7 Mitos e verdades sobre o DIU que você precisa conhecer
O dispositivo intra-uterino é uma ótima forma de evitar a gravidez, mas ainda é alvo de muitos mitos que podem desencorajar a colocação
O DIU, ou dispositivo intra-uterino, é um método anticoncepcional bastante famoso e bastante polêmico. Isso porque existem muitos mitos sobre o assunto que podem, até mesmo, desencorajar muitas pessoas com útero a optarem por ele.
Por isso, conversamos com Renato de Oliveira, ginecologista e obstetra da Criogênesis para desmistificar de uma vez por todas tudo o que se fala sobre o DIU. Vamos lá?
MITO: o DIU atrapalha gravidezes futuras
Nada disso. Ao contrário do que se pensa, apesar de ser um dispositivo inserido no útero, ele não altera, de qualquer maneira, a capacidade uterina de gerar um feto, assim como não interfere na produção de óvulos pelos ovários.
“O método só gera efeito enquanto está introduzido no corpo da mulher”, diz. “Quando retirado, sua eficácia é imediatamente interrompida e a mulher, caso não tenha nenhuma alteração, voltará a ter os ciclos ovulatórios e, consequentemente, chance de gravidez.”
VERDADE: é possível engravidar, mesmo com DIU
Calma, respire fundo. São poucos os métodos contraceptivos 100% eficazes – até mesmo a pílula pode falhar. O mesmo acontece com o DIU.
“Como em outros métodos contraceptivos, a possibilidade de engravidar mesmo usando o dispositivo intrauterino pode acontecer”, explica o médico. “Apesar das chances serem baixas e variarem entre de 0,2% e 0,7%, o risco não é totalmente excluído. Em média, a cada mil mulheres que colocam o DIU, três engravidam num período de um ano. O mau posicionamento consiste na principal causa.”
MITO: o DIU é um método abortivo
Isso, de fato, não é verdade. E, para entender o porquê, é preciso compreender o funcionamento desses dispositivos: “O efeito do dispositivo ocorre de formas variadas, com objetivo de evitar a fertilização. O dispositivo de cobre afeta a mobilidade dos espermatozoides e impede a sua movimentação adequada, além de gerar um ambiente hostil no endométrio para uma eventual implantação”, explica o Dr. Renato.
Já o DIU hormonal altera a receptividade do útero, deixando a camada interna, denominada endométrio, mais atrofiada e diminuindo a motilidade das tubas uterinas, dificultando o caminho do óvulo. “São mecanismos de ações bem efetivos visando evitar a gravidez”, conclui.
VERDADE: não é todo mundo que pode usar DIU
Apesar das contraindicações serem poucas, elas existem. As principais são: suspeita de gravidez ou gravidez existente, infecções ginecológicas, sangramento uterino de causa desconhecida e malformações uterinas. Outra contraindicação importante é para pessoas com útero que nunca tiveram relações sexuais com penetração.
Para o DIU hormonal, algumas contraindicações específicas são câncer uterino, câncer de mama e doenças no fígado. “Deve-se ressaltar que não ter engravidado não é uma contraindicação. Porém, aumenta a chance de expulsão do DIU de 3 para 10% em relação a quem já teve gravidez e opta pelo DIU”, diz o médico.
MITO: não é possível trocar o tipo de DIU utilizado
Ao contrário, a troca pode ser feita no mesmo dia. A questão é se vale a pena e o que motivaria essa mudança. Se for uma questão não adequação hormonal, a troca pode ser realizada depois do período médio de adaptação, entre 3 a 6 meses.
Nesses casos, vale a pena o reforço do uso do preservativo durante as relações, para evitar uma gravidez indesejada no período de troca e readaptação ao novo dispositivo.
VERDADE: é normal sentir incômodo após a colocação
Pelo menos no primeiro mês, o DIU pode causar desconfortos porque ainda não está totalmente acomodado no corpo. No entanto, dores muito fortes não são comuns, e é importante voltar ao médico para examinar se a implantação foi realizada de forma correta.
MITO: DIU engorda
Ao contrário do que se pensa, o dispositivo não provoca ganho de peso nem causa qualquer alteração do apetite, já que, em sua maioria, não utiliza hormônios para funcionar. “Apenas o DIU com hormônios têm certo risco de causar esse tipo de alteração corporal. Porém, cada caso deve ser avaliado individualmente. Hoje em dia existem diversos exames capazes de fazer um mapeamento eficiente, nesse sentido”, explica.