Bia e Branca Feres falam sobre distúrbio alimentar na época em que competiam
As gêmeas do nado sincronizado desabafaram sobre bulimia e compulsão alimentar

Em entrevista ao Universa, do UOL, Beatriz e Bianca Feres, as gêmeas do nado sincronizado, desabafaram sobre o distúrbio alimentar que sofriam na época em que competiam.
Elas contaram que foi na adolescência que as cobranças com o corpo começaram e que, ao entrarem para a seleção brasileira, no ano do Pan do Rio de Janeiro (2007), o quadro se intensificou.
De acordo com Beatriz e Bianca, havia uma vigilância constante a respeito do que e quanto elas comiam – tudo sob o argumento de que, para se manterem no esporte, precisavam estar com o corpo leve.
“Percentual de gordura era critério de corte”, afirmou Bia. “Ouvíamos que éramos baleias”, falou Branca.
Distúrbios alimentares
As irmãs revelaram que a pressão favoreceu o desenvolvimento de distúrbios alimentares, como compulsão e bulimia. Aos 17 anos, elas passaram a adotar práticas nada saudáveis para ficarem dentro do padrão exigido.
“Para a gente, começou com o laxante. Depois foi vomitar. Quando vimos, perdemos o controle”, lembrou Bia. “Passávamos horas sem comer, depois queríamos comer tudo”, completou ela.
“Tinha um monte de atletas boas, mas só queriam saber da gente”, destacou Branca. “Era uma coisa que gerava um desconforto em outras meninas, em mãe de atletas e na gente também. Ficávamos sem graça”, acrescentou Bia.
A médica Fatima Pinto Moreira, mãe das gêmeas, percebeu que as filhas não estavam bem e resolveu encaminhá-las para terapia e psiquiatra. Além disso, também falou sobre a situação para os técnicos da seleção.
O tratamento contou com o acompanhamento profissional e o uso de medicamentos. “Tem que ter toda uma equipe para tratar, porque é como um vício. E a gente precisa da comida para viver. Como dosar isso?”, desabafou Bia.
Ainda no bate-papo com a Universa, Beatriz e Bianca Feres disseram que, hoje, têm uma relação mais saudável com a comida e a prática de atividades físicas.
“É muito mais fácil manter o corpo. A comida tem outro significado, outro gosto”, falou Branca.
“Antes, a comida era fonte de prazer. Hoje a gente come porque quer se alimentar bem, nada gira em torno da comida”, relatou Bia. “Em relação ao treino, também. Gosto de fazer aeróbico e qualquer coisa sem água”, brincou ela.
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