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O segredo para viver relações mais saudáveis

Descubra o segredo para fortalecer sua segurança interna e cultivar relações saudáveis, com mais amor-próprio, presença e autenticidade

Por Luisa Restelli
23 nov 2025, 18h00
como viver relações mais saudáveis
O segredo para viver relações mais saudáveis | (freepik/Freepik)
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Você já se perguntou como construir relações saudáveis? Esse caminho começa ao aprender a se conhecer, se validar e se acolher com carinho. Isso gera, dentro de si, um senso de valor e segurança interna.

Esse é um processo profundo e diário de ser a melhor companhia para tudo aquilo que nos habita: nossas histórias, conquistas, valores, defesas, resistências, forças, potências e vulnerabilidades.

A partir desse lugar de amor-próprio e segurança, podemos nutrir relações mais saudáveis, empáticas e respeitosas.

Por que, na prática, não parece simples?

Vamos destacar algumas causas.

1. Crenças cristalizadas

Muitas vezes, as crenças internalizadas dificultam esse caminho, principalmente para mulheres.

Crescemos ouvindo que nosso valor depende de sermos desejáveis, prestativas, produtivas, perfeitas em papéis múltiplos. Desenvolvemos a necessidade de se encaixar e agradar para ser aceita e amada.

Mas no meio de tanta demanda, deixamos de lado o tempo de olhar para dentro e reservar um momento para nós mesmas. De nos perguntar:

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  • O que eu realmente sinto?
  • O que me faz bem?
  • Do que eu preciso para me sentir melhor agora?

2. Pressão social

Existe a pressão social de que devemos estar sempre construindo ou conquistando algo: a carreira, a família, o corpo “ideal”.

Isso alimenta a ideia de que só seremos merecedoras de amor – próprio e alheio – quando chegarmos a um determinado patamar, quando vencermos uma demanda externa.

Desse modo, a autoaceitação fica dependente do olhar do outro sobre nós, e o foco se mantém sempre no “fazer” ao invés de “ser”.

Esperamos reconhecimento, elogios e afetos externos para nos sentirmos seguras. Quando isso não acontece, surge a sensação de vazio e a crença de que algo está errado conosco.

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3. Vozes internas críticas

Outro ponto importante é observar as vozes internas críticas. Aquelas que dizem:

  • “Você não é boa o suficiente.”
  • “Você só será amada se…”
  • “Isso não está bom, você não merece”

Essas vozes nasceram de experiências dolorosas e se tornaram defesas para evitar reviver um sofrimento. No fundo, essas vozes te dizem: “se você continuar assim, você vai viver aquilo de novo”, mas isso não é uma verdade.

Essa é uma defesa desatualizada, baseada no trauma, que distorce a realidade, por falta de confiança em si e na vida devido ao medo da dor que viveu.

Como viver relações mais saudáveis?

É necessário um processo psicoterapêutico profundo e sensível que possa elaborar essas crenças criadas e cuidar da cicatrização da ferida original de forma acolhedora, transformando todas as partes que moram em si em amigas, não vilãs.

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O processo psicoterapêutico que eu conduzo, assim como alguns grupos terapêuticos de mulheres, tem esse objetivo e cuidado. É preciso, ao longo do percurso, criar diálogos com essas vozes internas, para que elas possam se flexibilizar e tranquilizar.

Para começar, é fundamental se permitir sentir. Tudo o que você sente é legítimo e tudo pode ser acolhido e encaminhado de forma saudável. Quando bloqueamos o contato com o que sentimos, aprisionamos as emoções dentro de nós, mas quando nos permitimos sentir, com consciência e amparo, permitimos uma reorganização interna.

No processo de cuidar-se, com acolhimento e respeito, sendo a melhor companhia para tudo o que lhe habita, você vai construindo dentro de si um senso de amor-próprio. Resgatando o conhecimento sobre os seus valores e se apropriando do seu tesouro interno.

Com isso, recolocando a validação de quem você é nas suas próprias mãos, retirando o poder das mãos do outro.

Desafios comuns no caminho do autoconhecimento

Medo de rejeição ou abandono

É comum aparecer o sentimento de culpa ao começar a se dar espaço em sua própria vida. Ao priorizar o que sente e suprir as suas necessidades.

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No mais profundo, essa culpa nasce de um medo da rejeição. O medo de não agradar e, com isso, não ser amada.

É importante compreender que respeitar a si mesma e se colocar em primeiro lugar não é negligenciar o outro. É poder estar em relação com o outro, com empatia, sem passar por cima de si mesma.

