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Comer muito doce dá diabetes? Mitos e verdades sobre a doença

Veja ainda como é feito o diagnóstico e o tratamento do problema

Por Juliany Rodrigues
14 nov 2023, 15h30
Comer muito doce dá diabetes
 (freepik/Freepik)
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Um estudo divulgado este ano pela revista científica Lancet mostrou que, nos próximos 30 anos, teremos o dobro de pessoas diabéticas no mundo em comparação aos dias de hoje. Segundo a publicação, a projeção é de 1,3 bilhão de pacientes diagnosticados com a doença em 2050.

A diabetes é uma condição metabólica e crônica que se caracteriza pelo aumento de glicose no sangue. Ela ocorre quando o pâncreas não consegue produzir a insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo. No Brasil, aproximadamente 17 milhões de pessoas sofrem com o problema.

Neste Dia Mundial De Combate ao Diabetes (14 de novembro), a Dra. Tassiane Alvarenga, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, explica seis mitos e verdades que rondam a diabetes. Além disso, a médica ainda dá dicas de como saber quando é necessário investigar uma suspeita e explica como é feito o tratamento. Veja:

MITOS E VERDADES SOBRE DIABETES

1

Diabetes tem causa genética

Verdade.

“Se um dos pais tem diabetes, ocorre uma chance três vezes maior de o filho desenvolver a doença ao longo da vida. Se pai e mãe possuem esta condição, a chance aumenta em seis vezes”, destaca. Vale lembrar que o diabetes tipo 2 tem uma maior predisposição genética do que o diabetes tipo 1.

2

Diabetes geralmente não causa sintomas em estágios iniciais

Verdade.

De acordo com a endocrinologista, em cerca de 50% dos casos, a doença não provoca sintomas em suas fases iniciais e intermediárias. No entanto, com a evolução do quadro, o paciente pode apresentar infecções frequentes, vista embaçada, feridas que demoram para cicatrizar, vontade de urinar várias vezes ao dia, sede constante, fome frequente e formigamento nos membros.

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3

Comer muito doce causa diabetes

Mito.

Em torno de 90% dos casos de diabetes são do tipo 2, que é desencadeado por fatores conjugados, como tendência genética, ganho de peso, alimentação inadequada e sedentarismo. A ingestão de doces contribui para o excesso de calorias, a verdadeira razão do ganho de peso.

Ainda assim, mesmo que a pessoa não consuma muitos doces, a endocrinologista pontua que outros alimentos, entre eles, pães, massas ou qualquer outro rico em carboidrato, têm o potencial de estimular o ganho de peso e, assim, favorecer o risco de diabetes.

Isso significa que o consumo desses produtos de forma exagerada, junto com a predisposição genética e o sedentarismo, por exemplo, podem colaborar para a doença. Portanto, o principal fator de risco para desenvolver diabetes tipo 2 ao longo da vida é o ganho de peso.

4

Todo produto diet é liberado para os diabéticos

Mito.

Os alimentos diet se destinam a grupos populacionais com necessidades específicas e são isentos de um determinado nutriente. Na maioria das vezes, eles são livres de açúcar, porém é necessário verificar se o nutriente retirado foi mesmo o açúcar, e não gordura, sódio ou qualquer outro.

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Os produtos dietéticos sem adição de açúcar também podem ter outras formas de carboidratos que também impactam na glicemia, como frutose, lactose, amido ou maltodextrina.”O mais importante é usar com moderação e ficar sempre de olho na quantidade de carboidratos contida no produto”, recomenda a endocrinologista.

5

Tenho diabetes e, por isso, vou ter problemas nos rins, olho e coração

Mito.

“O bom controle da glicemia é capaz de evitar todas as complicações”, garante a especialista.

6

Estresse pode subir a glicose de pessoas diabéticas

Verdade.

Vários motivos podem fazer com que o estresse leve ao descontrole glicêmico. Segundo a Dra. Tassiane, o primeiro é que o estresse crônico aumenta o nível do hormônio cortisol, favorecendo o aumento da gordura abdominal, que, por sua vez, aumenta as chances de diabetes.

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Já o segundo se revela justamente por meio do comportamento. “O estresse estimula a fome, a gula e a ansiedade, o que faz o paciente ir em busca de alimentos ricos em calorias, como bolo, pizza, chocolate e massas, entre outros”.

QUEM DEVE INVESTIGAR SE PODE ESTAR COM DIABETES?

  • Toda pessoa acima de 45 anos;
  • Pacientes com menos de 45 anos que apresentem sobrepeso (IMC > 25 Kg/m2)
  • Pessoas sedentárias;
  • Quem tem histórico familiar de diabetes tipo 2;
  • Pacientes com pressão alta;
  • Pessoas com dislipidemia: níveis elevados de colesterol e triglicerídeos no sangue;
  • Indivíduos com manchas escurecidas e aveludadas no pescoço, virilha e axilas (pode ser um sinal de sobrecarga do pâncreas);
  • Crianças com sobrepeso e fatores de risco.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE DIABETES?

A endocrinologista revela que o diagnóstico de diabetes envolve uma série de exames, sendo que os mais utilizados são:

  • Teste de glicemia em jejum;
  • Teste oral de tolerância a glicose: o paciente ingere 1 copo com 75g de glicose e, duas horas depois, é medida a sua glicemia;
  • Hemoglobina glicada: exame que fornece a médica da glicemia dos últimos 3 meses, ajudando a compreender se a doença se encontra ou não bem controlada;
  • Teste DXT acima de 200, com muita ingestão de água, fazendo xixi em excesso, fome e perda de peso.

TRATAMENTO DE DIABETES

O tratamento de diabetes depende de cinco pilares fundamentais, conforme mencionado pela Dra. Tassiane: alimentação saudável, atividade física, medicação correta, parceria entre o médico e o paciente e gerenciamento do estresse.

Para pacientes que utilizam medicamentos, a especialista alerta que “o mais recomendado é usar um remédio que controle o açúcar, mas que também ajude a emagrecer, uma vez que a obesidade é um dos grandes fatores fortalecedores da doença“.

Para a endocrinologista, também é importante que o medicamento apresente outros efeitos, como a diminuição da circunferência abdominal, o controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicerídeos e a redução do risco de infarto e AVC.

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