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Como o álcool prejudica o cérebro?

Por Dr. Felipe Mendes
14 dez 2023, 09h00

O consumo excessivo e prolongado de álcool pode causar vários danos ao cérebro por ser uma substância neurotóxico, ou seja, que pode danificar os neurônios.

Pode haver redução do volume cerebral, principalmente na região do hipocampo, com consequentes lapsos de memória e dificuldade de raciocínio, perda da resolução de problemas, da capacidade de aprendizado e da tomada de decisão.

Além disso, pode haver danos nos nervos periféricos, resultando em sintomas como formigamento, dormência e fraqueza em braços ou pernas.

O álcool é prejudicial ao cérebro devido a vários mecanismos e efeitos fisiológicos. Entre eles, como já mencionado, devido à sua toxicidade direta, mas também por:

  • desencadear uma resposta inflamatória cerebral, levando à produção de substâncias químicas inflamatórias que podem causar danos aos seus tecidos;
  • aumentar o estresse oxidativo;
  • afetar a comunicação entre os neurônios ao interferir nos neurotransmissores, como o ácido gama-aminobutírico (GABA) e o glutamato, resultando em efeitos sedativos e prejuízos nas funções cognitivas;
  • reduzir o volume cerebral;
  • desregular o sistema nervoso central e interferir na absorção de nutrientes essenciais, como vitaminas do complexo B, especialmente a tiamina (vitamina B1).

A capacidade do cérebro de se recuperar dos danos causados pelo álcool pode variar de pessoa para pessoa, uma vez que depende de vários fatores, incluindo a gravidade e a duração do consumo de álcool, a saúde geral do indivíduo, a presença de outras condições médicas e a reversão para um estilo de vida saudável.

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Uma nova pesquisa, publicada recentemente na revista científica Alcohol, mostrou que a espessura do córtex cerebral, uma das regiões mais afetadas pelo consumo excessivo de álcool, pode retornar a níveis semelhantes aos de adultos saudáveis após aproximadamente 7,3 meses sem consumir a bebida.

COMO CONSUMIR BEBIDAS ALCOÓLICAS DE UM JEITO MAIS SEGURO?

O consumo de álcool pode ser feito de forma mais segura quando praticado de maneira moderada e responsável. Mas é importante lembrar que ele afeta cada pessoa de maneira diferente, e não há uma quantidade “segura” que seja aplicável a todos.

Tudo depende de fatores genéticos, do histórico familiar ou de condições de saúde preexistentes. Mesmo em quantidades baixas, ele pode causar danos ao organismo e à estrutura e função do cérebro humano.

Respondido por:

Dr. Felipe Mendes, médico neurocirurgião e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Instagram: @drfelipemendesneuro

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