Casa Clã 2025: convidadas debatem sobre o câncer de mama em mulheres negras
Mediado pela jornalista Laís Franklin, o talk teve apoio e patrocínio da MSD, empresa farmacêutica, química e de ciências biológicas. Confira!

Na tarde desta sexta-feira (21), a Dra. Elizabeth Santana dos Santos, oncologista e PhD em Biologia Molecular e Celular pela Universidade Paris 6, na França, e a Dra. Marcia Datz Abadi, pós-graduada e mestre em Oncologia pela Universidade de São Paulo (USP), estiveram na Casa Clã 2025 para debater sobre o câncer de mama nas mulheres negras.
Mediado por Laís Franklin, jornalista e editora-chefe na Revista Bravo, da Abril, o talk teve patrocínio e apoio da MSD.
“O câncer de mama é o que mais mata as mulheres não só no Brasil, mas no mundo. No nosso país, a gente tem aproximadamente 70 mil novos diagnósticos a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. Vale lembrar também que a gente é o segundo país com maior população negra, ficando atrás apenas da Nigéria”, iniciou Elizabeth.
“Quando a gente vê uma mortalidade por câncer de mama 40% maior em mulheres negras do que em brancas, a gente não pode se calar. E foi por isso que escolhemos esse assunto para tratar aqui”, acrescentou a Dra. Marcia.
De acordo com a pós-graduada e mestre pela USP, a questão do câncer de mama na mulher negra envolve fatores biológicos, raciais, sociais e de acesso.
“É um conjunto de várias camadas e, definitivamente, a gente precisa falar mais sobre o tema. A boa informação traz mais acesso, traz um maior entendimento biológico e traz oportunidades de diagnósticos mais precoces“, acrescentou Abadi.
Maior risco de mortalidade em mulheres negras
A Dra. Márcia ressalta que dados mostram que as mulheres negras têm maior probabilidade de serem diagnosticadas com o câncer quando a doença já está avançada, diminuindo as chances de sucesso do tratamento.
Além disso, o câncer de mama triplo negativo, que consiste no subtipo mais agressivo, é mais comum em mulheres negras.
“Quando a gente olha todos esses dados, a gente já vê alguns recortes. Existem muitos recortes que são biológicos, como a questão da agressividade do tumor. Mas, quando a gente vê a questão do diagnóstico em estágios iniciais, nós estamos falando de acesso, de informação”, opinou a mestre.
“A pessoa pode ter recebido um diagnóstico mais tardio porque não teve a opção de procurar uma ajuda, não entendeu que aquilo poderia ser um sintoma de alguma doença, não tinha condição de buscar tratamento ou até mesmo não tinha nem tempo de olhar para si. E é claro que tem muitas outras nuances, tem alimentação adequada, obesidade, tem uma série de fatores de risco que estão relacionados aos hábitos de vida e à desigualdade social. Além disso, a gente tem a questão racial“, acrescentou Abadi.

Segundo a Dra. Elizabeth, o tumor nas mulheres negras tem uma maior propensão à metástases.
“Isso ocorre por fatores biológicos, mas também porque essa mulher demora para buscar um especialista. Nesse sentido, é preciso destacar que a mulher negra, no nosso dia a dia, geralmente está cuidando, ela não tem o hábito de ser cuidada. Ou seja, existem muitas variáveis para explicar esse tema, que ainda é pouco pesquisado”, apontou a PhD em Biologia Molecular e Celular.
A respeito da questão racial, a Dra. Marcia critica: “Ainda tem muito a trabalhar sobre esse tema dentro da comunidade científica e dentro dos próprios médicos. Tem o racismo. A gente sabe que as consultas com pessoas negras são mais curtas. Existem médicos que têm receito até mesmo de tocar”.
Casa Clã 2025 é promovido por CLAUDIA e Boa Forma com o patrocínio de @msdnobrasil e @rochebrasil com apoio de @sanavitaoficial. O evento ocorre nos dias 21 e 22 de março no Casarão Higienópolis, um amplo imóvel de 2.300 metros quadrados em São Paulo.
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