Os estados da secreção vaginal e como cuidar da higiene da vagina

Veja quando o corrimento pode ser indício de alguma doença

Por Larissa Serpa
Atualizado em 21 out 2024, 16h30 - Publicado em 20 out 2020, 13h25
 (dvulikaia/Getty Images)
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O fluido vaginal, também chamado de secreção, é uma característica comum de todas as mulheres em idade reprodutiva. Essa secreção é, na verdade, uma mistura de células da vagina e fluídos do aparelho reprodutor feminino, que juntos compõem a flora vaginal. Ela é absolutamente normal — na verdade, o anormal é não ter ela — e muda de consistência durante o ciclo. Por isso, explicamos aqui os diferentes estados da secreção vaginal e a maneira correta de cuidar da higiene da vagina.

SECREÇÃO VAGINAL E HIGIENE

Diferente do que algumas pessoas acham, a secreção vaginal é, na verdade, sinal de que o sistema de higiene interna do organismo está funcionando, já que ela serve como uma “auto-limpeza” da vagina.

“Caso a mulher tenha muita secreção, usar calcinha de algodão e trocar com frequência é o ideal”

Mariana Betioli, obstetriz

Apesar disso, ainda há muitos tabus envolvidos no assunto, especialmente por não deixar a calcinha “limpa” após o uso, o que pode incomodar algumas pessoas. Mariana Betioli, CEO da Inciclo e obstetriz, comenta que sujar a calcinha é completamente normal. “Calcinha foi feita para sujar e lavar, toda mulher tem a vagina úmida e toda mulher tem secreção”, ressalta.

ESTADOS DA SECREÇÃO VAGINAL: É TUDO UM CICLO

orgasmo do ponto G
(undefined undefined/Getty Images)

O ciclo menstrual é regido pelo sistema endócrino, ou seja, os níveis hormonais variam ao longo do mês e isso afeta diretamente a aparência do corrimento da vagina, levando-o a sofrer algumas alterações:

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  • Durante a menstruação e logo após o término, a secreção é quase inexistente;
  • À medida que a ovulação se aproxima, o corrimento apresenta um aspecto mais cremoso e esbranquiçado.
  • Durante a ovulação, a secreção se assemelha à clara de ovo e fica com um aspecto claro e pegajoso.
  • Na fase lútea, que ocorre após o término da ovulação, o muco se torna mais fibroso e pegajoso.

QUANDO O CORRIMENTO É ANORMAL

Para identificar problemas vaginais, Mariana pede atenção para alterações no corrimento. “Se a secreção está com um odor muito forte e ruim, pode ser sinal de alguma infecção”, afirma. Há ainda outras alterações que indicam que você deve procurar um médico:

  • presença de dor ou ardência
  • coceira
  • cheiro muito forte
  • tom amarelo-esverdeado ou cinza
  • textura branca em “placas” (como queijo cottage)
  • sangramento fora do período menstrual ou ovulatório
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COMO CUIDAR DA SAÚDE VAGINAL: HIGIENE DA VAGINA

Sexuality, erotic tension and metaphor for female sexual organs concept with grapefruit isolated on pink background
(Moussa81/Getty Images)
  • No banho

Para manter tudo em ordem, a higiene da região íntima deve estar sempre em dia. “Porém, evite o uso de duchas vaginais e de sabonetes bactericidas para realizar a higienização, pois esses produtos podem eliminar microrganismos presentes na região que são responsáveis pela manutenção da acidez do pH da vulva, que é uma forma de proteção contra bactérias e outros agentes patogênicos causadores de doenças”, explica a ginecologista Ana Carolina Lúcio Pereira.

Sabonetes bactericidas podem eliminar os organismos responsáveis por manter fungos e bactérias nocivos longe da vagina

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Lembre-se também que a higienização deve ser realizada apenas na vulva, a parte externa do órgão genital, evitando a vagina (canal interno). “A vagina acumula menor quantidade de sujidades, não necessitando de assepsia. Essa região também possui pH menos ácido. Logo, qualquer desequilíbrio em seu nível de acidez pode facilitar a proliferação de vírus, bactérias e fungos”, diz a médica.

  • Ao urinar

A limpeza deve ser feita sempre em um movimento de frente para trás, para evitar que microrganismos presentes no ânus sejam carregados para a vagina, segundo a ginecologista.

  • Escolha da calcinha
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“Vale a pena ainda evitar o uso de roupas muito apertadas e feitas de tecidos sintéticos, já que elas abafam a região íntima e favorecem a proliferação de fungos e bactérias que podem causar a vulvovaginite e outras doenças, como a candidíase. Por isso, evite usar calças muito apertadas com frequência e dê preferência aos tecidos mais leves que permitem que o ar circule adequadamente, como o algodão”, aconselha Ana.

  • Estilo de vida

Mantenha bons hábitos de vida, adotando uma alimentação balanceada, praticando exercícios físicos regularmente, tendo boas noite de sono e ingerindo bastante água. Tudo isso vai manter seus hormônios em níveis saudáveis e a flora vaginal, responsável por manter organismos nocivos longe, mais forte.

“E claro, lembre-se de sempre utilizar preservativo quando for realizar a prática sexual, já que é a maneira mais eficaz de prevenir a transmissão dos agentes causadores da vulvovaginite e de outras infecções sexualmente transmissíveis”, ressalta a médica.

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