O óleo de argan virou queridinho de cabeleireiros tops e das estrelas e logo entrou na lista dos favoritos das apaixonadas por beleza. Profissionais que entendem do assunto confirmam que o produto tem superpoderes. “O ativo é rico em ácidos graxos (oleico e linoleico) e vitamina E, fundamentais para deixar o cabelo sedoso”, fala Celso Martins Junior, professor de cosmetologia da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.
“Além de serem agentes condicionantes, os ácidos graxos repõem a proteína capilar e deixam a fibra menos compactada e o fio mais brilhante e macio. A vitamina E é antioxidante e combate o envelhecimento causado por sol, poluição, vento e ar condicionado”, explica Celso. Na prática, esse coquetel significa cabelo sem frizz, longe de pontas duplas, mais disciplinado e com balanço extra.
Tesouro do oriente
Se por aqui o óleo de argan é novidade, no Marrocos ele é conhecido e usado há séculos. Isso porque é lá que a árvore Argania spinosa cresce, dá frutos e desde sempre orienta os costumes de saúde e beleza daquele povo, ainda que sem embasamento científico. “Os xeiques sempre beberam o óleo extraído das sementes de argan para cuidar da saúde e é tradição entre as mulheres passá-lo na pele para deixá-la mais viçosa”, conta a dermatologista Maria Fernanda Gavazzoni, professora do Instituto Azulay da Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro. Não existem pesquisas comprovando a ação desse ativo no cabelo, mas basta experimentá-lo para tirar a prova de que as mechas ficam mais hidratadas e com toque gostoso.
Como aplicar
No ritual de cuidados com os fios, o óleo de argan marca presença da pré-lavagem à finalização. “Como o produto tem ação reparadora e emoliente, pode ser usado em todas as etapas para melhorar a qualidade do cabelo”, fala o cabeleireiro Ricardo Moreno, do salão RM Trends, no Rio de Janeiro. Aprenda a explorar tudo o que ele tem de bom.
Antes do xampu: “Aqueça 1 colher de sobremesa de óleo de argan no micro-ondas por cinco segundos e passe no cabelo, massageando mecha por mecha. Espere uma hora e lave o cabelo”, diz o cabeleireiro Marco Antonio de Biaggi, do salão M.G Hair Design, em São Paulo.
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Para turbinar a máscara: “Misture de quatro a cinco gotas do óleo com o equivalente a uma moeda de 1 real de máscara capilar. Passe no cabelo limpo e úmido, evitando o couro cabeludo, e use uma touca térmica por 15 minutos. Depois, enxágue bem”, ensina Marco Antonio.
Como leave-in: aplique de duas a cinco gotas (de acordo com o comprimento e o volume dos fios) no cabelo úmido e seque como de costume.
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Como reparador de pontas: coloque duas gotas na palma das mãos e esfregue uma na outra. Depois, aplique nas pontas, espalhando bem.
Para driblar os danos da coloração: “Coloque três gotas do óleo na pasta de tintura que será aplicada no cabelo”, indica Cris Dios, cosmetóloga e cabeleireira do salão Laces & Hair, em São Paulo.
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Na hora de modelar os cachos: junte a quantidade equivalente a uma moeda de 10 centavos do seu creme para pentear com quatro ou cinco gotas de óleo de argan. Espalhe nos fios e retire o excesso de umidade com a toalha, amassando as mechas. Deixe secar naturalmente.
Antes do mar ou da piscina: aplique 1 colher de chá do óleo no cabelo seco antes de entrar na água para blindá-lo dos danos do sal e do cloro.
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Para valorizar as luzes: passe 1 colher de sopa de óleo de argan nos fios antes de aplicar a química.
Caros x baratos
A variedade de marcas de óleo de argan nas lojas de cosméticos está cada vez maior – e a de preços também. “Para fazer 1 litro de óleo são necessários cerca de 30 quilos de sementes originárias do Marrocos”, conta Celso Martins Junior. Mas não é só a qualidade da matéria-prima e o transporte do produto até aqui que interferem no valor. “O processo de cultivo da árvore (orgânico ou não), a extração e a manipulação do óleo também somam nessa conta”, completa. Outro aspecto relevante é a concentração de óleo de argan na fórmula. “Um bom produto tem que ter pelo menos 10% do ativo”, observa a cosmetóloga Cris Dios.
Mas nem todos os rótulos trazem essa informação. Cheque, então, se o ativo (escrito dessa forma: Argania Spinosa Kernel Oil) está entre as substâncias da composição. Se descobrir que ela também contém silicone, não se assuste. Segundo Cris Dios, ele é usado para diluir a matéria-prima, difícil de manipular em seu estado natural. “O silicone possibilita que o produto seja usado antes do secador e da chapinha, pois forma um filme protetor que impede que o calor frite o cabelo, como aconteceria com o óleo puro”, fala. Na hora de escolher, faça a prova da textura: coloque duas gotinhas em uma mão e esfregue na outra. O óleo não pode deixar a pele melada; tem que ser absorvido rapidamente.