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Saúde no Trabalho, com Bianca Vilela

A fisiologista do exercício Bianca Vilela dá dicas de exercícios e abordagens para melhorar a saúde no trabalho
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Viver bem: Empresas devem incentivar bons hábitos entre colaboradores

Por Bianca Vilela
Atualizado em 21 out 2024, 22h28 - Publicado em 13 jul 2022, 16h40
mulher na frente do computador
 (energepic.com/Pexels)
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O brasileiro nunca viveu tanto tempo: de acordo com estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), um adulto com mais de 60 anos atualmente – a faixa etária que mais cresce no país – deve se preparar para viver, em média, mais 20 anos.

Com a alta expectativa de vida somada a tantas mudanças porque o mundo do trabalho vem passando, a tendência é que muitos profissionais permaneçam por mais tempo no mercado, seja porque têm disposição para se manterem ativos, por necessidade de gerar renda ou desejo de tocar um projeto pessoal ou experimentar uma nova carreira. Em um estudo de 2018 feito pela consultoria de recursos humanos Mercer com 7 mil adultos de diferentes faixas etárias, 68% disseram que pretendem continuar trabalhando após a idade da aposentadoria.

Mas viver bastante tempo mantendo-se produtivo e disposto depende de seguir um estilo de vida saudável, com atenção à alimentação e ao sono, praticando exercícios regularmente e sabendo administrar o estresse do dia a dia.

No nosso país, infelizmente, viver muito está longe de significar viver bem até o fim da vida, o que tem a ver com nosso contexto socioeconômico e cultural. Estima-se que cerca de 33% da população adulta tenha hipertensão, uma das doenças mais prevalentes no Brasil e que está diretamente ligada a outras doenças crônicas, como obesidade e diabetes. Considerando as pessoas acima de 60 anos, 65% delas têm pressão alta, de acordo com dados da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo). Quando pensamos em saúde mental, também somos campeões em casos de ansiedade, depressão e burnout.

A boa notícia é que esses males podem ser prevenidos e controlados com a adoção de hábitos saudáveis em casa e no trabalho, sendo que quanto mais cedo isso acontecer, melhor.

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Quando pensamos em envelhecimento saudável precisamos ter em mente:

Fazer atividade física: melhora a irrigação sanguínea e a oxigenação no cérebro, modula os níveis de neurotransmissores ligados ao humor e ao bem-estar, previne doenças cardiovasculares e ajuda a controlar o stress. Treinar com regularidade e variedade de estímulos (exercícios de força, coordenação, equilíbrio, agilidade…) é a melhor coisa para manter o corpo e o cérebro em forma.

Ter uma alimentação equilibrada: a combinação de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras é fundamental para o funcionamento adequado do organismo e para prevenir doenças crônicas como as cardiovasculares e alguns tipos de câncer, que são relacionadas com o estilo de vida e estão entre as que mais matam.

Dormir bem: o cérebro possui uma espécie de sistema de autolimpeza que é ativado durante o sono e ajuda a eliminar toxinas do sistema nervoso central. Quando há privação de sono, esse sistema de limpeza não consegue completar seu trabalho, esses subprodutos se acumulam e afetam o funcionamento do cérebro, o comportamento e as habilidades cognitivas. É também durante o sono que ocorre a liberação do hormônio do crescimento, essencial para a reparação de tecidos como ossos e músculos e a absorção de nutrientes dos alimentos, entre outras funções do organismo.

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Cuidar dos relacionamentos: contar com uma rede de relações sólidas e saudáveis (amigos, família, vizinhos, colegas de trabalho…) tem efeito protetor da saúde física e mental, enquanto o sentimento de solidão é potencialmente prejudicial – eleva o nível de inflamação e hormônios do stress e aumenta o risco de doença cardíaca e demência, inclusive Alzheimer. A convivência social também estimula áreas do cérebro responsáveis pela linguagem e comunicação, emoções e competências como resolução de conflitos e tomada de decisão, além de aumentar a motivação para se cuidar.

Aprender sempre: para além dos anos de educação formal, o cérebro continua sendo moldado pelas nossas experiências até o fim da vida. E quanto maior a variedade de estímulos, mais eficientes se tornam os processos cognitivos. O jeito é nunca parar de aprender: idiomas, um instrumento musical, uma prática física, atividades manuais ou mesmo maneiras diferentes de realizar tarefas cotidianas.

Relaxar: o cérebro precisa de um pouco de stress para nos manter concentrados e motivados, é fato. Em excesso, porém, o cortisol (hormônio produzido quando o organismo é colocado em estado de alerta) provoca alterações químicas e estruturais em várias regiões cerebrais, levando à destruição de neurônios e prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Sem falar que o stress crônico funciona como uma plataforma para que hábitos ruins se instalem, como tabagismo, abuso de álcool, sedentarismo, alimentação desequilibrada – fatores que elevam o risco de doenças cardiovasculares e demências.

Pequenos hábitos geram grandes transformações. Concorda?

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BIANCA VILELA é mestre em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), palestrante e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde in company em grandes empresas por todo o país há mais de 15 anos. Na Boa Forma fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Instagram: @biancavilelaoficial

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