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Pró-aging: como sentir orgulho do seu envelhecimento

O movimento pró-aging defende uma nova visão sobre o envelhecimento: ao invés de combatê-lo, garantir que ele aconteça com saúde

Por Marcela De Mingo
6 jun 2022, 08h00

Passamos muito tempo da nossa vida ouvindo falar sobre anti-aging, ou seja, o movimento contra o envelhecimento, que defende uma pele “jovem” o máximo de tempo possível. Mas e se olhássemos para o envelhecimento de outra maneira? É aí que entra uma nova tendência em dermatologia, a chamada pró-aging. 

O QUE É PRÓ-AGING? 

Fato é: não existe anti-aging. Se tudo ocorrer como o planejado, todos nós vamos envelhecer muito – e os dados corroboram essa premissa, afinal, o número de idosos têm aumentado no mundo inteiro. Então, é impossível evitar que o envelhecimento aconteça. 

“Existe um movimento chamado pró-aging, que prega o envelhecimento saudável em oposição à tentativa de não envelhecer ou reverter os sinais de envelhecimento”, explica a Dra. Beatriz Lassance, cirurgiã plástica e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 

De acordo com a médica, os estudos sobre a Medicina do Estilo de Vida comprovam que a porcentagem de massa muscular está diretamente relacionada ao envelhecimento saudável. Isso significa que, para manter essa massa, é imprescindível associar os exercícios físicos à alimentação balanceada. 

“Na estética, há uma preocupação de mudar o conceito de que o velho é feio”, diz. “A população idosa está cada vez mais ativa economicamente, os atuais 50 anos estão sendo chamados ‘antigos 30’. A busca pela beleza deve corresponder a beleza de cada idade.”

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PRÓ-AGING X CUIDADOS COM A PELE

Pensando por esse viés é fácil perceber como a dermatologia se encaixa nesse conceito, certo? A produção de colágeno é muito afetada com a idade, tanto a quantidade quanto a qualidade das fibras. O que causa essa mudança são vários fatores: a capacidade de absorção de proteínas no trato digestório diminui, os radicais livres aumentam de forma geral e as células que produzem colágeno e glândulas sebáceas (responsáveis pela hidratação da pele) diminuem tanto em número quanto em eficiência.

“Ou seja, flacidez, diminuição da elasticidade e do vigor da pele são inevitáveis, mas podem ser retardadas ou amenizadas com procedimentos estéticos ou cirurgias plásticas. Temos uma indústria crescente de cremes e substâncias injetáveis capazes de diminuir esses efeitos”, explica a cirurgiã. 

Fora isso, os cremes tópicos estão cada vez mais eficientes, com tecnologias que permitem a penetração dos princípios ativos através da pele com a diminuição do tamanho das moléculas. E até mesmo a engenharia genética tem sido usada para manter a pele mais jovem. 

“Esses produtos aumentam a hidratação, possuem poder antioxidante para diminuir a quantidade de radicais livres, aumentam as defesas anti-radicais livres e têm propriedades antiglicantes capazes de diminuir a glicação do colágeno (aderência de glicose em moléculas de colágeno que alteram seu formato e elasticidade, o que chamamos de Advanced Glication End products ou AGEs)”, explica. 

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Já dentre os injetáveis, podem ser utilizados os preenchedores, repondo perdas ósseas e compartimentos de gordura naturalmente absorvidos pela idade; os bioestimuladores de colágeno, que agem aumentando a produção de colágeno pelo organismo; e os skinboosters, que aumentam a capacidade de hidratação da pele. 

“Ou seja, existem tratamentos multifatoriais capazes de manter o aspecto saudável da pele, mas nada disso funciona sem uma abordagem global da saúde, com exercícios físicos e alimentação saudável”, reforça a médica. 

Fora isso, também lidamos com um limite. Envelhecer, para a especialista, é um mérito, uma conquista. Se chegarmos aos 100 anos felizes, ativos, cercados de pessoas queridas, podemos sentir orgulho das rugas e vincos que acompanharão esse processo. “Isso é o movimento pró-aging”, diz. 

COMO ENTRAR NO MOVIMENTO PRÓ-AGING? 

A Dra. Beatriz já deu a letra: os cuidados com a pele são apenas uma parte dessa tendência, que pede cuidados globais para um envelhecimento saudável. Aqui, ela indica os pilares da Medicina do Estilo de Vida: adotar uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, evitar o tabaco e o álcool em excesso, manter um círculo ativo de amizades e dormir bem

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Quando o assunto é a pele, entra aí o skincare e os cuidados básicos que, por si só, já fazem muita diferença na vida de alguém: 

  • Usar filtro solar, já que o sol acelera o envelhecimento cutâneo
  • Adotar hábitos de autocuidado, como limpar a pele e hidratar a pele
  • Investir em estímulos de colágeno constantes com dermocosméticos com princípios ativos adequados a cada pele
  • Optar por procedimentos estéticos dentro de um bom senso real
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