Respiração e ansiedade: como recuperar seu equilíbrio e bem-estar

Veja como essas duas coisas estão relacionadas

Por Personare
Atualizado em 21 out 2024, 16h30 - Publicado em 19 dez 2023, 15h39
respiração na ioga, musculação, corrida
 (Delmaine Donson/Getty Images)
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Como respiração e ansiedade estão relacionadas? A respiração profunda é um recurso importante para o trabalho de ansiedade. Vamos entender por que e como utilizar essa ferramenta para buscar o equilíbrio do corpo e da mente.

Mas antes, precisamos compreender como a ansiedade funciona. Continue a leitura.

Ansiedade: o que é

A ansiedade, em si, é um sistema natural e biológico de sobrevivência, atrelada ao medo e ao estresse. Surge quando, ao se deparar com o perigo, o ser humano aprende que aquela determinada situação é ameaçadora.

Assim, nos próximos eventos parecidos nos quais exista a possibilidade de uma ameaça real, a pessoa entra em um estado de alerta para se prevenir.

Ou seja, é um mecanismo adaptativo e funcional em situações de ameaça e sobrevivência. Quando o perigo passa, a pessoa pode retornar ao seu estado centrado, se autorregulando. Saiba reconhecer uma crise de ansiedade.

Quando estímulos ameaçadores são detectados, o cérebro gera uma cascata de reações para preservar a vida. Isso envolve um gasto energético intenso, então é preciso que esteja adequado à realidade para ter início, meio e fim.

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Caso contrário, essa reação deixa de ser adaptativa e funcional e passar a ser disfuncional.

Ansiedade: quando se torna um problema

A pessoa em ansiedade busca prever o perigo para se defender. O problema nasce quando este mecanismo se torna crônico e enrijecido, surgindo em situações não tão ameaçadoras ou se tornando um transtorno de ansiedade e ataques de pânico, nos quais as reações ansiosas podem surgir em momentos difusos e sem ameaças reais presentes.

Quando esse mecanismo se torna disfuncional, o cérebro aciona essa cascata de reações, gerando sintomas e reações corporais coincidentes a uma resposta biológica de alerta.

Com o sistema de alerta e hipervigilância acionado, há um aumento da frequência cardíaca e respiratória, entre outras reações, para garantir os impulsos de sobrevivência.

Como esta não é uma situação de ameaça real, ao invés de a alteração respiratória ajudar a lidar com a situação de angústia, acaba contribuindo para ela.

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Com isso, um dos sintomas muito comuns em crises de ansiedade ou ataque de pânico é a sensação de falta de ar.

Respiração e ansiedade: como se relacionam

Em uma crise de ansiedade, o que geralmente acontece é um encurtamento da amplitude respiratória e um padrão inspiratório, gerando uma respiração curta mais rápida.

Como é uma reação incompatível com a necessidade real externa, há a sensação de falta de ar, fazendo com que a pessoa busque ainda mais inspirar, mas pouco expirando.

Ao não soltar o ar que tem dentro, não há espaço suficiente para o ar novo entrar, gerando ainda mais sensação de falta de ar.

Respiração e ansiedade: como retornar ao equilíbrio

Um dos trabalhos importantes para quadros ansiosos é a utilização de exercícios de respiração como um recurso de centramento.

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Ao agir em cima de uma das reações corporais sobre a qual é possível atuar conscientemente, como a respiração, o mecanismo ansioso vai recebendo novas informações de que algo mudou e vai se regulando.

É importante manter o foco em soltar todo o ar na expiração, deixando que a inspiração ocorra consequentemente. Conheça aqui uma meditação para ajudar a controlar a ansiedade

Respiração profunda: como fazer

A respiração profunda, principalmente diafragmática, facilita um centramento. Além disso, ao focar em respirar, a pessoa traz a sua atenção para o momento presente, possibilitando uma autorregulação.

Para ajudar no foco da expiração, pode-se utilizar algum recurso para assoprar:

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  • como uma bexiga de ar daquelas de aniversário
  • ou simular que está assoprando um canudo, por exemplo, acionando o diafragma.

Assim, há mais um elemento para promover o foco da atenção para o momento presente, no qual o corpo todo está envolvido.

A respiração profunda também beneficia as funções cerebrais, favorecendo a capacidade de reflexão, raciocínio, clareza e criatividade para lidar com as situações.

Na psicoterapia corporal, os exercícios de respiração em conjunto com técnicas específicas psicoterapêuticas são grandes aliados no tratamento da ansiedade patológica, assim como em diversos processos psicológicos e corporais.

É importante lembrar que esses recursos de respiração não substituem o acompanhamento psicoterapêutico. Cada pessoa é singular e necessita de um cuidado específico. Ao precisar, busque ajuda profissional.

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Luisa Restelli

Psicóloga, Psicoterapeuta Corporal e Consteladora Familiar Sistêmica. Realiza atendimentos individuais e de casal no RJ e online e ministra grupos terapêuticos e palestras.

luisarestelli.psi@gmail.com

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