Conheça os quatro tipos de tontura e suas características

Sintoma pode ser classificado em diferentes categorias dependendo de sua origem

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h31 - Publicado em 30 nov 2022, 13h30
Mulher com a mão na cabeça encostada em uma mesa
 (Imagem de Freepik/Reprodução)
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A tontura, que designa a sensação alterada de equilíbrio e posicionamento, é um dos sintomas mais comuns entre os indivíduos. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), este problema faz parte do cotidiano de cerca de 30% da população.

Muitos acreditam que os termos vertigem e tontura podem ser utilizados como sinônimos e para descreverem as mesmas situações. No entanto, há diferenças entre os dois.

“A tontura é a sensação de desorientação espacial. Já a vertigem é a falsa percepção de movimento, ou seja, a sensação de girar quando está tudo parado”, explica a Dra. Tatiana Almeida, otorrinolaringologista e professora do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê.

Esta queixa pode indicar a presença de problemas na saúde do organismo, principalmente, quando é acompanhada por outro sintomas, como alterações de fala, de força, de visão, vômitos, náuseas, entre outros.

“Pode estar relacionada a causas do sistema nervoso central, como um acidente vascular cerebral (AVC) ou, mais raro, tumores. Há ainda a associação com doenças cardiovasculares, arritmias cardíacas, alterações da pressão arterial. Também pode ser um reflexo de descontrole de doenças comuns (diabetes, doenças da tireoide, desidratação, deficiências de vitaminas, alterações hidroeletrolíticas e infecções)”, cita a Dra. Mayara Silva Marques, neurologista com título pela Academia Brasileira de Neurologia.

Diante disso, fica claro que a tontura revela que algo de errado está acontecendo no corpo e, por esse motivo, é um sintoma que deve ser investigado e avaliado por um profissional médico.

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OS QUATRO TIPOS DE TONTURA

Segundo o Dr. Carlos Eduardo Cesário de Abreu, otorrinolaringologista e professor do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, a tontura pode ser classificada em quatro tipos: do aparelho labiríntico, hemodinâmica, de estruturas neurológicas e emocional.

  • Do aparelho labiríntico

O otorrinolaringologista esclarece que a tontura do aparelho labiríntico acontece em razão de qualquer distúrbio da orelha interna, órgão responsável pela audição e pelo equilíbrio.

“Neste tipo, a característica mais comum da tontura é a sensação de movimento e a vertigem, sensação que o mundo está girando ou que o corpo é quem gira. Outros sintomas auditivos também podem acompanhar o quadro, como sensação de pressão nos ouvidos, falta de audição e o zumbido. As doenças mais comuns neste grupo são: Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB) e a Síndrome de Ménière”, fala o Dr. Carlos.

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  • Hemodinâmica

Provocada por alterações cardíacas ou circulatórias, a tontura hemodinâmica gera a sensação de desmaio, o escurecimento ou o aparecimento de pontos brilhantes na visão, de acordo com a Dra. Tatiana Almeida.

“Nesta queixa classificada como hemodinâmica, a causa básica é a falta de suprimento sanguíneo adequado ao cérebro, o que pode ocorrer por problemas cardíacos ou por estreitamento nos vasos que suprem o sistema nervoso central. Os exemplos mais frequentes são de hipotensão ortostática, arritmias cardíacas, arteriosclerose de grandes vasos do pescoço”, especifica o professor do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina.

  • De estruturas neurológicas
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Mais comum em idosos, este tipo de tontura promove uma sensação de desequilíbrio e está associado a doenças neurológicas, traumas, neuropatias, consumo de álcool ou medicações.

“No grupo das tonturas neurológicas, a região afetada é o sistema nervoso central, que recebe todas as informações dos órgão periféricos (visão, labirinto e propriocepção) e os integra e conecta com outras diversas áreas, como as da emoção, resultando ao final, na sensação de estabilidade e equilíbrio. Um distúrbio em qualquer destes passos pode resultar em uma tontura com sensação de desequilíbrio e, geralmente, de longa duração. Os acidentes vasculares cerebrais, as doenças desmielinizantes, os tumores cerebrais e até as doenças como as neuropatias diabéticas podem causar este tipo de tontura”, destaca o Dr. Carlos Eduardo Cesário de Abreu.

  • Emocional

No geral, a tontura emocional tem ligação com doenças relacionadas à saúde mental. Neste tipo, o indivíduo pode apresentar tremores, palpitações e a sensação de falta de ar.

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“Ocorre em pessoas que já tenham alguma alteração psicológica pregressa, como ansiedade, síndrome do pânico e depressão. Nesses casos, a tontura surge por alterações no controle da respiração, o que causa tontura, escurecimento visual, sensação de desmaio, de falta de ar e formigamentos”, conta o otorrinolaringologista.

TRATAMENTOS

Em relação ao tratamento, a Dra. Tatiana Almeida pontua que ele deve ser definido a partir da causa geradora desse sintoma.

“É necessário o esforço para a identificação do causador da tontura para que possa ser traçado um plano terapêutico adequado. É possível fazer o uso de medicações, de reabilitação e, em alguns casos, pode haver a indicação de um procedimento cirúrgico”, afirma ela.

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