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Entenda como o calor pode piorar as crises de enxaqueca

Durante as estações mais quentes, alguns fatores podem ser gatilhos para as crises de enxaqueca

Por Juliany Rodrigues
5 out 2022, 14h30
Mulher de vestido cinza sentada e com a mão na cabeça
 (Mikael Blomkvist/Pexels)
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A primavera chegou! Normalmente, nessa estação as temperaturas sobem e o calor pode acabar trazendo problemas para algumas pessoas, principalmente para os 30 milhões de brasileiros que sofrem com enxaqueca.

Isso acontece em razão dos fatores que envolvem as estações mais quentes, como a desidratação, a claridade e a maior exposição ao sol, uma vez que eles favorecem o surgimento de crises da doença.

Para prevenir as crises de enxaqueca durante o calor, é fundamental beber bastante água e evitar a exposição solar. Entretanto, é comum que, durante as estações mais quentes, a primavera e o verão, os indivíduos afetados pelo problema utilizem com mais frequência medicamentos para as dores, entre eles anti-hipertensivos, antidepressivos e antipsicóticos.

No entanto, as medicações usadas para o tratamento da doença, quando usadas de maneira contínua, podem causar efeitos colaterais como tonturas, fraqueza muscular, náuseas, úlceras no estômago e alterações gastrointestinais.

“Uma alternativa para reduzir as crises nas estações quentes sem precisar recorrer aos medicamentos é a Cirurgia de Enxaqueca, que é uma das formas mais eficientes para reduzir a intensidade, frequência e duração da enxaqueca. Se bem indicado, o procedimento pode eliminar ou diminuir a necessidade do uso contínuo dessas medicações”, esclarece o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca (EUA) e um dos médicos que realiza o procedimento no Brasil.

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De acordo com o Dr. Paolo Rubez, atualmente, a cirurgia de enxaqueca é feita por diversos grupos de cirurgiões plásticos ao redor do mundo e em mais de uma dezena das principais universidades americanas, por exemplo, Harvard.

“Os resultados positivos e semelhantes das publicações dos diferentes grupos comprovam a eficácia e a reprodutibilidade do tratamento”, relata o especialista.

“A cirurgia para enxaqueca pode ser indicada para qualquer paciente que tenha diagnóstico de Migrânea (Enxaqueca) feito por um neurologista, e que sofra com duas ou mais crises severas de dor por mês que não consigam ser controladas por medicações; ou em pacientes que sofram com efeitos colaterais das medicações para dor ou que tenham intolerância a estas medicações; ou ainda em pacientes que desejam realizar o procedimento devido ao grande comprometimento que as dores causam em sua vida pessoal e profissional”, completa.

O procedimento cirúrgico voltado para o tratamento da enxaqueca tem o objetivo de descomprimir os ramos dos nervos trigêmeo e occipital envolvidos nos pontos de dor.

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“Os ramos periféricos destes nervos, responsáveis pela sensibilidade da face, pescoço e couro cabeludo, podem sofrer compressões das estruturas ao seu redor, como músculos, vasos, ossos e fáscias (tecido de conexão onde se fixam os músculos). Esse cenário gera a liberação de substâncias (neurotoxinas) que desencadeiam uma cascata de eventos responsável pela inflamação dos nervos e membranas ao redor do cérebro, que irão causar os sintomas de dor intensa, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz a ao som”, esclarece o médico.

O Dr. Paolo Rubez finaliza destacando que há sete tipos principais da cirurgia para migrânea e que os procedimentos são realizados em ambiente hospitalar sob anestesia geral e, em alguns casos, sob anestesia local.

“Para cada um dos tipos de dor existe um acesso diferente para tratar os ramos dos nervos, sendo todos nas áreas superficiais da face ou couro cabeludo, ou ainda na cavidade nasal. Cada cirurgia foi desenvolvida para gerar a menor alteração possível na fisiologia local. Mas em todos estes tipos o princípio é o mesmo: descomprimir e liberar os ramos do nervo trigêmeo ou occipital, que são irritados pelas estruturas adjacentes ao longo de seu trajeto”, pontua.

“A duração da cirurgia, para cada nervo, é de cerca de uma a duas horas, e o paciente tem alta no mesmo dia para casa”, conclui o médico.

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