Dá para tratar a perda da reserva de ovários?
A fertilidade muda com a idade, mas os problemas são mais precoces para as mulheres. Nelas, a idade é responsável por duas alterações importantes: uma com relação à qualidade e outra relacionada à quantidade de óvulos. A quantidade decrescente de folículos contendo óvulos nos ovários é o que chamamos de ‘perda de reserva ovariana’.
A perda de reserva ovariana acontece nas mulheres antes que elas se tornem inférteis e antes de deixarem de menstruar regularmente. Como as mulheres nascem com todos os folículos que terão, o conjunto de folículos em espera é gradualmente usado. À medida que a reserva ovariana diminui, os folículos tornam-se cada vez menos sensíveis à estimulação do hormônio folículo-estimulante (FSH), de modo que requerem mais estimulação para que um óvulo amadureça e ovule. No início, os períodos podem se aproximar, resultando em ciclos curtos, com 21 a 25 dias de intervalo. Eventualmente, os folículos se tornam incapazes de responder bem o suficiente para ovular consistentemente, resultando em ciclos longos e irregulares. A diminuição da reserva ovariana geralmente está relacionada à idade e ocorre devido à perda natural de óvulos e diminuição da qualidade média dos óvulos que permanecem.
No entanto, mulheres jovens podem ter redução da reserva ovariana devido ao tabagismo, história familiar de menopausa prematura e cirurgia ovariana prévia. As mulheres jovens podem ter a reserva ovariana diminuída, mesmo que não tenham fatores de risco conhecidos. Existem testes médicos para a reserva ovariana, mas nenhum foi comprovado para prever com segurança a possibilidade de engravidar. Esses testes não determinam se uma mulher pode ou não engravidar, mas podem determinar que as alterações dos ovários relacionadas à idade começaram. Mulheres com baixa reserva ovariana têm menor chance de engravidar do que mulheres com reserva ovariana normal na mesma faixa etária. Nenhum teste único nem qualquer combinação de testes é 100% preciso.
Os tratamentos de reprodução assistida, orientados por um médico especialista, que terá o histórico do casal e poderá indicar medicamentos para estímulo da ovulação, são os mais indicados para mulheres com mais idade. Em última análise, a ovodoação pode ser uma estratégia para mulheres que não tiveram sucesso com as técnicas ou apresentam insuficiência ovariana prematura, também conhecida como menopausa precoce.
DR. RODRIGO ROSA – Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana.