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O que são e porque devemos nos atentar aos sequestros mentais

A sua cabeça esquece do mundo e fica focada em uma preocupação específica, de tempos em tempos? Prazer, sequestro mental

Por Marcela De Mingo
26 jan 2022, 08h00

Você teve um problema grande no trabalho e percebe que não consegue pensar em mais nada a não ser nesse assunto. Ou, ainda, você está passando por sérios problemas financeiros e percebe que não consegue se concentrar em nada porque preocupações e pensamentos sobre o assunto ocupam demais a sua mente. Se você já passou por alguma dessas situações, então, você sabe bem o que é um sequestro mental

O que são sequestros mentais? 

Segundo Maicon Paiva, da casa de apoio emocional Espaço Recomeçar, esses “sequestros” têm relação com uma mente ocupada por pensamentos que não são do momento presente, como os problemas no trabalho, e que acabam prejudicando as relações sociais e até amorosas. 

Essa perda de conexão acontece de forma rápida, quando você está fazendo ou conversando sobre determinado assunto e sua mente, sem que você perceba, começa a pensar em outras coisas. Com isso, as relações/comunicações acabam sendo atingidas por uma certa desconexão, e a essa ação chamamos ‘sequestro mental'”, conta ele. 

O nome, aliás, explica muito bem como esse movimento mental acontece. De repente, você se vê com a mente cheia de pensamentos, muitas vezes desencadeados por sensações de injustiça, falta de respeito, traição medo… são momentos em que o lado impulsivo fala mais forte. Aliás, o sequestro mental pode acontecer até mesmo no meio de uma conversa comum do dia a dia. 

“Quando se conversa com alguém, o ideal é que as duas pessoas estejam ali, presentes mentalmente, pensando juntas, se relacionando e discutindo sobre o assunto. Nesse caso, o sequestro mental pode se manifestar no momento em que, do nada, começa-se a pensar em outra coisa, como se a pessoa fugisse daquela conversa. Esse desvio de foco é o sequestro mental”, explica. 

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Sequestros mentais interferem na rotina de alguém? 

Esse desvio de foco, explica Maicon, faz com que você não esteja inteiramente presente em uma situação. Diante de outra pessoa, por exemplo, essa mente dividida faz com que você não interaja com ela da melhor maneira possível e a relação pode, sim, sofrer com isso. 

“No dia a dia, e dentro de um relacionamento amoroso não é diferente, esse comportamento acontece em frações de segundos, e, quando você percebe, já disse ou fez algo que não deveria ou gostaria”, continua. “É claro que a impulsividade não é coisa de outro mundo, mas temos que buscar sempre ter esse gerenciamento das relações.”

Existem muitas formas de cuidar da mente, mas, cotidianamente, o primeiro passo é sempre perceber que um sequestro mental está acontecendo – ou seja, é tomar consciência de que você está com a mente em outro lugar enquanto está conversando com alguém ou fazendo uma tarefa no trabalho, por exemplo. Isso ajuda a retomar o foco e até amenizar os desvios. 

Contar com a ajuda de terapeutas ou psicólogos também pode ser interessante, dependendo do grau e da quantidade de vezes que esses sequestros acontecem. Em um período de grande estresse, por exemplo, eles podem ser muito mais comuns do que se imagina, e isso pode gerar uma série de decorrências, inclusive aumentando o nível de estresse de alguém. 

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