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Danni Suzuki e o poder do hábito: “Estou voltando ao meu centro”

Por trás das fotos bonitas na rede: a atriz, diretora e escritora compartilha como mudar comportamentos é o melhor que você pode fazer por você e pelo mundo

Por Helena Galante
Atualizado em 21 out 2024, 16h35 - Publicado em 14 jul 2021, 08h00
Múltiplas atenções: a atriz, diretora e escritora está finalizando um documentário sobre crianças refugiadas
 (Fernanda Araujo/Divulgação)
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“A geração Z é a primeira a ter rede social antes da adolescência. E assim como a gente, eles permanecem ali, conectados, buscando referências de ideias, de opiniões, um padrão de beleza, uma definição de felicidade ou de sucesso baseado na vida de alguma celebridade ou de outras pessoas ali das redes sociais. É uma constante comparação e necessidade de likes e atenção que faz uma geração inteira ser treinada para quando se sentir incomodada, sozinha ou com medo, ter uma famosa chupeta digital nas mãos.” As frases impactantes foram ditas por Danni Suzuki em janeiro deste ano, na sua palestra “O valor de SER humano”, no TEDxGoiânia.

Danni Suzuki: “As pessoas acham que a nossa vida é o Instagram. Imagina!
Danni Suzuki: “As pessoas acham que a nossa vida é o Instagram. Imagina!” (Fernanda Araujo/Divulgação)

A atriz, diretora e escritora com perto de 1,8 milhão de seguidores só no Instagram está ciente do seu impacto entre adultos e também jovens – e por isso quer usar essa força para fazer o bem. Em entrevista exclusiva para Boa Forma, ela fala do seu documentário sobre crianças refugiadas e explica porque se aprofunda no estudo da mente e das mudanças de comportamento. Ela compartilha ainda como é o dia a dia de mãe solteira e conta como arranja um tempinho para surfar e fazer yoga. Tudo isso sem deixar de postar fotos lindas, claro.  “As pessoas acham que a nossa vida é o Instagram. Imagina! É um dia de foto para ir postando e mil outras coisas que faço paralelamente”, diverte-se Danni, aos 43 anos.

TRANSFORMAÇÃO COM A MATERNIDADE

A gestação do seu filho Kauai foi responsável por grandes mudanças na vida de Danni. Nascida no Rio de Janeiro, formada em desenho industrial pela PUC Rio e em ballet clássico pelo Teatro Municipal, ela já era uma atriz consagrada na televisão, com novelas e séries de sucesso no currículo, quando tornou-se mãe. Não tinha tempo para nada, e isso se refletia na sua saúde. “Fui quase 8 anos vegetariana e depois vegana, mas não conseguia me alimentar corretamente. Fiquei anêmica, tomava tantas vitaminas que a minha refeição tinha virado pílulas. Quando engravidei, aboli tudo”, lembra. A percepção e compreensão do que seu corpo precisava para se nutrir foi seguida de uma lida diferente com a rotina, para estar presente por inteiro para a maternidade.

Movimento: yoga está entre suas práticas preferidas, ao lado do surfe
Movimento: yoga está entre suas práticas preferidas, ao lado do surfe (Fernanda Araujo/Divulgação)

“Hoje tenho uma série de projetos, cada um em um caderno, mas administro todos eles junto com a função de mãe solteira – que é diferente de dividir a atenção com o pai. O Kauai coloca a mesinha dele do lado da minha. Se eu fico no celular, ele fica chateado”, conta. Faz parte da rotina acordar cedo para arrumá-lo para escola e colocar a mão na massa em comemorações especiais. No aniversário de 10 anos de Kauai, em junho, por exemplo, ela organizou uma festa de pijama de 24 horas de duração.  “Nossos filhos são nossa maior oportunidade de aprender os segredos da vida! E nossa maior oportunidade de entender a nós mesmos”, escreveu ela.

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ATENÇÃO A CRIANÇAS REFUGIADAS

O mergulho nesse universo abriu os olhos de Danni Suzuki para a importância da primeira infância: “É uma das fases mais importantes da vida de uma pessoa, o aprendizado é muito rápido”. Sua atenção se voltou, então, para as crianças refugiadas: “A gente passa hoje por uma das maiores crises humanitárias da história, movida por uma migração em massa, onde mais da metade são crianças. Grande parte delas vai passar toda a sua infância longe de casa e muitas vezes longe de sua família, como é o caso das crianças refugiadas”, afirmou em seu TEDx.

