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Gene da obesidade: saiba como o DNA influencia seu peso e o papel do estilo de vida

Profissional esclarece dúvidas sobre o tema

Por Maraísa Bueno
Atualizado em 17 nov 2025, 14h16 - Publicado em 15 nov 2025, 22h00
Gene da obesidade: o DNA tem mesmo relação com o ganho de peso?
Gene da obesidade: o DNA tem mesmo relação com o ganho de peso? (pvproductions/Freepik)
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Você sabia que a obesidade é classificada como uma epidemia mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS)? Em 2022, cerca de 43% dos adultos em todo o mundo estavam acima do peso e, dentro disso, 16% já enfrentavam a obesidade. E o Brasil não está de fora dessa: há índices crescentes, impulsionados por mudanças no estilo de vida e nos padrões alimentares da população.

Em 2007, foi descoberto o chamado “Gene da Obesidade” (conhecido cientificamente como FTO – Fat Mass and Obesity-Associated). De acordo com pesquisas, o FTO possui variantes que foram associadas ao Índice de Massa Corporal – o já conhecido IMC – elevado e a um risco maior de obesidade.

Com isso, apareceram as dúvidas, como “Mas será que carregar esse gene define quem somos?” ou perguntas como “Estamos fadados a ganhar peso por nossa genética ou outros fatores também importam?”

A partir disso, o Dr. Ricardo Di Lazzaro, médico geneticista e cofundador da Genera, da Dasa, explica como o DNA influencia, mas não define, o ganho de peso e como mudanças no estilo de vida podem combater essa predisposição, desvendando mitos e verdade sobre o tema. Veja a seguir:

Mitos de verdades sobre o gene da obesidade

  • “Se tenho o gene FTO, inevitavelmente serei obeso.” Mito
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A presença do gene FTO não determina, por si só, que você será obeso. Ele pode aumentar sua predisposição, mas uma rotina saudável é capaz de reduzir consideravelmente esse risco.

  • “O gene FTO está associado ao risco de obesidade.” Verdade

Estudos mostram que pessoas com variantes específicas do gene FTO têm até 50% maior risco de desenvolver obesidade, além de apresentarem, em média, 3 kg a mais de peso corporal.

  • “A obesidade depende apenas da genética.” Mito

A obesidade é multifatorial. Além da genética, fatores como alimentação inadequada, sedentarismo, condições emocionais e contexto social desempenham um papel crucial no desenvolvimento da doença.

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  • “O impacto da genética varia entre populações ao redor do mundo.” Verdade

A influência das variantes do gene FTO não é igual para todos. Grupos populacionais, como os asiáticos e polinésios, não mostram forte associação entre o gene e o ganho de peso, revelando a relevância do ambiente e dos hábitos culturais.

  • “O estilo de vida pode neutralizar os efeitos da genética.” Verdade

Hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada, prática de exercícios regulares e acompanhamento profissional, podem reduzir significativamente os impactos de genes relacionados à obesidade.

Cura da obesidade não é apenas emagrecimento

Para a nutricionista, com pós em nutrição esportiva pela Universidade Gama Filho, Letícia Lenzi Claudino, a obesidade é uma doença que precisa ser tratada como doença. “Não podemos romantizar isso e, na verdade, é que o corpo, ele sempre vai tentar voltar ao seu estado normal, então se uma pessoa  foi obesa ao longo da vida, ele [corpo] vai sempre tentar voltar para o que era”.

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Sobe a questão de a obesidade ter ou não cura, a nutricionista esclarece que a resposta é não: “Quando a pessoa emagrece ela continua existindo? Sim, ela continua sendo uma pauta para a pessoa tomar cuidado e não é uma garantia de sucesso, mesmo quando a pessoa estiver magra, se manter magra por um período”, destaca.

Já a nutróloga Bruna Durelli completa, destacando que a obesidade não tem “cura” no sentido tradicional, como uma infecção que some com a ajuda de um antibiótico: “Mesmo após o emagrecimento, o corpo de uma pessoa que já teve obesidade continua reagindo de forma diferente: há alterações hormonais, inflamatórias e até na memória metabólica”.

A médica explica que, a partir disso, a obesidade entra em remissão, e não em cura definitiva: “A boa notícia é que é absolutamente possível viver com saúde, equilíbrio e qualidade de vida — desde que o tratamento continue de forma estruturada”.

Tratamento com profissionais

A nutróloga Bruna Durelli explica que no início do tratamento da obesidade, há três pilares abordados com o paciente: “Falamos sobre o que está por trás daquele ganho de peso, como o corpo está funcionando agora, e quais caminhos são possíveis para reverter os riscos à saúde”.

Isso envolve exames metabólicos, investigação do histórico emocional, sono, rotina alimentar, níveis de estresse, prática de atividade física e, claro, a escuta ativa sobre o que o paciente já tentou e o que não funcionou.

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Já a nutricionista Letícia Lenzi Claudino completa destacando que há inúmeros fatores associados ao caso de obesidade: “O caso da genética, o caso de problemas associados à infância, hereditariedade, tem muitos fatores. Então, são várias lacunas que, obviamente, a gente só vai conseguir ter clareza de forma individualizada, quando a gente for a fundo do paciente em questão de forma individual”, destaca. 

O desafio após emagrecer é grande!

Dra. Bruna Durelli afirma que manter o peso após o emagrecimento é uma etapa tão desafiadora quanto o processo de perder peso e, muitas vezes, ainda mais delicada. “Nesse momento, o foco é a manutenção da massa muscular, o controle da fome biológica e emocional, a adaptação da rotina alimentar à nova realidade e a prevenção do reganho de peso”, esclarece.

Além do nutricionista, há outros profissionais que também estão envolvidos nesse processo, e são eles:

  • médico (para avaliar marcadores metabólicos e ajustar condutas),
  • psicólogo (para lidar com padrões de comportamento, compulsão ou distorção da autoimagem),
  • e educador físico (para trabalhar o corpo de forma inteligente e segura).

Em alguns casos, também pode entrar terapeutas comportamentais, fisioterapeutas ou especialistas em sono.

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É importante reforçar que tratar a obesidade é muito mais do que emagrecer: é recuperar a autonomia sobre o próprio corpo e entender que saúde é um processo contínuo, não um destino final”, finaliza a Dra. Bruna.

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