
Quando você beber, o organismo metaboliza o álcool em uma substância chamada acetaldeído, que é ainda mais tóxica e inflamatória do que o próprio álcool.
Enquanto o fígado tenta neutralizar esse composto, vários processos fisiológicos ficam desregulados: alteração hormonal, estresse oxidativo e, principalmente, desidratação intensa.
A ressaca surge como um reflexo dos processos do corpo tentando lidar com essa sobrecarga tóxica. Os sintomas desse efeito podem variar bastante de pessoa para pessoa e têm influência da quantidade de álcool ingerida, do tipo de bebida e até mesmo da genética.
Mas, no geral, costumam envolver dor de cabeça, sede intensa, tontura, náusea, mal-estar no estômago, tremores, taquicardia e fadiga.
Além disso, é muito comum ter dificuldade de concentração, uma sensação de lentidão mental, irritabilidade, ansiedade e sensibilidade exagerada à luz e ao som.
Pode treinar de ressaca?
Treinar de ressaca pode não ser uma boa ideia quando falamos de desempenho e segurança.
O corpo está desidratado, inflamado e sobrecarregado tentando eliminar os resíduos do álcool. Praticar atividades físicas nesses momentos pode trazer mais risco de lesão, mais cansaço, pior controle da pressão arterial e da temperatura corporal e percepção de esforço muito maior do que o normal.
Entretanto, vale um contraponto: se o consumo de álcool foi leve e não há muitos sintomas, um treino leve pode até contribuir para a metabolização do álcool.
O aumento do fluxo sanguíneo, da ventilação e da sudorese pode acelerar a eliminação de alguns metabólitos e ajudar na melhora dos sintomas da ressaca.
Mas lembre-se: é contraindicado realizar treinos mais intensos. Nesse cenário, o organismo não está em modo de adaptação, e sim em modo de reparo e sobrevivência. Então, se for pra se movimentar, que seja algo leve, regenerativo, com bastante hidratação e sem cobrança de performance.
Dr. Yuri Sena Santos, médico do exercício e do esporte
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