Continua após publicidade

Mastite: o que é, sintomas, tratamento e como evitar

Saiba quais cuidados as lactantes devem ter para prevenir a mastite

Por Juliany Rodrigues
5 abr 2024, 19h00

A mastite é uma inflamação do tecido mamário que pode ser acompanhada ou não de uma infecção. Segundo a Dra. Priscila Pyrrho, ginecologista e médica integrativa, ela é bem mais comum durante a amamentação devido à possibilidade de obstrução dos ductos mamários e de microfissuras causadas pela pega do bebê.

“Durante a amamentação, os ductos mamários que estão produzindo o leite podem entupir e, com isso, o leite fica retido ali, facilitando a contaminação por bactérias, que infectam o local e geram a mastite”, afirma. “As pequenas lesões provocadas pela pega do bebê também podem contribuir para a entrada desses microrganismos pelos mamilos”, completa ela.

Qual a diferença entre mastite aguda e crônica?

A especialista explica que a mastite crônica é uma inflamação persistente na mama que, geralmente, desencadeia sintomas menos intensos, mas de longa duração. “É um quadro que vai e vem e não necessariamente está relacionado à amamentação“, conta.

Continua após a publicidade

“Um fator de risco comum da mastite crônica é o cigarro, pois ele diminui a imunidade, leva à uma alteração vascular no tecido local e reduz a capacidade de recuperação. Uma mulher que fuma pode bater a mama ou ter um trauma no local e ter mais dificuldade para a recuperação, que seria natural para uma pessoa que não tem esse vício”, destaca a Dr. Priscila.

Já a mastite aguda se manifesta de uma hora para a outra e provoca sintomas mais severos. Ela é, normalmente, mais associada à infecção e é mais frequente durante a amamentação.

“A mastite aguda apresenta uma evolução rápida, sendo que os desconfortos pioram em poucos dias. Para evitar complicações mais graves, é indispensável que o problema seja identificado e tratado o mais rápido possível. Por isso, ao notar qualquer alteração nas mamas, busque ajuda médica”, alerta o Dr. Igor Padovesi, ginecologista. 

Continua após a publicidade

O que causa mastite?

A principal causa da mastite é a obstrução dos ductos mamários durante a amamentação. “No entanto, em pessoas não lactantes, você pode ter a entrada de bactérias por outras vias, como fissuras ou traumas no mamilo. Além disso, baixa imunidade e tabagismo também fazem parte dos fatores de risco da condição”, lista Pyrrho.

“Existem outras formas de mastite bem menos comuns, entre elas, a mastite por tuberculose, mastite periductal e mastite granulomatosa, que podem, inclusive, ocorrer em quem não está amamentando“, acrescenta Padovesi.

Quais os sintomas da mastite?

Os principais sintomas de mastite são:

Continua após a publicidade
  • Dor;
  • Vermelhidão;
  • Inchaço;
  • Aumento da temperatura no local;
  • Endurecimento da mama e, às vezes, nódulos;
  • Fadiga;
  • Mal-estar.

“Quando evolui para uma infecção mais grave, pode causar febre, aparecimento de pus e abscesso“, destaca a ginecologista.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico é feito, principalmente, por meio da avaliação clínica e do histórico da paciente. Mas, é muito importante fazer exames como ultrassonografia, para descartar abscesso e ver se não tem nenhum tumor.

Análises laboratoriais ainda podem ser solicitadas para conferir o quanto a infecção está afetando o organismo como um todo

Continua após a publicidade

“Existem alguns tipos de câncer de mama que a manifestação inicial pode ser parecida com a mastite. Por isso, é fundamental investigar se é realmente só uma mastite ou se tem algum tipo de tumor associado a essa sintomatologia”, pontua a médica.

Como tratar?

Quando há apenas a inflamação, o tratamento da mastite envolve o uso de anti-inflamatórios e analgésicos. Para casos com infecção, antibióticos também podem ser prescritos.

Em algumas situações, é preciso fazer drenagem do abscesso, com punção com agulhas ou procedimentos cirúrgicos.

Continua após a publicidade

“Existem outras medidas não medicamentosas que podemos usar. Você pode realizar, por exemplo, uma compressa quente para ‘amolecer’ o leite, drenar o máximo possível e, depois disso, vir com uma compressa gelada para desestimular a produção. Às vezes, pedimos para a paciente usar um top de compressão“, revela a ginecologista.

O que fazer para prevenir a mastite?

Para evitar a mastite em lactantes, é fundamental seguir alguns cuidados, entre eles:

  • Ter certeza que de que o bebê tem a pega adequada;
  • Amamentar em livre demanda (toda vez que o bebê quiser);
  • Evitar o uso excessivo de bomba para tirar leite;
  • Variar a posição da amamentação;
  • Oferecer a mama até esvaziar completamente;
  • Manter a higiene correta, lavando a mama após a amamentação;
  • Revezar os mamilos na amamentação.
Publicidade