Lembre‑se de que, assim como num voo de avião, para cuidar bem do outro, preciso primeiro colocar a minha máscara de oxigênio. Enamorar‑se de si mesma não diminui o valor de amar o outro. Pelo contrário, amplia a capacidade de amar, sem esgotamento.

Se atente também que uma relação saudável não se sustenta em medo. Se alguém decide se afastar porque você se valoriza, possivelmente não estava disposto a um vínculo respeitoso e verdadeiramente amoroso.

Confie que, ao fortalecer sua segurança interna, você abrirá espaço para quem realmente deseja estar ao seu lado.

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Resistência no enfrentamento de emoções antigas

Na jornada do autoconhecimento, encontramos emoções dolorosas pelo caminho. O desconforto de mexer na ferida para limpar e cuidar pode levar a uma vontade de fugir desse processo.

Contudo, são justamente esses sentimentos não integrados que bloqueiam o senso de valor próprio e segurança interna.

O processo pode ser profundo, mas não precisa ser pesado. Busque apoio de um profissional que oriente e ampare esse processo para cuidar dessas cicatrizações.

Medo da vulnerabilidade

Sentir segurança interna não significa ser perfeita ou jamais sentir medo, estando sempre em estado de plenitude. Pelo contrário, implica aceitar e acolher as suas imperfeições. Isso exige lidar com sua vulnerabilidade.

Talvez você tema que, ao revelar para si todas as suas facetas e inseguranças, se sinta menor. Porém, é justamente esse reconhecimento que fortalece o amor interno. Não se trata de ignorar suas sombras, mas de acolher com compaixão.

Aqui está o segredo

Quando sentimos prazer em ser quem somos, a sensação de precisar do outro para se sentir completa desaparece. No lugar disso, você valoriza o parceiro(a) pelo que ele(a) contribui para a sua vida, não pelo que supostamente preenche dentro de você.

Você compreende suas dependências emocionais e pode dialogar com elas. Essa postura promove um relacionamento mais equilibrado, onde cada um se sente responsável por seu próprio bem-estar.

A união acontece pelo desejo genuíno de compartilhar experiências, não por carência ou necessidade de validação.

Assim, é possível também identificar com mais clareza situações que ultrapassam seus limites e agir para restabelecer o respeito.

Um limite saudável não é sinal de conflito, mas de se expressar antes que a insatisfação se acumule. Significa cuidar de si e garantir que suas relações sejam pautadas na reciprocidade e no respeito mútuo.

Reconhecer seu valor não significa achar-se infalível, mas fortalecer seu senso de merecimento. Quando você nutre sua autoestima e estabelece limites claros, suas relações deixam de ser terreno de inseguranças e se tornam oportunidades de trocas genuínas.

Importante compreender que esse é um encontro diário consigo mesma. Terão dias em que tudo flui e outros em que a crítica interna se torna mais alta. Faz parte e está tudo bem. Acolher cada etapa dessa jornada também é parte do caminho.

Prática: crie seu “cantinho do amor-próprio”

Selecione um espaço em casa (pode ser um cantinho no quarto, uma poltrona, um local que te traga aconchego) e preencha‑o com itens que te façam bem:

  • Um caderno bonito para anotações reflexivas;
  • Livros que te inspirem;
  • Velas aromáticas, incensos ou objetos que te ancorem na presença mais serena;
  • Fotos que celebrem momentos felizes ou conquistas suas;
  • Um cobertor macio, uma almofada confortável.
  • Objetos que te lembrem suas forças, potências e valores.

Então, toda vez que sentir necessidade de se reconectar consigo, vá até esse espaço:

  • sente‑se,
  • tome um chá,
  • escreva algo,
  • medite
  • ou apenas relaxe.

Esse cantinho físico simboliza o lugar interno que você reserva para pausar, se amar, se escutar e se cuidar.

Caminho contínuo de autoconhecimento

A cada passo de autoconhecimento, a cada escolha de se priorizar com gentileza, você fortalece a capacidade de se relacionar de forma mais saudável, tanto consigo quanto com o outro.

Se você quiser apoio e ferramentas que vão te ajudar a lidar com cada etapa desse processo, te convido a conhecer o meu trabalho de atendimentos individuais e grupos terapêuticos. 

Luisa Restelli

Psicóloga e Psicoterapeuta Corporal Reichiana. Realiza atendimentos no RJ e online, grupos terapêuticos para mulheres e palestras.

luisarestelli.psi@gmail.com

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