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13 perguntas e respostas sobre absorvente interno

Os absorventes internos são ótimos, mas eles só são úteis e seguros se usados do jeito certo. Saiba como fazer isso

Por Cristina Nabuco e Luiza Monteiro
Atualizado em 21 out 2024, 16h31 - Publicado em 28 nov 2021, 09h00
Absorventes internos
 (pxhidalgo/Thinkstock/Getty Images)
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Os absorventes internos são práticos e confortáveis, é verdade. Mas é preciso cuidado e atenção ao usá-los. Prova disso são casos recentes de Síndrome do Choque Tóxico (SCT), uma infecção bacteriana associada ao uso prolongado de tampões e que pode levar a insuficiência renal aguda e até morte.

Alguns anos atrás, a escocesa Katie Knight, de 20 anos, virou notícia por ter ficado internada – e quase perdido a vida – devido à SCT. Ela passou 48 horas usando um absorvente interno e, no quarto dia do período menstrual, começou a sentir um mal-estar. No dia seguinte, o incômodo se transformou em vômitos e desmaios a cada 25 minutos, segundo o jornal Metro.

Leia mais: 8 coisas que você nunca deve fazer com a sua vagina

Katie foi levada ao hospital, onde ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e recebeu o diagnóstico da síndrome, marcada pela proliferação de um tipo específico de bactéria, a Staphylococcus aureus, que existe naturalmente na pele humana. O problema é quando ela se multiplica de forma intensa e cai na corrente sanguínea – causando os sintomas da SCT. Um dos fatores que pode levar a esse crescimento descontrolado do micro-organismo é o absorvente, um meio propício a sofrer contaminação quando usado por muito tempo.

Mas calma! Apesar de assustadora, essa doença é bem rara – 1 caso em cada 100 mil mulheres. De qualquer forma, para você poder usar absorvente interno sem encanação, fomos atrás das respostas para as principais dúvidas sobre o produto. Confira:

 1. Como devo escolher o tamanho do absorvente interno?

O critério é a intensidade do fluxo – e não as características locais, como o tamanho da vulva. A vagina é elástica e, por isso, se adapta facilmente ao produto, informa a ginecologista Graciela Morgado Folador, de São Paulo, filiada à Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). O super é para as mulheres que têm um sangramento abundante e o míni para aquelas que sangram pouco.

2. Posso usar só esse tipo de absorvente?

O absorvente interno pode ser usado desde o sinalzinho do primeiro dia até a borrinha do último, portanto está liberado durante toda a menstruação. Mas, para isso, precisa ser utilizado direito – ou seja, ele deve permanecer na vagina por, no máximo, quatro horas”, orienta a ginecologista.

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3. Até durante o sono?

Enquanto dorme, você pode ficar com o mesmo absorvente por até oito horas, ensina Graciela. Caso pretenda dormir dez horas ou mais, no meio desse período é melhor se levantar, trocar e voltar para a cama. Se não tiver intenção de interromper o sono, é melhor optar por um absorvente externo.

4. Existe o risco de vazar?

Só se você tiver um ciclo abundante e escolher um tamanho insuficiente (míni ou médio) ou, mesmo que use o super, permaneça com o mesmo absorvente por mais de quatro horas. A possibilidade de alergia também é remota, já que o material é hipoalergênico.

5. Se o fluxo for leve, no finzinho da menstruação, posso ficar com o mesmo absorvente o dia todo?

O tempo de uso continua sendo de apenas quatro horas, pois o produto, além do sangue, absorve o muco cervical. Mas vale a pena mudar para o tamanho míni a fim de facilitar a retirada: quando se puxa um absorvente úmido, ele sai de modo mais confortável. Nos últimos dias, como o sangramento diminui, ele fica mais seco, daí, quanto menor, menos desagradável é a saída.

