Quais podem ser as causas de lapsos de memória em jovens?
Os lapsos de memória são breves momentos em que a pessoa esquece de algo que, normalmente, se lembraria. No geral, eles são considerados normais e podem se tornar mais recorrentes com o passar dos anos.
Os lapsos podem ser positivos ou negativos, pois, as informações que armazenamos e não evocamos são esquecidas para que o cérebro abra mais espaço para novas memória.
Entretanto, a rotina mecânica e a quantidade de informações absorvidas no uso exagerado de redes sociais fazem parte das causas desses lapsos, especialmente, em pacientes com 30 a 40 anos de idade. Além disso, outros fatores também podem contribuir para que eles aconteçam, como: uso de substâncias ilícitas, tabagismo, alcoolismo, ansiedade, depressão e falta de sono.
É importante salientar que esses lapsos em pacientes dessa faixa etária não costumam ter ligação com doenças neurodegenerativas como Alzheimer, demência e outras.
Existe um estudo inicial que identifica 25 tipos de genes que podem desenvolver demência e Alzheimer, porém, não há um fator genético diretamente ligado aos distúrbios de memória. O importante é a epigenética, ou seja, mudanças na expressão gênica que podem ser herdadas e que não alteram a sequência do DNA.
Isso significa que mudanças dos fatores de risco e ambiente podem contribuir para a prevenção dessas doenças, uma vez que, ao adotar hábitos de vida saudáveis, há uma redução significativa nas chances desses genes se expressarem.
Apesar da aparente normalidade, quando há um desgaste mental e/ou esses lapsos de informações básicas do dia a dia que afetem o bem-estar do paciente, é fundamental procurar um profissional para investigar a presença de outras condições.
No mais, para evitar os lapsos, o melhor a se fazer é manter uma boa alimentação, como uma dieta rica em frutas vermelhas, e praticar atividades físicas.
O sono também é fundamental, pois, pacientes que sofrem de insônia absorvem uma “tempestade” de informações durante a madrugada, geralmente em redes sociais, prejudicando o cérebro no armazenamento das informações necessárias para o dia a dia.
Dr. Custódio Michailowsky Ribeiro, neurologista do Hospital Albert Sabin.