
Não se importar tanto é um desejo legítimo, especialmente quando a vida começa a pesar com expectativas externas, cobranças alheias e vínculos que antes faziam sentido, mas agora apenas machucam.
O problema é que deixar de se importar não acontece com um estalo. Não é simples. Especialmente quando se trata de pessoas próximas, queridas, que fizeram (ou ainda fazem) parte da sua história.
É por isso que aprender a se importar de um jeito diferente pode ser mais verdadeiro do que simplesmente tentar apagar o sentimento. Porque talvez você nunca pare de se importar.
Mas pode aprender a deixar de sofrer tanto, pode criar um distanciamento saudável e, acima de tudo, pode começar a se escolher com mais clareza.
Essa mudança começa com algo muito interno: a consciência de quem você é hoje. Não quem você foi, nem quem as pessoas esperam que você continue sendo, mas quem você realmente se tornou.
E isso pede um mergulho sincero nos seus próprios valores, nos seus limites, nas suas necessidades emocionais atuais.
Muitas vezes, o que dói não é o outro em si, mas o conflito entre quem você é agora e o papel que ainda esperam que você desempenhe.
E é aí que mora a grande virada: quando você entende que não precisa mais se encaixar em versões antigas de si para continuar sendo amado, aceito ou respeitado.
A dor começa a diminuir quando você para de lutar para manter vínculos que só se sustentam na idealização do passado ou no que você gostaria que ainda existisse.
A realidade é mais clara: o que foi simbólico e especial continua tendo valor, mas isso não significa que precise seguir presente.
Você pode continuar amando e ainda assim entender que estar junto, do mesmo jeito, já não ressoa. Pode lembrar com carinho, mas saber que continuar igual seria se abandonar.
E aí surge o ponto mais difícil: como lidar com isso no dia a dia, especialmente quando essa pessoa está perto, convive, ou faz parte da sua rotina?
Não tem resposta mágica, mas existem caminhos. Aqui vão algumas práticas para ir construindo esse distanciamento emocional com afeto, sem culpa, e sem precisar se tornar uma versão endurecida de si:
- Respeite o que você sente, sem se deixar dominar por isso
Sentir não te impede de se proteger — só mostra que você é humano.
- Reduza a frequência de contato, mesmo que discretamente
Pequenos afastamentos ajudam a recuperar o fôlego emocional.
- Pare de se explicar o tempo todo
Nem todo mundo vai entender suas escolhas, e tudo bem.
- Evite buscar validação de quem não pode te oferecer isso
A carência de acolhimento só machuca mais quando vem de quem não enxerga você.
- Esteja presente em outras relações mais nutritivas
Direcionar energia para vínculos verdadeiros ajuda a soltar os que pesam.
- Se afaste da ideia de que tudo precisa ser resolvido
Algumas relações não se curam — apenas se transformam com o tempo e a distância.
- Crie um limite claro dentro de você, mesmo que não seja dito em voz alta
Saber até onde você vai é mais importante do que o outro saber.
- Aceite que ainda vai doer às vezes
Mas a dor não precisa guiar suas ações — ela pode apenas ser sentida e atravessada.
- Todos os dias, escolha se aproximar de si
O autocuidado não está só nas pausas, mas em se lembrar do que faz sentido pra você agora.
Você não precisa endurecer para se proteger. Pode continuar sendo sensível, amoroso, cuidadoso — e ainda assim, se afastar emocionalmente do que não te serve mais.
O distanciamento não precisa ser desamor. Ele pode ser, inclusive, a forma mais profunda de respeito por tudo o que foi… e por tudo o que você está escolhendo ser daqui pra frente.
Então sim, talvez você nunca pare de se importar, mas pode, com o tempo, aprender a sofrer menos e, principalmente, a se escolher mais.
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Oi, eu me chamo Priscila Conte Vieira, mas pode me chamar de Pri! Sou psicóloga, palestrante e mentora. Atuo na psicologia clínica, sou especialista em Psicologia Positiva, pós graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental, master em autoconhecimento, coach de vida, practitioner em PNL e também criadora do Podcast Respira, não pira (que tal dar uma conferida lá no Spotify?!)
Estarei por aqui todas as semanas, abordando temas da Psicologia Positiva, felicidade, bem-estar e os auxiliando a serem as suas melhores versões, por meio do autoconhecimento e florescimento. Para saber mais sobre mim e me acompanhar no dia a dia, é só me seguir no Instagram! Estou por lá como @priscilaconte__. Te vejo no próximo Sábado! Até mais <3
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