Numa viagem ao Oriente Médio, antes da pandemia, ela entrevistou essas crianças e fez uma pergunta a elas: se pudessem voltar para casa, o que gostariam de buscar? A resposta, invariavelmente, apontava para algum laço familiar perdido. Em fase de edição, seu documentário S.O.S Crianças Refugiadas ainda não tem data exata de lançamento, mas promete lançar luz sobre essa sensível questão e o que cada um de nós pode fazer: “Somos agentes de mudança e somos capazes de mudar”. Outro projeto social que participa ativamente foca na implementação de uma biblioteca infantil em um abrigo em Roraima.

Danni Suzuki e o poder do hábito:  “Estou voltando ao meu centro”
Em busca do centro: Danni procura meditar ao menos 20 minutos toda manhã (Fernanda Araujo/Divulgação)

SENSIBILIDADE E CONEXÃO

Como todos nós, Danni também sentiu o impacto do último um ano e meio. “Tudo é hábito. A pandemia me desestruturou, mas estou voltando ao meu centro.” Sem as gravações externas, o dia a dia virou sentar-se em frente ao computador para produzir entrevistas para o seu canal, gerar conteúdo, preparar roteiros e editar. “Dobrei meu ritmo de trabalho e diminuí meu ritmo de exercícios. Ou seja, aumentei minha dor nas costas”, conta. Por muitos anos, ela conseguiu separar um longo período de meditação ao dormir e acordar. Hoje, comemora quando consegue ao menos 20 minutos pela manhã. “Se algum dia acordo e já saio correndo, sinto meu dia mais ansioso, com a respiração acelerada.” Nesses momentos, a melhor saída é se jogar no mar para surfar. “É um jeito de ficar longe do celular e de tudo. E seu eu não me concentrar, é pranchada na cabeça.”

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Outro exercício que faz parte do seu dia e não é para o corpo, mas para a mente, inclui um caderno da gratidão (onde escreve, à mão, motivos para ser grata por aquele dia). “Digito rápido para escrever, depois me dói. A tecnologia me dói. Acabo relaxando nos momentos do yoga.” É na busca de um estado mental sereno que ela encontra a base e o propósito para as demais atividades. “Eu preciso desse conjunto, meu estado mental é o que guia todo resto. Preciso estar conectada com meu espírito, minha alma, meus objetivos de vida. Daí cuidar da saúde física é cuidar do corpo como instrumento, o alimento automaticamente entra nesse cuidado.” 

Vigor físico: sua alimentação é focada na percepção do que seu corpo precisa naquele momento
Vigor físico: sua alimentação é focada na percepção do que seu corpo precisa naquele momento (Fernanda Araujo/Divulgação)

NUTRIÇÃO DE CORPO E ALMA

“Estar em boa forma vai além do fitness, da dieta. Está dentro do seu comportamento mental, reflete seu comportamento físico, é um conjunto do que você coloca para dentro, seja em questão de conteúdo ou de alimento.” Educada dentro do esporte, ela sempre teve uma pressão como bailarina para não engordar. Hoje, presta atenção na vitalidade do corpo, não na balança. “Eu não tive educação alimentar. Demorei para aprender a abrir mão do produto industrializado. Olhava para o legume e torcia o nariz. Hoje, com reeducação, gosto muito de comer”, diz Danni, que garante que seu assado de beterraba, cenoura, batata e aipim fica uma delícia! “Gosto do junkie food também, mas entendi que quando me alimento melhor, tenho menos preguiça, durmo mais.” Assim como nós aqui na Boa Forma, Danni Suzuki acredita que cada decisão conta no caminho de buscar ficar mais centrada: “São escolhas que a gente faz.” 

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  • CAPA
  • Fotos: @nanda.araujo.fotografia
  • Agradecimento: @hotyogaone
  • Edição de arte: @oipedroemilio

 

Danni Suzuki: estrela da capa de julho da Boa Forma
Danni Suzuki: estrela da capa de julho da Boa Forma (Fernanda Araujo/Divulgação)

Esse especial faz parte da edição de julho de 2021 de Boa Forma,
que traz a atriz e diretora Danni Suzuki em sua capa. 
Clique aqui para conferir os outros especiais.

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