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Febre maculosa: o que é, sintomas, transmissão e como evitar

O assunto voltou a ser comentado após o surto recente de casos da doença em Campinas, no interior paulista

Por Juliany Rodrigues
14 jun 2023, 15h33

A febre maculosa é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada do carrapato-estrela (Amblyomma Cajennense) infectado pela bactéria do gênero Rickettssia. Sua gravidade pode variar desde leve até formas fatais.

“Geralmente, essa espécie é encontrada em animais de grande porte, por exemplo, cavalos e bois, mas também em gambás, coelhos, aves e, principalmente, capivaras. Portanto, não é o carrapato comum que encontramos nos cachorros“, informa o Dr. Alexandre Piva, infectologista e professor do curso de medicina da Universidade Cidade de São Paulo.

O tratamento é feito com antibióticos e deve ser iniciado mesmo antes da confirmação laboratorial, a fim de reduzir a mortalidade.

SINTOMAS

Ela se manifesta com um quadro febril elevado, dores de cabeça intensas, dores musculares, náuseas, vômitos e falta de apetite. Também podem surgir manchas em algumas partes do corpo, por exemplo, pulsos, palma das mãos, tornozelos e antebraços. anos pulsos, palma das mãos, tornozelos e antebraços. Seus sintomas costumam aparecer repentinamente e progredir de forma acelerada.

Dr. Antônio Araújo, médico neurocirurgião da clínica Araújo & Fazzito e do Corpo Clínico do Hospital Sírio-Libanês, ressalta a importância da população se manter em alerta e de, ao notar qualquer uma dessas alterações, buscar um atendimento especializado para obter um diagnóstico rápido e preciso

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A pronta identificação e tratamento adequado podem salvar vidas. No agravamento do problema, ainda podemos ter confusão mental, paralisia das pernas, perda do controle dos esfíncteres (bexiga e intestinal) e alteração da fala” completa.

DIAGNÓSTICO

De acordo com o infectologista, existe uma dificuldade para chegar ao diagnóstico da febre maculosa devido seus sintomas serem semelhantes aos de diversas outras doenças, entre elas, leptospirose, dengue, hepatite viral, meningoencefalite, malária e pneumonia por Mycoplasma pneumoniae.

“Entretanto, com uma anamnese bem elaborada (histórico de contato com animais, zonas rurais, picada do carrapato), é possível chegar a uma hipótese diagnóstica, que pode ser confirmada por meio da realização dos exames laboratoriais. Em média, 70% dos infectados relatam a picada de carrapato”, detalha o Dr. Alexandre.

PREVENÇÃO

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Como a febre maculosa é uma condição transmitida por carrapatos, algumas medidas podem ser adotadas para se proteger contra as picadas desses insetos. A seguir, você confere quais são as recomendações do infectologista.

  • Usar calças, blusas de manga comprida e, se possível, botas, ao entrar em contato com áreas silvestres, arborizadas e gramadas;
  • Preferir roupas claras para identificar o carrapato, por ele ter uma coloração escura;
  • Evitar caminhadas por locais com vegetação ou grama alta;
  • Se encontrar um carrapato junto ao corpo, removê-lo preferencialmente com uma pinça. Na falta do objeto, puxe-o com firmeza, sem esmagá-lo, pois isso ajuda a evitar a maior liberação de saliva. Lave a mordida com água e sabão ou álcool. Quanto menos tempo o carrapato ficar aderido á pele, menor o risco de transmissão do problema;
  • Usar repelente de insetos;
  • Verificar com frequência se os animais de estimação não estão com carrapatos.

“Em estudos recentemente publicados, observa-se um aumento populacional das capivaras em zona urbana (matas ciliares degradadas a beira de rios e lagoas), elevando o contato com o homem e, consequentemente aumentando a transmissão. Vale lembrar que essa doença é uma zoonose, ou seja, não se propaga de pessoa para pessoa”, finaliza o Dr. Alexandre.

 

 

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