A eructação: por que arrotamos e em que situações devemos nos preocupar?
Se você também já se perguntou o que motiva esse fenômeno e até onde ele pode ser considerado normal, confira as explicações aqui!

Também chamado eructação, o arroto é um fenômeno comum, mas que ainda gera muitas dúvidas. Afinal, por que arrotamos?
A resposta para isso está na combinação de diversos fatores fisiológicos, alimentares e até comportamentais. A seguir, explicamos o que está por trás desse processo natural do corpo e até onde ele pode ser considerado normal.
O que é o arroto?
O arroto nada mais é do que a liberação de ar do estômago através do esôfago e da boca. Esse ar entra no trato gastrointestinal de duas formas principais: ao engolirmos (deglutição) e por fermentação de alimentos no intestino.
De acordo com a American Gastroenterological Association, a deglutição de ar — chamada de aerofagia — é a principal causa dos arrotos. Esse ar ingerido precisa ser expelido de alguma maneira, e o arroto é a via mais direta e inofensiva. Pessoas que falam muito enquanto comem, mastigam chiclete ou bebem bebidas gaseificadas tendem a engolir mais ar e, portanto, arrotar com mais frequência.
Arrotar é sempre normal?
Em geral, sim. Arrotar após as refeições é uma resposta fisiológica natural. Porém, quando a eructação se torna excessiva ou vem acompanhada de outros sintomas como dor abdominal, náusea ou refluxo ácido, pode indicar uma condição clínica, como refluxo gastroesofágico (DRGE) ou dispepsia funcional.
Um estudo publicado no World Journal of Gastroenterology mostra que o arroto pode ocorrer por dois mecanismos distintos: o fisiológico (comum) e o supragástrico, mais associado a distúrbios funcionais. O arroto supragástrico ocorre quando o ar nunca chega ao estômago, sendo imediatamente expelido após ser aspirado para o esôfago — muitas vezes de forma inconsciente.
Fatores que influenciam a frequência dos arrotos
Alguns hábitos e alimentos favorecem a produção de gases e o aumento de arrotos. Entre eles:
- Bebidas gaseificadas;
- Comer rápido ou falar durante as refeições;
- Tabagismo;
- Ansiedade (que pode levar à deglutição excessiva de ar);
- Alimentos fermentáveis, como feijão, brócolis, repolho e cebola.
Além disso, uma pesquisa publicada no Neurogastroenterology & Motility mostra que o estresse emocional pode desencadear episódios de arroto supragástrico, o que sugere um componente psicossomático importante.
Quando procurar um médico?
Se os arrotos forem frequentes, excessivos ou vierem acompanhados de desconfortos digestivos, é importante procurar avaliação médica. O gastroenterologista pode solicitar exames como a pHmetria ou manometria esofágica para entender melhor o que está acontecendo.
Em muitos casos, o tratamento envolve mudanças no estilo de vida, ajustes na dieta e, se necessário, acompanhamento psicológico ou uso de medicamentos para controle de refluxo.
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