Equilíbrio

Influenciadora Mari Gonzalez decide congelar os seus óvulos. Entenda

Especialista em reprodução humana esclarece as principais dúvidas sobre o procedimento

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 6 jun 2025, 16h58 - Publicado em 6 jun 2025, 12h00

Na quinta-feira (05), a influenciadora Mari Gonzalez surgiu nas redes sociais para contar que iniciará um processo para congelar seus óvulos. “Decidi congelar meus óvulos. Hoje, fizemos o ultrassom para ver se está tudo certo, se podemos iniciar — e podemos! Então, vamos dar o start”, disse ela, em um vídeo publicado no Instagram.

Como funciona o congelamento de óvulos?

Segundo o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínica da Clínica Mater Prime, em São Paulo, o congelamento de óvulos consiste na criopreservação dessas células em nitrogênio líquido na temperatura de -196°C,

A técnica pode ser procurada por quem deseja preservar a fertilidade para o futuro, seja por motivos médicos, em casos de doenças que podem provocar falência ovariana prematura ou questões pessoais, por exemplo, carreira ou falta de condições de ter filhos no momento.

O médico ressalta que o processo não é tão simples quanto parece. “Além de uma bateria de exames para verificar a qualidade dos óvulos, a mulher, inicialmente, deve fazer uso de pílulas anticoncepcionais por uma a duas semanas para desativar temporariamente os hormônios naturais”, explica.

“Em seguida, realizamos injeções de hormônios por cerca de 10 dias para estimular os ovários e amadurecer vários óvulos. É só após amadurecerem adequadamente que os óvulos são coletados, o que é realizado sob efeito de sedação por meio de uma pequena agulha que é inserida na vagina e é guiada por um transdutor até os ovários para que os óvulos sejam aspirados e congelados imediatamente,” acrescenta.

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Vale destacar que todo o ciclo de congelamento de óvulos leva cerca de três semanas.

Quais são os efeitos colaterais?

O congelamento de óvulos consiste em um procedimento muito seguro, no entanto, alguns efeitos colaterais são esperados, especialmente devido ao uso de hormônios.

“Pode apresentar sintomas como dor de cabeça, instabilidade emocional, inchaço, náusea e dor muscular. Mas esses sintomas, que são muito similares com aqueles apresentados durante a TPM, passam com o fim da estimulação hormonal e podem ser aliviados com o devido acompanhamento médico”, diz o médico.

Ele lembra que, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o congelamento dos óvulos não é uma garantia definitiva de gravidez no futuro.

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“Existe uma série de fatores que podem interferir na viabilidade do óvulo durante todo o processo. Por exemplo, alguns óvulos podem não sobreviver ao degelo, enquanto outros podem não ser fertilizados com sucesso”, afirma.

“A idade do congelamento também é importante, visto que, apesar dos óvulos estarem congelados, a mulher continua a envelhecer e, consequentemente, terá que enfrentar as realidades da gravidez na idade que possui”, comenta o especialista.

Não há uma idade que contraindique o congelamento de óvulos, mas o ideal é que seja feito até os 35 anos. Sobre o custo, o procedimento não é considerado barato.

“Um bom planejamento deve incluir desde a escolha de um médico experiente e especializado em reprodução humana até a decisão de quantos filhos você quer ter ao longo da vida, o que vai influenciar diretamente na quantidade de óvulos que deverão ser coletados e quantos ciclos serão necessários para alcançar esse número”, finaliza.

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