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Suplementação para crianças: 5 efeitos negativos que podem ocorrer pelo consumo irregular

Cresce a busca por suplementos: criança pode tomar whey protein e creatina?

Por Maraísa Bueno
21 nov 2025, 12h00
Suplementação infantil precisa de suporte de profissional e pode trazer efeitos negativos em crianças
Suplementação infantil precisa de suporte de profissional e pode trazer efeitos negativos em crianças  (freepik/Freepik)
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Ter um estilo de vida mais saudável se tornou um comportamento de massa no Brasil. De acordo com a Abiad – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres, o setor de suplementos mantém uma expectativa de crescimento de 8% ao ano até 2029. 

Além disso, o interesse do brasileiro por suplementação também cresceu e muito! Segundo a agência Conversion News, o termo ‘whey protein’ já contabiliza mais de 471 mil pesquisas mensais na internet. A palavra ‘creatina’ também não ficou de fora e está em primeiro lugar em pesquisas, com mais de 918 mil consultas. 

Mas, pensando que suplementação é algo benéfico para adultos, por que não também não pode ser para crianças? A nutróloga da Afya Educação Médica de Montes Claros, Dra Juliana Couto Guimarães, explica que o whey protein para adolescentes e crianças pode ser indicado em situações como dificuldade de atingir a ingestão proteica ideal pela alimentação, seja por seletividade alimentar ou baixo peso.

“Pesquisas demonstram que proteínas de rápida absorção favorecem a recuperação e ajudam a manter a massa magra em crianças. Como em casos de demandas energéticas e proteicas elevadas, como ocorre em esportes competitivos, incluindo natação, ginástica e futebol. Ainda assim, o whey deve ser usado apenas como complemento e nunca substituir refeições, e a quantidade precisa ser calculada considerando peso, idade e gasto energético real, sempre com acompanhamento profissional para evitar excesso de proteína”, destaca a profissional.

Mas, em se tratando da creatina, Dra Juliana esclarece que de acordo com o posicionamento da International Society of Sports Nutrition (ISSN), publicado em 2021, a creatina é considerada segura apenas para adolescentes a partir de 16 anos. “Já em crianças menores, seu uso deve ser restrito a situações clínicas específicas, como doenças neuromusculares, miopatias e doenças metabólicas (condições nas quais estudos mostram melhora de força muscular, tolerância ao esforço e qualidade de vida). Para prática esportiva recreativa, porém, a creatina não é recomendada em crianças”, complementa a nutróloga.

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Atualmente, o Brasil ocupa a posição de 4º maior consumidor de whey protein no mundo. O levantamento feito pela Growth Supplements, aponta que Distrito Federal, Minas Gerais e Espírito Santo lideram as buscas por whey, seguidos por estados como Sergipe e Santa Catarina. Já a creatina demonstra uma força notável no Nordeste, com destaque para Rio Grande do Norte, Maranhão, Sergipe, Alagoas e Ceará.

Riscos do uso irregular entre crianças e adolescentes

As diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), indicam que o consumo de suplementação proteicas é permitido e seguro, desde que respeite a fisiologia infantil. As recomendações indicam uma dosagem mínima de 2,85 g por dia para crianças de 4 a 8 anos, subindo para 7,8 g diários na faixa dos 9 aos 18 anos.

A nutróloga comenta que o whey protein pode ser um aliado na alimentação, mas quando usado sem necessidade, sem avaliação profissional e sem supervisão, pode trazer sérios riscos para crianças e adolescentes, que ainda estão em fase de desenvolvimento.

A especialista trouxe cinco problemas principais para o consumo inadequado:

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1) Sobrecarga nos rins: Os rins de crianças e adolescentes ainda estão amadurecendo. O consumo excessivo de proteína, associado ao uso elevado de whey e à baixa ingestão de água, pode aumentar ureia e creatinina e sobrecarregar a função renal.

2) Desbalanço nutricional: Substituir refeições por suplementos é um erro frequente. Isso pode gerar falta de ferro, aumentando o risco de anemia, déficit de cálcio, prejudicando a saúde óssea, baixa ingestão de frutas e verduras, resultando em carência de fibras e vitaminas, e consumo calórico insuficiente, comprometendo o crescimento.

3) Problemas gastrointestinais: O whey concentrado contém mais lactose e pode causar dor abdominal, gases, diarreia e distensão em jovens intolerantes. Existem alternativas mais seguras, como whey isolado, hidrolisado ou blends, além de proteínas vegetais, como ervilha ou arroz, que são bem toleradas e indicadas para quem tem alergia ao leite.

4) Ganho de peso indesejado: Muitas crianças misturam whey com leite integral, aveia, pasta de amendoim, açúcar e achocolatado. O resultado é um shake hipercalórico que pode levar ao aumento de gordura corporal, e não de massa magra.

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5) Riscos de produtos adulterados: Suplementos de baixa qualidade podem conter estimulantes, anabolizantes e outras substâncias proibidas. Estudos de mercado e relatos na literatura apontam contaminações, representando um risco especialmente preocupante para o público jovem.

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