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Por que gostamos de tomar sustos?

Neste Halloween, entenda como o nosso cérebro lida com o medo

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h34 - Publicado em 31 out 2023, 14h45
 (wayhomestudio/Freepik)
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No dia 31 de outubro, é comemorado o Halloween, ou Dia das Bruxas, data que as pessoas aproveitam para utilizar fantasias assustadoras e assistir filmes de terror. Essa festa nos lembra de uma emoção muito comum: o medo.

“O medo é uma resposta inata dos seres humanos, ele possui um papel essencial na sobrevivência, agindo como um mecanismo de alerta diante de ameaças que desencadeia uma gama de reações físicas e mentais que deixam o indivíduo pronto para enfrentar ou evitar uma circunstância específica que possa afetar a sua integridade”, explica o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós PhD em neurociências.

Quando sentimos medo, várias reações biológicas ocorrem, sendo que as principais são:

INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA

O Dr. Fabiano afirma que o medo é uma reação vinda de tempos ancestrais, onde os seres humanos precisavam fugir de predadores e, para isso, dependiam de que o corpo gerasse respostas rápidas a determinados sinais que indicavam a presença do perigo.

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“A resposta de lutar ou fugir é um processo neurobiológico desencadeado, a princípio, pela amígdala, uma região do cérebro associada à experiência emocional. Esse mecanismo ancestral não diferencia entre ameaças físicas ou mentais, resultando nas mesmas reações, como mãos suadas e ansiedade, tanto diante de perigos reais quanto em situações desafiadoras, como entrevistas de emprego ou filmes de terror”.

POR QUE GOSTAMOS DE TOMAR SUSTOS?

Quando estamos assistindo um filme de terror, é comum nos depararmos com cenas nas quais a trilha sonora começa a ficar mais alta e, logo em seguida, ocorre um susto repentino. Segundo o profissional, nessas situações, o nosso organismo reage de várias maneiras.

“A amígdala libera glutamato, que atua em outras regiões cerebrais. O primeiro sinal alcança o mesencéfalo, levando a respostas involuntárias, como paralisia ou saltos. O segundo é direcionado ao hipotálamo, que estimula o sistema nervoso autônomo, acelerando o coração, elevando a pressão sanguínea e liberando adrenalina e dopamina por todo o corpo”, aponta ele.

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Mas, afinal, por que gostamos de tomar sustos propositalmente (em filmes, parques de diversões ou experiências de suspense, por exemplo)? “Isso tem uma relação direta com um processo chamado ‘alívio pós-medo‘”, conta o Dr. Fabiano.

“O medo desencadeia um estado de alerta, influenciado pelo cérebro emocional impulsivo. Mas, em contextos mais inofensivos e controlados, o ‘cérebro racional’ reconhece a ausência de um perigo real, o que provoca uma resposta de relaxamento no corpo, proporcionando uma sensação de alívio que pode ser agradável” conclui.

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