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Causas e tratamentos para o ronco

Veja se seu caso (ou do seu parceiro) necessita de um médico

Por Larissa Serpa
Atualizado em 21 out 2024, 16h32 - Publicado em 1 nov 2021, 09h00
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Ele atrapalha seu parceiro mas também sua saúde (./Pexels)
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Ele incomoda quem está por perto, até mesmo acabando com relações. Afinal, uma noite mal dormida leva a diversos desequilíbrios hormonais, cansaço e irritabilidade. Mas a pessoa que ronca também sofre com esses problemas.

O QUE É O RONCO

De acordo com o otorrinolaringologista e cirurgião de ouvido, nariz e garganta do Hospital Santa Cruz, Dr. Mohamad Feras Al-lahham, o ruído é provocado pelo estreitamento ou obstrução das vias respiratórias superiores durante o sono que, consequentemente, dificulta a passagem do ar e provoca a vibração dessas estruturas.

Quase todo mundo ronca de vez em quando, mas para algumas pessoas pode ser um problema crônico. Às vezes, também pode indicar um problema de saúde sério.

Ele é frequentemente associado a um distúrbio do sono denominado apneia obstrutiva do sono (AOS), uma síndrome que atinge mais de 936 milhões de pessoas no mundo, segundo a revista The Lancet – uma das mais importantes publicações científicas do mundo. “Nem todo paciente que ronca tem apneia, mas quem sofre desse problema, provavelmente ronca”, enfatiza Mohamad.

 QUANDO É UM PROBLEMA

Nem todos os roncadores têm AOS, mas se o ronco for acompanhado por qualquer um dos seguintes sintomas, pode ser uma indicação para consultar um médico para avaliação adicional para AOS:

  • A respiração pausa durante o sono;
  • Sonolência diurna excessiva;
  • Dificuldade de concentração;
  • Dores de cabeça matinais;
  • Dor de garganta ao acordar;
  • Sono agitado;
  • Ofegando ou sufocando à noite;
  • Pressão alta;
  • Dor no peito a noite;
  • Seu ronco é tão alto que está atrapalhando o sono do seu parceiro;
  • Em crianças, atenção insuficiente, problemas comportamentais ou baixo desempenho na escola.

A AOS geralmente é caracterizada por roncos altos seguidos por períodos de silêncio quando a respiração para ou quase para. Eventualmente, essa redução ou pausa na respiração pode sinalizar para que você acorde, e você pode acordar com seu próprio ronco alto ou som ofegante.

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Pessoas com apneia obstrutiva do sono geralmente experimentam períodos em que a respiração fica mais lenta ou para pelo menos cinco vezes durante cada hora de sono.

CAUSAS DO RONCO

O ronco pode ser causado por vários fatores, como a anatomia da boca e dos seios da face, consumo de álcool, alergias, um resfriado e seu peso.

Obstructive Sleep Apnea.

Como mostra a imagem, quando você cochila e passa de um sono leve para um sono profundo, os músculos do céu da boca (palato mole), língua e garganta relaxam. Os tecidos da garganta podem relaxar o suficiente para bloquear parcialmente as vias aéreas e vibrar (ilustração à direita). Quanto mais estreitas as vias respiratórias, mais forte se torna o fluxo de ar. Isso aumenta a vibração do tecido, o que faz com que o ronco fique mais alto.

As seguintes condições podem afetar as vias aéreas e causar ronco:

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  • A anatomia da sua boca.

Ter um palato mole espesso e baixo pode estreitar as vias respiratórias. Pessoas com sobrepeso podem ter tecidos extras na parte de trás de sua garganta que podem estreitar suas vias aéreas. Da mesma forma, se o pedaço triangular de tecido pendurado no palato mole (úvula) for alongado, o fluxo de ar pode ser obstruído e a vibração aumentada.

  • Consumo de álcool.

O ronco também pode ser causado pelo consumo de muito álcool antes de deitar. O álcool relaxa os músculos da garganta e diminui suas defesas naturais contra a obstrução das vias aéreas.

  • Problemas nasais.
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A congestão nasal crônica ou uma partição torta entre as narinas (desvio do septo nasal) podem contribuir para o ronco.

  • Privação de sono.

Não dormir o suficiente pode levar a um maior relaxamento da garganta.

  • Posição de dormir.

O ronco é normalmente mais frequente e mais alto quando se dorme de costas, pois o efeito da gravidade na garganta estreita as vias aéreas.

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  • Excesso de gordura.

Nesse caso, é possível que haja acúmulo de gordura em volta da traqueia, o que dificulta a passagem do ar.

RISCOS DO RONCO NÃO-TRATADO

O ronco habitual pode ser mais do que apenas um incômodo.

“O sono é fundamental para o desempenho neurológico e físico e pode afetar negativamente a saúde emocional em apenas alguns dias. Além de problemas conjugais e de constrangimento social causado pelo ronco intenso, por exemplo, os distúrbios do sono podem propiciar piora da atividade sexual e da qualidade de vida, além de problemas profissionais, com a irritabilidade e queda de produtividade” informa Dr. Bruno Duarte, otorrinolaringologista e coordenador do Departamento da Medicina do Sono da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial).

Além de interromper o sono do parceiro, se o ronco estiver associado à AOS, você pode correr o risco de ter outras complicações, incluindo:

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  • Sonolência diurna;
  • Frustração ou raiva frequente;
  • Dificuldade de concentração;
  • Maior risco de hipertensão, problemas cardíacos e derrame;
  • Um aumento do risco de problemas de comportamento, como agressão ou problemas de aprendizagem, em crianças com AOS;
  • Um aumento do risco de acidentes com veículos motorizados devido à falta de sono.

TRATAMENTOS PARA O RONCO

Mudanças no estilo de vida, como perder gordura, evitar o álcool perto da hora de dormir ou dormir de lado, podem ajudar a parar de roncar.

Além disso, dispositivos médicos e cirurgias estão disponíveis para reduzir o ronco perturbador. No entanto, eles não são adequados ou necessários para todos que roncam.

“No consultório, a primeira coisa que precisa ser feita é a apuração do que causa o ronco ou a apneia de sono. A partir disso, é preciso descobrir se o problema tem origem obstrutiva como desvio de septo, hipertrofia do corneto inferior, sinusite crônica, pólipos nasais, entre outras patologias”, diz Dr. Mohamad.

De acordo com o médico, a melhor solução para corrigir essas disfunções precisa ser construída em conjunto com o otorrinolaringologista. “Se for uma rinite crônica, por exemplo, iniciamos sempre com medicamentos e acompanhamos a evolução. Porém, a maioria dos casos são cirúrgicos e demandam certo tempo de repouso, apesar da recuperação ocorrer rapidamente de modo geral”, explica.

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