6. Por que não é bom ficar com ele por mais tempo?

Apesar de ser chamado de tampão, o absorvente interno faz mais do que obstruir a saída do sangue pela vagina. O algodão que o compõe absorve o fluxo e, se esse sangue ficar parado ali por um tempo prolongado (mais de oito horas), existe o risco do crescimento de bactérias capazes de alterar a flora da vagina, causando infecções genitais. Se esquecer de retirá-lo por vários dias, a mulher corre o risco de inflamações também no útero e nas trompas. Nos casos mais graves (e felizmente raros!), a bactéria pode atingir a corrente sanguínea, causando infecção generalizada.

7. Quem tem DIU pode usar esse tipo de produto?

Sim. Eles ocupam espaços diferentes: o dispositivo anticoncepcional é inserido pelo ginecologista dentro do útero, e o absorvente fica na vagina. Não há perigo de ao retirar o absorvente trazer junto o DIU ou de puxar a cordinha errada. A do absorvente é deixada na entrada da vagina enquanto a do DIU fica lá no alto, saindo apenas 1,5 centímetro para fora do colo do útero.

8. O que fazer se a cordinha sumir?

Não há perigo de o absorvente se perder dentro do corpo. “A vagina é uma rua sem saída”, diz Graciela Folador. Nos rigorosos testes feitos pelos fabricantes, a cordinha não arrebenta, mas às vezes ela pode ficar dentro da vagina. Nesse caso, faça uma pinça com os dedos para puxar. Se não der certo, vá ao seu ginecologista. Às vezes, a mulher não acha o absorvente e acaba se desesperando. Ele pode ter caído quando foi ao banheiro e fez força para evacuar. Deixando a cordinha sempre visível, a retirada é mais fácil e diminui o perigo de você esquecer o tampão ali dentro. Você também pode adquirir o costume de trocar o absorvente quando fizer cocô. Isso diminui o risco de contaminação da cordinha por bactérias eventualmente presentes nas fezes.

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9. Depois de sair da piscina ou do mar, ele precisa ser retirado imediatamente?

Apenas se você sentir que ele encharcou ou começou a vazar, mas isso não é comum. Se estiver no lugar certo, a água não penetra na vagina.

10. Como saber se está no lugar certo?

É fácil: se você ficar incomodada, significa que o absorvente está mal colocado. O lugar certo é a pelo menos 1 centímetro de distância da entrada da vagina (intróito vaginal), uma porção que é menos enervada, portanto tem sensibilidade menor.

11. Qual é o melhor jeito de introduzi-lo?

Em pé, com uma perna flexionada e o pé apoiado no vaso sanitário. Ajeite o absorvente entre os dedos indicador e polegar, formando uma pinça, introduza e empurre com o indicador até a metade do dedo ou use o aplicador.

12. Há algum tipo de contraindicação?

Não. Até virgens podem usar. Mas é interessante ir antes ao ginecologista para checar o tipo de hímen – a maioria das mulheres tem abertura circular, que não oferece resistência, porém algumas podem apresentar uma película no meio, que inviabiliza a introdução do absorvente. Segundo a médica, ele pode ser usado mesmo na presença de candidíase, que se caracteriza por corrimento esbranquiçado, coceira e ardor. Durante a menstruação, como a vagina fica lubrificada pelo sangue, esses sintomas costumam dar trégua. “Em geral, o absorvente interno é mais higiênico que o externo, uma vez que o sangue menstrual não fica em contato com a vulva”, explica Graciela.

13. O coletor menstrual é uma boa alternativa?

O copinho de silicone, existente no mercado em dois tamanhos, inserido na vagina para recolher o sangue menstrual, é ecologicamente correto: diminui os gastos com absorventes e a produção de lixo. Porém requer mais atenção na introdução e na higienização. “A abertura tem que estar virada para o colo do útero, senão o sangue vaza”, adverte a médica. “É preciso retirá-lo a cada quatro horas e lavar muito bem antes do próximo uso, do contrário pode levar bactérias para a vagina.”

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