Imagem Blog

BOA FORMA responde

Vamos atrás dos melhores especialistas para tirar suas dúvidas
Continua após publicidade

Posse afetiva. Quando saber o limite?

Por Liliana Seger
10 jan 2023, 08h53

Posse afetiva, pelo olhar da antropologia é um dos resultados da estrutura machista em que a sociedade foi configurada, criando uma relação de posse dentro de um relacionamento monogâmico.

Essa relação de posse, que nasce do pressuposto de que a mulher é uma propriedade do homem, se enraizou historicamente, de forma que não apenas os homens consideram as mulheres “suas”, como as mulheres também, muitas vezes, enxergam seus parceiros como “seus” também. Nos relacionamentos homoafetivos, também existem sinais de que essa estrutura se manteve.

Alguns fatores podem agravar ou acentuar esse sentimento de posse, ou melhor, o sentimento da possível perda da posse.

Pessoas que tiveram na sua história de vida vivências pessoais ou familiares onde houve traição, podem acreditar na infidelidade como uma norma, ou grande possibilidade, em qualquer relacionamento afetivo.

Continua após a publicidade

Existem situações as quais a pessoa já vivenciou relacionamentos onde houveram traições, isso já a predispõe a procurar evidências de traição, ou ter o seu ciúme amplificado, por medo de que isso aconteça novamente, seja com o mesmo parceiro que traiu ou outro no qual nunca houve nenhum tipo de evidência factual.

Existem também alguns transtornos (como Amor ou Ciúme Patológicos) que trazem uma exacerbação de ciúmes com reações frequentes de muita agressividade, podendo chegar à uma violência. Esses ataques de raiva, surgem em função de pensamentos ou interpretações de que o outro está traindo, flertando ou se conectando emocionante com outro.

Essas pessoas continuamente buscam evidências que confirmem seus maiores medos e suspeitas de infidelidade. Nesses casos, é muito importante salientar que o ciúme excessivo normalmente tem mais relação com a insegurança do ciumento do que com o nível de amor ou de afeto que ele tem em relação ao outro.

Continua após a publicidade

Para os que se identifiquem com alguma dessas características, ou se relacionam com alguém que acredita que possa ter ciúme ou amor patológicos, é importante entender que isso é um transtorno, pode ser tratado, e não é simplesmente um traço de personalidade da pessoa.

Se o ciúme ou o amor estão interferindo na qualidade do seu relacionamento, esse é um ponto de alerta para buscar ajuda.

Respondido por:

Dra. Liliana Seger, psicóloga clínica Doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP. @dralilianaseger

Continua após a publicidade
Publicidade