
Três anos em remissão. Parece pouco, mas é uma eternidade quando falamos de corpo, desejo e prazer. Quando o diagnóstico de câncer de mama chegou, muita coisa mudou e não só no meu prontuário médico.
Mudou no espelho, na cama, na forma como eu me tocava (ou evitava me tocar). Mudou o jeito como eu me via como mulher.
E é sobre isso que quero falar neste Outubro Rosa, sobre a sexualidade depois do câncer. Porque sim, ela existe. E mais do que isso, ela pode florescer, se reinventar e ser fonte de cura.
Câncer de mama e sexualidade
Durante o tratamento, o corpo vira campo de batalha. Cirurgias, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, tudo isso mexe com a libido, com a autoestima, com a nossa relação com o toque.
Sem contar todo o simbolismo associado à mama, para muitas mulheres, os seios são parte essencial da autoimagem e da identidade feminina.
O câncer de mama, ao afetar essa região, pode provocar uma crise de identidade, sentimento de perda, medo e angústia. Mas o corpo que sobreviveu deve ser olhado com mais generosidade. Não como um corpo “quebrado”, mas como um corpo guerreiro e que também merece prazer.
Falar sobre sexualidade ainda é tabu — especialmente quando misturado ao câncer. Mas abrir esse diálogo com a parceria, com o médico, com o terapeuta (e com você mesma!) é essencial.
O prazer não é só físico. Ele começa na segurança, na confiança, na liberdade de dizer o que você sente e o que você precisa. Talvez você não sinta vontade. Talvez o toque incomode. Talvez o espelho ainda te assuste. Tudo bem.
A reconexão com o prazer não tem prazo. Comece com pequenos gestos: um banho demorado, um óleo perfumado, uma lingerie que te faça sorrir. O prazer pode vir em formas sutis — e todas elas contam.
A sexualidade não é um luxo. É parte da nossa saúde integral. Estudos mostram que o prazer libera endorfinas, melhora o humor, fortalece o sistema imunológico. Ou seja: reconectar-se com o prazer é também cuidar de você.
Eu sou a Chris Marcello, mulher, mãe, avó, educadora sexual, empresária, sobrevivente. E estou aqui para te lembrar: o câncer pode ter deixado marcas, mas ele não apagou sua potência. Somos, apesar e além dele.
Outubro Rosa é sobre prevenção, sim. Mas também é sobre reconexão. Com o corpo, com o prazer e com a vida.
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