Casa Clã 2025: talk discute sobre o investimento na saúde feminina
Lorise Scalise, Jussara Otaviano e Noéle Gomes foram as convidadas para esse bate-papo. Veja como foi!

Nesta sexta-feira (21), Lorise Scalise, Jussara Otaviano e Noéle Gomes estiveram na Casa Clã 2025, maior evento feminino da Editora Abril, organizado por CLAUDIA e Boa Forma, para um talk sobre a saúde feminina. Mediado pela jornalista Helena Galante, o bate-papo ressaltou a importância de investir nessa área.
“A saúde e as decisões ainda não são feitas por nós, na maioria das vezes. Tem uma frase que eu gosto muito que fala ‘Nada sobre nós, sem nós’. Como a gente quer atender uma mulher em uma UBS na periferia se o horário do atendimento médico é de segunda a sexta das 09h às 13h? Só esse pensamento já reflete porque é tão difícil cuidar da saúde da mulher“, iniciou Lorise, presidente da Roche Farma Brasil.
Quem cuida delas?

Para Scalise, todo o espaço e tempo da mulher é consumido pela dedicação ao cuidado e, com isso, não sobra energia para olhar para si mesma. “No entanto, é importante ter em mente que a saúde é a base de tudo. Ela é a relação entre existir e não existir”, lembra ela.
Noéle Gomes, terapeuta e fundadora da Colmeia Educação e Negócios, opinou que o Estado deve ver a saúde como um investimento, e não como uma despesa.
“A mulher não perde um dia de trabalho quando tem saúde, ela tem energia para seguir trabalhando. Afeta a renda familiar, o PIB de um país. Tudo que a gente escuta é que os planos de saúde estão quebrados, que a gente não tem dinheiro para investir na saúde, que o SUS não é sustentável, que não dá para pagar medicação. Então, onde está o investimento e o retorno desse investimento?”, destacou Gomes.
Saúde como afirmação da própria existência

De acordo com a terapeuta, a saúde deve ser encarada como uma afirmação da própria existência.
“Saúde começa a acontecer quando eu afirmo que eu existo. Pode parecer óbvio, mas não é. Ela passa primeiro pelo processo de existência individual e, muitas vezes, a gente não tem acesso nem à própria existência de forma digna. E a saúde está nas pequenas coisas, por exemplo, parar de segurar o xixi (risos). Lembre-se: você existe e sua bexiga também”, contou Noéle.
Lorise defendeu que a saúde precisa ser tratada de forma ampla: “Eu uso muito a definição da OMS que é o bem-estar físico, mental e social. A pessoa não precisa só comer, ela não precisa só estar aparentemente saudável. Ela precisa ter espaço de lazer, ter amigos, ter a casa dela, ter laços”.
“A saúde é o maior programa social que poderíamos ter. Com saúde, a mulher não perde um dia de trabalho, continua trabalhando, tem energia para conseguir trabalhando. Mas nós continuámos sendo preteridas quando o assunto é a saúde da mulher”, completou a presidente da Roche Farma Brasil.
“Todas as vezes que o governo faz uma agenda de saúde, a gente fala de hospital, de medicamentos e de tratar doente. Isso não é política de saúde. Política de saúde é como eu faço que minha sociedade seja saudável. E, nos momentos que ela precisar, ela vai ser cuidada adequadamente. A gente não quer só comer, a gente quer outras coisas, quer ter alegria”, enfatizou Scalise.
As desigualdades e a falta de acesso à saúde
A saúde, que deveria ser um direito de todos, se tornou um privilégio de poucos. Nesse sentido, é claro que as convidadas não deixaram de debater sobre as desigualdades e a falta de acesso durante o talk.
“Quando a gente fala sobre saúde, a gente não fala só da saúde sozinha. Tem uma questão econômica e social. Se você não tem uma mulher cuidada, que sociedade você tem? Uma sociedade doente”, refletiu Lorise.
Para Jussara Otaviano, enfermeira negra que ganhou o prêmio de Enfermagem Rainha Silvia da Suécia, falar sobre saúde precisa ir além da prevenção de doenças, focando também em o que fazer para promover o bem-estar.
“Saúde é transporte. Saúde é lazer. Saúde é alegria. Saúde é alimentação saudável. Saúde é ter renda, é um emprego. Pensar em desenvolvimento humano é saúde, educação, cultura. Tudo isso envolve um componente importante no lugar da promoção da saúde. A gente fica pensando em prevenir doenças, mas como é que você promove? Como uma mulher que mora na periferia vai descobrir um câncer de colo de útero se ela leva três horas para chegar em casa?“, indagou Otaviano.

Casa Clã 2025 é promovido por CLAUDIA e Boa Forma com o patrocínio de @msdnobrasil e @rochebrasil com apoio de @sanavitaoficial. O evento ocorre nos dias 21 e 22 de março no Casarão Higienópolis, um amplo imóvel de 2.300 metros quadrados em São Paulo.
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