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Pés e tornozelos inchados? Veja o que pode ser

Condições hormonais, doenças, gestação e até mesmo temperatura (geralmente no calor), fazem com que o inchaço surja

Por Claudia Amoroso
12 fev 2022, 12h44

Você passou muito tempo em pé ou deitado e de repente percebeu que algo estava errado nos pés e tornozelos: o inchaço apareceu. Mas será que ele é normal? Nós investigamos.

UMA QUESTÃO DE ANATOMIA

Ildar Abulkhanov
(Ildar Abulkhanov/Getty Images)

“Como os pés e os tornozelos sustentam o nosso corpo, eles, automaticamente, por efeito da própria gravidade, sempre serão o local de maior acúmulo de líquido do nosso corpo, sendo um indicativo de que algo não vai bem quando é em excesso. Os pés são os primeiros a demonstrar o inchaço, independente da sua causa, e são um ótimo índice para o exame físico numa consulta médica para avaliar a retenção de líquidos”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da diretora (comissão de marketing) da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

CAUSAS DO INCHAÇO

  • hormônios

De acordo com a médica, o inchaço pode ocorrer por causa sistêmica, ou seja, por problemas mais generalizados no corpo como alterações dos hormônios da tireoide ou variações de hormônios ginecológicos (como na menopausa ou na TPM). “Nessas situações, geralmente temos uma dilatação dos vasos que favorece o acúmulo de líquidos”, explica.

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  • rins

Outra causa sistêmica pode ser o mal funcionamento dos rins pois, na insuficiência renal, o rim para de filtrar e expelir a urina. Isso gera um desequilíbrio hídrico que sempre vai ter uma manifestação nas pernas”, conta a médica.

  • inflamação

Existem causas mais localizadas, como condições nas pernas ligadas a processos inflamatórios locais (tendinites, artrite e erisipelas). “Nesses casos, em geral, vemos o comprometimento de apenas um membro”, diz a cirurgiã vascular.

  • hipertensão e trombose

“Condições circulatórias também têm relação com o acúmulo de líquidos. A própria hipertensão arterial pode causar a inchaço das pernas quando descompensada. As varizes e a síndrome pós-trombótica também têm como consequência o inchaço crônico nas fases mais avançadas da doença, associadas geralmente a dermatites, escurecimento da pele no local e até o aparecimento de feridas”, explica a Dra. Aline Lamaita.

“Outra condição vascular menos frequente é o linfedema, que causa alterações no sistema linfático, frequentemente levando a um inchaço crônico e podendo evoluir para deformidade do membro, mas nesse caso em geral acomete apenas um dos membros.”

  • calor

Também existem condições em que não há doença ou mudança hormonal envolvida: “Esse inchaço geralmente acontece no calor, nas duas pernas, após um dia puxado; a condição regride facilmente com o repouso ou após uma noite de sono e geralmente não necessita de maiores preocupações”, esclarece.

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“Mas se o edema é frequente, ou é unilateral, ou associado a outros sintomas como dor, coceira, vermelhidão, ou que não cedem facilmente ao repouso, precisamos procurar um cirurgião vascular, porque temos sinais de alerta para uma investigação maior”, conta a médica.

  • medicamentos

Existem medicações que também estão envolvidas no inchaço nos pés e tornozelo, por aumentar a vasodilatação. “Medicações utilizadas como anti-hipertensivos pode causar o inchaço, principalmente na população mais idosa, sendo assim, se você usa remédio para a pressão e vive de pernas inchadas fique atento, tanto a hipertensão em si como o seu tratamento se relacionam com o inchaço.”

  • gestação

“Outra condição bastante associada ao inchaço é a gestação, quando temos inchaço pela dificuldade de passagem de sangue por conta da compressão do útero e pela variação hormonal. A condição apresenta piora importante caso a gestante sofra com a síndrome hipertensiva gestacional”, explica a cirurgiã vascular.

TRATAMENTO

A médica explica que existem medidas gerais para melhora do desconforto, indicando o repouso com elevação dos membros, compressas frias com chá de camomila, alimentação rica em água (frutas, verduras, legumes) para estimular a diurese, beber muito líquido e manter sempre a movimentação e o membro ativo. “Quando não há suspeita de trombose ou a mesma foi descartada, pode se realizar drenagem linfática”, orienta.

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Durante a consulta médica, pode ser indicado também o uso diário de meias de compressão elástica e medicações para diminuir o acúmulo de líquidos. “Durante um voo longo, momento em que algumas pessoas também sofrem com o problema, é obrigatório a movimentação das pernas a cada hora, evitar uso de bebidas alcoólicas que conhecidamente causam retenção, uso de meias elásticas compressivas e até de medicação anticoagulante em pessoas e alto risco”, finaliza a médica.

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