nutricionais. 

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“Podem ser realizados vários tratamentos para ajudar a diminuir o tempo da queda, como uso de polivitamínicos e manipulados, loções capilares, microagulhamento, terapia injetáveis e terapias com laser”, continua. 

Por fim, é importante entender também que não há como prevenir o eflúvio telógeno no futuro, já que é uma resposta do corpo, muitas vezes, a um período de estresse ou trauma. Ainda assim, existem situações em que ele é esperado, como no pós-operatório ou durante o tratamento de doenças inflamatórias. Nesses casos, segundo a médica, é possível fazer tratamentos precocemente para ajudar a diminuir a perda. “Procure sempre o seu dermatologista para orientar você da melhor forma”, finaliza ela. 

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