Lipedema pode ser tratado com cirurgia plástica?
O lipedema é uma doença interdisciplinar cujo tratamento envolve, além do cirurgião plástico, profissionais como endocrinologistas, nutricionistas e cirurgiões vasculares. O tratamento cirúrgico deve sempre ser acompanhado do tratamento clínico, do tratamento conservador, que tem como base quatro pilares: dieta anti-inflamatória, atividade física específica para lipedema, terapia física complexa e protocolos medicamentosos específicos para a doença.
A cirurgia só é indicada quando a paciente já fez o tratamento clínico por mais de seis meses e não apresentou melhora ou quando a paciente tem uma queixa estética muito mais importante do que a queixa funcional. Nesses casos, a cirurgia é indicada, sendo que o cirurgião plástico é o especialista mais habilitado para a realização do procedimento.
O lipedema afeta predominantemente mulheres e surge principalmente nos membros inferiores, mas também pode acometer membros superiores e, em raros casos, áreas distintas como abdômen, face e axilas. A doença, apesar de não ser rara e afetar mais de 12,3% das mulheres brasileiras, ainda é pouco conhecida, levando a falta de diagnóstico ou diagnósticos incorretos, o que atrasa o início do tratamento, aumenta a progressão da doença e, consequentemente, faz com que a paciente sofra fisicamente e emocionalmente.
Dra. Heloise Manfrim, cirurgiã plástica especialista em lipedema e sócia-fundadora da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons). Instagram: @baps.aesthetic